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LIDANDO COM PERDAS E LUTO A PARTIR DA TERAPIA COGNITIVO-COMPORTAMENTAL

Adriana Birmann Zilberman

José Ignacio Cruz Gaitán

epub-PROCOGNITIVA-C8V2_Artigo

Objetivos

Ao final da leitura deste capítulo, o leitor será capaz de

  • reconhecer as manifestações comuns do luto;
  • identificar os fatores que dificultam o processo de luto;
  • discutir a conceitualização cognitivo-comportamental para o desenvolvimento do luto complicado;
  • utilizar ferramentas e técnicas da TCC para o manejo do luto complicado.

Esquema conceitual

Introdução

Este capítulo apresenta uma alternativa de conceitualização e intervenção para pacientes lidando com perdas e luto a partir da perspectiva da terapia cognitivo-comportamental (TCC). Serão explicadas algumas ferramentas e técnicas que podem ser implementadas ao longo da intervenção.

O luto é uma experiência normal quando se perde alguém ou algo significativo. Ele gera uma infinidade de respostas emocionais, físicas, cognitivas e comportamentais,1,2 tendo em vista a adaptação às novas condições de vida, transformadas após a perda.

Em uma perspectiva diferente da TCC, no modelo de dois eixos, a experiência de luto pode ser examinada como uma mescla de dois eixos interconectados e interativos: um relacionado com o funcionamento biopsicossocial após a perda e outro relacionado com a experiência cognitiva emocional do vínculo com a pessoa falecida.3 Esse modelo fornece uma estrutura para analisar a vida e o luto da pessoa, as áreas impactadas negativamente e a relação alterada com a pessoa significativa que morreu.4

Entre 2,4 e 6,7% dos casos de luto na população geral podem ter um curso complicado e comprometer o funcionamento cotidiano global.5 A 5ª edição do Manual diagnóstico e estatístico de transtornos mentais (DSM-5) inclui o transtorno do luto complexo persistente, descrito como uma reação grave e persistente de luto que compreende 16 sintomas, organizados em dois grupos: o primeiro é a angústia pela separação e o segundo é dividido em sofrimento reativo à morte e perturbação social e na própria identidade.6

O diagnóstico de transtorno do luto complexo persistente exige que a pessoa tenha sofrido uma perda por morte de alguém com quem tenha tido um relacionamento próximo e apresente, pelo menos, um sintoma de angústia pela separação e seis sintomas adicionais. Além disso, os sintomas precisam se associar ao comprometimento funcional e persistir por, no mínimo, 12 meses após a morte.6

As intervenções da TCC apresentam tratamentos eficazes para o trabalho do luto e do luto complicado.7–10 Elas oferecem ao enlutado a possibilidade de reconhecer e modificar suas cognições que dificultam ou afrontam sua realidade após a perda e que mantêm emoções negativas com comportamentos de enfrentamento pouco ou nada úteis.

A TCC possibilita um tratamento com melhores resultados gerais imediatamente após a intervenção,7 demonstrando uma redução nos sintomas de depressão, ansiedade, trauma e luto complicado em relação a outras abordagens.11

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