Objetivos
Ao final da leitura deste capítulo, o leitor será capaz de
- definir os conceitos anatômicos e funcionais relacionados à obstrução infravesical feminina (OIVf);
- listar as diferenças entre a OIVf e a micção fisiológica;
- apresentar as definições clínicas e urodinâmicas propostas para diagnosticar e estadiar a OIVf;
- citar as principais causas da OIVf;
- explicar o quadro clínico da OIVf;
- listar os exames complementares, de forma que viabilizam o diagnóstico e tratamento de OIVf.
Esquema conceitual
Introdução
A OIVf é muito menos frequente do que no sexo masculino. Apesar disso, várias etiologias, critérios diagnósticos e estratégias de tratamento têm sido definidos para essa condição nos últimos anos. Não existe uma definição consensual e os sintomas podem ser muito variados.
De fato, a OIVf raramente se apresenta com sintomas isolados de esvaziamento. Embora jato urinário fraco e esforço miccional possam estar presentes, na maioria das vezes os sintomas de esvaziamento se apresentam como queixa de demora para esvaziar a bexiga, necessidade de urinar agachada, ou, ainda, sensação de esvaziamento incompleto, jato intermitente e dor.
Muitas vezes os sintomas não são sugestivos de obstrução à primeira vista. As mulheres que apresentam sintomas de armazenamento — tais como aumento de frequência, noctúria e urgência miccional — devem ser consideradas suspeitas de apresentarem obstrução infravesical (OIV), principalmente se houver procedimento cirúrgico pélvico prévio. Dessa forma, uma vez afastada a infecção de trato urinário (ITU) e causas inflamatórias, a OIV deve sempre ser investigada. A suspeição da possibilidade de OIVf é fundamental para prosseguir a investigação diagnóstica e para o adequado tratamento futuro.