- Introdução
A dor lombar ou lombalgia é um sintoma decorrente de um espectro de condições clínicas. Tem etiologia diversa e incidência crescente, sobretudo nos países em desenvolvimento. No Brasil, é a segunda doença crônica em prevalência depois da hipertensão arterial, com 17 milhões de brasileiros afetados.1 Acredita-se que mais de 90% das pessoas ao longo da vida vão ter, pelo menos, 1 episódio agudo de dor lombar, e mais de 70% delas terão outras crises subsequentes.2
A lombalgia é a segunda maior causa de afastamento do trabalho, representando uma perda socioeconômica incalculável. Nos Estados Unidos, estima-se que são perdidos cerca de 150 milhões de dias trabalhados por ano, devido à dor lombar, sendo a terceira maior causa de intervenção cirúrgica no país.2,3 A incidência da lombalgia crônica tem aumentado conforme ocorre o envelhecimento populacional e em razão do estilo de vida moderno. Entre 1999 e 2002, representava 14,6%; hoje é de cerca de 30,7% dos norte-americanos.4
A lombalgia pode ser classificada em:5
- aguda – até 6 semanas;
- subaguda – de 6 a 12 semanas;
- crônica – com mais de 12 semanas.
A lombalgia crônica está associada a alguns fatores de risco, como:6
- idade produtiva entre 35 e 55 anos;
- mulheres da raça branca;
- mulheres divorciadas (apresentam maiores riscos que as casadas e as solteiras);
- menor nível socioeconômico;
- indivíduos desempregados, assim como trabalhadores braçais, sobretudo os que realizam movimentos de rotação e flexão do tronco;
- sedentarismo;
- tabagismo.
Altura, peso e presença de escoliose não estão correlacionados à lombalgia e não devem ser tratados como fatores de risco.6 Outros fatores de risco associados à dor lombar são questões psicológicas, como ansiedade, depressão e insatisfação profissional. Receber algum tipo de auxílio-doença ou seguro também está associado com a cronicidade da dor e a refratariedade aos tratamentos.7
- Objetivos
Após a leitura deste artigo, o leitor será capaz de:
- identificar as principais causas de dor lombar;
- reconhecer as modalidades de tratamento conservador e suas evidências;
- discutir as diversas modalidades cirúrgicas tradicionais e minimamente invasivas para o tratamento da dor lombar.
- Esquema conceitual
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1. Mencione diagnósticos diferenciais de dor lombar. Compare sua resposta com o texto a seguir.