Objetivos

Ao final da leitura deste capítulo, o leitor será capaz de

• conceituar nutrição esportiva e dieta no esporte;
• determinar o que é uma alimentação equilibrada e saudável no esporte;
• conceituar macro e micronutriente e a sua função no organismo;
• definir o que se espera de uma alimentação de atleta;
• descrever a influência da hidratação e da desidratação na atividade física;
• reconhecer os suplementos nutricionais de maior evidência científica para a melhora do desempenho esportivo;
• identificar comportamentos nutricionais inadequados e encaminhar o atleta ao nutricionista.

Esquema conceitual

Introdução

Videoaula sobre o capítulo

O termo dieta tem origem grega, cujo significado é “maneira de viver”.^1,2 Para muitas pessoas, a palavra dieta remete à ideia de restrição alimentar e à privação de alimentos prazerosos. Todavia, a dieta com conhecimentos nutricionais situa-se muito além do emagrecimento.

Nesse contexto, é importante esclarecer, por exemplo, em que consiste a dieta se não significa restrição calórica, se indivíduos magros também “fazem dieta”, se a pessoa magra é saudável e se toda pessoa que está acima do peso se alimenta mal.

Conforme o termo original já indica, dieta tem a ver com o estilo de vida, a rotina alimentar, os hábitos, horários e padrões alimentares individuais.² Assim, a saúde e o bem-estar são influenciados por aspectos ligados à alimentação, a qual é composta por infinitas combinações de nutrientes que são atribuídas às formas de preparo e ao modo de comer, dadas as características sociais e culturais das práticas alimentares.³ Sendo assim, estar com excesso de peso não é sinônimo de ter alimentação ruim. Da mesma forma, o indivíduo eutrófico ou com baixo peso está longe de ser um perfil de pessoa saudável.²

Emagrecer ou engordar é uma questão de balanço energético, ou seja, é mais uma questão matemática do que nutricional propriamente. Em outros termos, o ganho e a perda de massa corporal serão resultantes da diferença entre a ingestão energética e o gasto energético total diário, correspondendo ao balanço energético positivo ou negativo, respectivamente. Faz-se esse cálculo a partir do conhecimento da caloria (kcal), isto é, da quantidade de energia que determinado alimento consegue fornecer ao ser metabolizado pelo organismo.^2,4

Deve-se elaborar um planejamento dietético (ou dieta) com a combinação de alimentos e preparações de acordo o objetivo individual. No aspecto energético, o planejamento dietético pode ser hipocalórico (quando fornece menos kcal do que a quantia supostamente gasta pelo indivíduo em seu dia), normocalórico (quando a quantidade de kcal fornecidas é igual à quantia de kcal gastas pelo organismo) ou hipercalórico (quando as kcal fornecidas na dieta estão acima do gasto energético total diário, resultando em balanço energético positivo, como promoção de aumento de massa corporal).⁴

No aspecto nutricional, manejos dietéticos (pensando em outros componentes dos alimentos) são necessários para alcançar objetivos distintos, como manter o equilíbrio fisiológico, melhorar o desempenho físico, acelerar a recuperação muscular, postergar a fadiga ou aumentar a imunidade.^2,3 Portanto, a nutrição vai muito além de simples ganho ou perda de massa corporal.

Estudos mostraram que o efeito de melhoria do funcionamento orgânico a partir de uma alimentação variada e equilibrada é superior ao do consumo de nutrientes isolados na forma de medicamentos ou suplementos em decorrência da combinação desses nutrientes e outros compostos químicos presentes na matriz do alimento.^3,4

Além da combinação de alimentos diante dos nutrientes presentes, o plano alimentar deve considerar os tipos de alimentos, de acordo o grau de processamento, que podem trazer prejuízos ou benefícios para o objetivo do indivíduo.³ Portanto, o objetivo principal da dieta (ou plano alimentar) é “nutrir”, oferecer quantidade e variedade suficientes para o perfeito funcionamento do organismo, e assim promover saúde ao indivíduo e, em segundo momento, alcançar objetivos como perda ou ganho de massa corporal.

Neste capítulo, descrevem-se os nutrientes essenciais presentes nos alimentos da dieta, para o indivíduo atleta ou não, bem como os suplementos nutricionais mais encontrados na prática esportiva, com o propósito de traduzir ao fisioterapeuta as principais práticas nutricionais, desenvolvidas pelo profissional responsável, para a melhora do desempenho esportivo.