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INSERÇÃO E MANUTENÇÃO DO TRABALHADOR DE IDADE AVANÇADA NO MERCADO DE TRABALHO

Leonardo Piovesan Mendonça

Cristiane Maria Talala Zogheib

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Objetivos

Ao final da leitura deste capítulo, o leitor será capaz de

  • descrever o processo de envelhecimento por meio da transição epidemiológica e demográfica;
  • reconhecer a importância da promoção do envelhecimento ativo e saudável;
  • identificar o conceito de idoso robusto, pré-frágil e frágil;
  • reconhecer a necessidade da avaliação da capacidade para o trabalho;
  • indicar possíveis adequações do trabalho ao trabalhador de idade mais avançada.

Esquema conceitual

Introdução

O envelhecimento inicia quando o indivíduo passa a existir. Observa-se a evolução, em que, a cada século, são conquistados mais anos de vida, pestes e pragas são superadas, assim como pandemias, extinções e catástrofes naturais, as pessoas aprendem a se defender, novas tecnologias e modalidades de tratamento em saúde são desenvolvidas, bem como mecanismos para sobreviver mais e melhor são criados.

Pensar que, no Brasil do século passado, a expectativa de vida era de aproximadamente 40 anos é algo que hoje está distante da realidade e arquivado nos livros de história. Aqueles que transpunham a barreira dos 60 anos eram raríssimos e geneticamente favorecidos. A capacidade de vida laboral era curta: primeiro, pelas condições desfavoráveis; segundo, pela própria expectativa de vida. Os trabalhadores idosos eram escassos. Aliás, aposentar-se significava ter a suspensão de toda e qualquer atividade, albergar e descansar, o que ocorria no auge da capacidade vital.

Atualmente, observa-se um período de transformação demográfica muito importante. É possível perceber que o Brasil se encontra no meio da transição de um país de jovens para uma nação de idosos. Aquelas fotos que eram vistas na casa dos avós, com seus pais, irmãos e irmãs, hoje são encontradas apenas como memória de um tempo que passou e que raramente pode ser retratado nas câmeras modernas dos smartphones. Os pais de hoje são mais velhos, e as crianças são poucas e raras. Projeções do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) estimam que, em 2050, o Brasil tenha número absoluto igual de idosos e crianças.1 A sociedade envelhece rápido. O que os países desenvolvidos levaram quase um século para atingir, isto é, adaptar-se social, política e culturalmente, o Brasil vivencia em pouco menos de 20 anos com todos os gargalos de um país em desenvolvimento.

Poucas empresas, privadas ou públicas, estão adaptadas e preparadas para o “novo normal”. Com a recente aprovação da reforma previdenciária e o aumento da idade para aposentadoria, um número cada vez maior de idosos será observado no mercado de trabalho. Vários desafios são postos à mesa: a convivência multigeracional; políticas de recursos humanos; programas de saúde ocupacionais voltados para o trabalhador idoso com ênfase no envelhecimento ativo e bem-sucedido; a identificação de riscos ambientais e adaptações no ambiente que minimizem ou eliminem os riscos e tornem o trabalho seguro para a população idosa; a reabilitação quando necessária.

Neste capítulo, serão abordados os desafios da transição demográfica e epidemiológica, o conceito de envelhecimento ativo, saudável e bem-sucedido, o envelhecimento patológico e frágil, o paradigma contemporâneo entre trabalho e envelhecimento, as principais alterações e adaptações do trabalhador, bem como as ações de promoção e prevenção.

Afinal, se todos estão envelhecendo, é preciso cultivar o futuro e celebrar essa conquista.

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