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INTRODUÇÃO À MEDICINA DE ROEDORES MANTIDOS COMO ANIMAIS DE ESTIMAÇÃO

Alessandro Ferraz Abdo Bijjeni

Rodrigo Filippi Prazeres

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  • Introdução

A ordem Rodentia constitui a mais numerosa ordem de mamíferos placentários, correspondendo a cerca de 42% da biodiversidade mundial da classe Mammalia, totalizando 2.277 espécies distribuídas em 33 famílias, que variam enormemente em tamanho e preferência de habitats, vivendo nos mais diversos ambientes que lhes fornecem condições de sobrevivência, uma vez que apresentam grande capacidade de adaptações ecológicas e fisiológicas.1,2

Diversos roedores são mantidos em cativeiro com as mais diversas finalidades, como animais de laboratório e para pesquisas biomédicas, exemplares de coleções zoológicas e instituições mantenedoras de fauna, criações comerciais para carne e pele e também em ambiente domiciliar, como pets não convencionais.3–5

Em geral, os roedores são pequenos, versáteis, esbeltos, noturnos e adaptados aos mais variados modos de vida, como terrestre, fossorial, arborícola e semiaquático, permitindo que sejam encontrados em diferentes climas e tipos de vegetações de todo o mundo, exceto na Antártida, em pequenas ilhas árticas e oceânicas.6,7

Muitos autores correlacionam tal sucesso adaptativo, assim como a grande distribuição geográfica, a determinadas características peculiares dos roedores, como a elevada taxa reprodutiva, o comportamento ágil, os hábitos alimentares diversificados, além do tamanho corporal reduzido na maioria das espécies.8 Entretanto, a característica mais marcante dos roedores é a presença de um par de incisivos superior e um inferior, que apresentam crescimento contínuo.1,7

Entre as espécies de roedores mantidas como animais de estimação, destacam-se3,4,9,10

 

  • os porquinhos-da-índia;
  • as chinchilas;
  • os ratos;
  • os camundongos;
  • os hamsters sírios;
  • os gerbis.

Infelizmente, ainda há poucas informações médicas traduzidas para a língua portuguesa sobre cada espécie supracitada e o conhecimento de tais informações é imprescindível para os médicos veterinários especializados em pets não convencionais, uma vez que os roedores mantidos como animais de estimação não podem ser tratados de maneira satisfatória utilizando apenas extrapolação dos princípios médicos empregados em carnívoros domésticos.

Portanto, o presente capítulo introduz os temas mais relevantes dentro da medicina de roedores pets, como seus aspectos biológicos, morfológicos e funcionais, abordagens semiológicas e diagnósticas, principais doenças infecciosas e não infecciosas, além de conceitos na terapêutica empregada nas espécies em questão.

  • Objetivos

Ao final da leitura deste capítulo, o leitor será capaz de

 

  • identificar as características biológicas, morfológicas e funcionais das principais espécies de roedores de estimação;
  • elaborar planos de manejo geral para a manutenção domiciliar desses animais peculiares;
  • estabelecer adequadas condutas semiológicas e terapêuticas;
  • identificar as afecções clínicas e cirúrgicas comuns de roedores pets não convencionais comumente atendidos em estabelecimentos veterinários no território nacional.
  • Esquema conceitual
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