- Introdução
Nas últimas duas décadas, houve um grande avanço no diagnóstico e no tratamento do câncer renal. Novos métodos diagnósticos propiciaram o aumento do número de casos localizados e potencialmente curáveis. Ao mesmo tempo, uma sequência de novos fármacos trouxe sucessivos avanços na sobrevida de pacientes com câncer renal metastático.
A nefrectomia paliativa da era anterior aos imunoterápicos deu lugar à nefrectomia citorredutora (NCnefrectomia citorredutora) combinada com interferon α (IFN-αinterferon α) ou interleucina 2 (ILinterleucina-2) com base em dois estudos prospectivos. Com a introdução da terapia-alvo (TAterapia-alvo), com melhores respostas e menor morbidade, o papel na NCnefrectomia citorredutora passa a ser questionado. Praticamente todos os estudos retrospectivos mostram um ganho de sobrevida com a NCnefrectomia citorredutora antes da TAterapia-alvo.
Recentemente, um estudo prospectivo de não inferioridade (o Cancer du Rein Metastatique Nephrectomie et Antiangiogéniques [CarmenaCancer du Rein Metastatique Nephrectomie et Antiangiogéniques]) mostrou maior sobrevida dos pacientes não submetidos a NCnefrectomia citorredutora. Neste capítulo, são discutidos aspectos relacionados aos estudos, numa análise crítica de quais pacientes com câncer renal metastático podem se beneficiar da NCnefrectomia citorredutora.
- Objetivos
Ao final da leitura deste capítulo, o leitor será capaz de
- analisar o papel da NCnefrectomia citorredutora no tratamento do câncer renal metastático nas últimas duas décadas, com a introdução de novos fármacos;
- discutir a base histórica da utilização da NCnefrectomia citorredutora;
- identificar os riscos e a morbidade associados à NCnefrectomia citorredutora no cenário do câncer renal metastático.
- Esquema conceitual