Objetivos
Ao final da leitura deste capítulo, o leitor será capaz de
- programar o planejamento familiar na Atenção Primária à Saúde (APS);
- sintetizar a prática cotidiana médica e organizar o fluxo de raciocínio inerente aos múltiplos fatores interligados à contracepção de modo mais seguro e eficaz;
- reconhecer os métodos contraceptivos existentes;
- identificar os cuidados pré-concepcionais essenciais na abordagem ao planejamento familiar;
- elaborar a abordagem na contracepção na APS, destacando comorbidades, indicações e contraindicações de acordo com o perfil de cada paciente.
Esquema conceitual
Introdução
O planejamento familiar é demanda cada vez mais comum nas Unidades de Atenção Primária à Saúde (UAPS), a partir do momento em que se avançou no contexto de presença atuação e da mulher na sociedade, seja nas Universidades, seja no mercado de trabalho. Ter o controle de sua prole, escolher o momento certo de engravidar, evitar gravidez indesejada e ter acesso à informação compõem os direitos sexuais e reprodutivos das mulheres.
Há uma infinitude de meios contraceptivos no mercado, desde os métodos reversíveis até aqueles com desfecho definitivo. O Sistema Único de Saúde (SUS) dispõe de alguns deles, os quais, além de proporcionar uma melhor qualidade de vida, podem favorecer a(o) usuária(o) com segurança, comodidade e autonomia. No entanto fornecer um bom acesso à informação e aos métodos contraceptivos é imprescindível nesse cuidado, sobretudo para garantir adesão, proteção e eficácia.
Considerar, pois, os diversos aspectos decisivos na indicação — e nas contraindicações, a depender do contexto clínico, social e financeiro — é tão importante quanto a decisão de escolha da(o) paciente perante o leque de opções disponíveis. Cabe ao médico um olhar atento a comorbidades, como obesidade, histórico de câncer ou de doença trombótica, bem como tabagismo, diante do manejo no cuidado das pacientes.
As condições clínicas, na individualidade de cada paciente, seus hábitos, seu histórico familiar, sua rotina de vida, seu contexto sócio-financeiro e seus desejos perante a contracepção são alguns dos múltiplos fatores que merecem bastante atenção, visto que, ao contrário, pode ser necessário lidar com o insucesso do planejamento familiar ou, até mesmo, com graves morbidades da mulher.