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Manejo das medidas de prevenção de infecção de sítio cirúrgico no contexto da emergência

Autores: Adriana Braz, Camila Medeiros dos Santos, Christiany Moçali Gonzalez, Joana de Oliveira Pantoja Freire, Graciele Oroski Paes
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Objetivos

Ao final da leitura deste capítulo, o leitor será capaz de

  • reconhecer a relevância das infecções de sítio cirúrgico (ISCs);
  • compreender os determinantes para a ocorrência de ISC;
  • identificar as medidas de prevenção de ISC aplicadas no período pré-operatório, intraoperatório e pós-operatório;
  • reconhecer a importância do controle de infecção e da inserção do enfermeiro nas ações de prevenção e controle das ISCs nos serviços de emergência e urgência.

Esquema conceitual

Introdução

As ISCs representam grande desafio na prevenção de infecções relacionadas à assistência à saúde (IRAS), ocupando a terceira posição entre todas as infecções em serviços de saúde e compreendendo, no Brasil, 14 a 16% das IRAS encontradas em pacientes hospitalizados.1

Em países desenvolvidos, como os Estados Unidos, essa problemática não é muito diferente quando comparada com a realidade brasileira, uma vez que um estudo recente realizado pelo National Healthcare Safety Network (NHSN) do Centers for Disease Control and Prevention (CDC) demonstrou que as ISCs correspondem a 20% das principais infecções, com um aumento de 4% no ano de 2022 em todas as categorias de procedimentos em comparação ao ano anterior.2

No entanto, a carga global de ISCs permanece desconhecida, dada a falta de dados confiáveis. Estima-se que centenas de pacientes sejam afetados, comprometendo o bem-estar e a ausência laboral.3 Nesse cenário, ainda há elevação substancial dos custos hospitalares e o prolongamento do tempo de internação em 9,7 dias, em média.4 Apesar de serem consideradas as IRAS mais comuns e de maior custo, até 60% das ISCs são passíveis de prevenção, quando aplicadas ações eficazes de medidas preventivas baseadas em evidências científicas.2,4

Diante dos impactos apresentados e considerando a sua evitabilidade, torna-se imprescindível a implementação de medidas de prevenção para mitigar os riscos de ocorrência desse evento nas instituições de saúde, incluindo no contexto da emergência, conforme orienta as diretrizes internacionais da Organização Mundial da Saúde (OMS) e as nacionais da Agência de Vigilância Sanitária (ANVISA).1,5

A implementação dessas estratégias reflete um compromisso global com a segurança do paciente e com a melhoria contínua dos cuidados cirúrgicos, uma vez que essas medidas visam não apenas reduzir as taxas de ISCs, mas também minimizar os riscos de complicações graves, garantindo a qualidade da assistência e promovendo procedimentos cirúrgicos mais seguros.

Nos serviços de emergência e urgência, o enfermeiro, como membro-chave da equipe multiprofissional, exerce um papel central no manejo das ISCs, desde a triagem inicial até o acompanhamento pós-operatório, sendo essencial para a implementação eficaz de medidas preventivas que minimizem os riscos de infecção, garantindo o sucesso das intervenções realizadas em condições muitas vezes adversas.

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