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PLANEJAMENTO NOS SERVIÇOS DE URGÊNCIA E EMERGÊNCIA

Autor: Pedro Ruiz Barbosa Nassar
epub-BR-PROENF-URG-C9V4_Artigo

Objetivos

Ao final da leitura deste capítulo, o leitor será capaz de

  • reconhecer o processo de planejamento e a importância da gestão da qualidade em serviços de urgência e emergência (SUE);
  • descrever as etapas do planejamento em saúde e os três tipos de planejamento;
  • definir o que são urgências e emergências em saúde pública;
  • definir o atendimento pré-hospitalar (APH);
  • caracterizar as dimensões de qualidade baseadas em Donabedian;
  • reconhecer os métodos e instrumentos de planejamento em urgência e emergência para utilizar a estratégia mais adequada ao objetivo a ser alcançado.

Esquema conceitual

Introdução

O direito à saúde foi reconhecido pela Constituição Federal (CF) de 1988 como direito social (art. 6º, CF), a qual determinou que compete ao Estado sua efetivação. A partir de então, foi necessário estruturar e organizar o setor da saúde, garantindo que os princípios e diretrizes do Sistema Único de Saúde (SUS) fossem observados.¹

Nesse ponto, insere-se a razão do planejamento, que está em otimizar os recursos, agora obrigados à matriz da universalização, para garantir o acesso da população às ações e aos serviços de saúde. O planejamento em saúde é objeto da CF de 1988, inerente a todas as esferas de governo, o que torna imprescindível que os instrumentos estratégicos de gestão sejam aplicados constantemente pelos gestores e profissionais do Sistema Único de Saúde (SUS).2

O planejamento é o ato de criar uma ação e de se preparar para executar uma tarefa, estabelecendo métodos convenientes para atingir um objetivo predeterminado e que representam o destino aonde se quer chegar, definindo metas.

Lewis Carroll, ao escrever Alice no País das Maravilhas, tornou célebre a frase dita pelo Gato Cheshire à personagem principal: “Se você não sabe para onde ir, qualquer caminho serve”.3 Sem metas e objetivos, as pessoas ficam à deriva, sendo levadas pelos ventos e pelas circunstâncias.

Planejar pressupõe pensar antes de agir. Planeja-se quase tudo que se pretende fazer, desde as tarefas mais simples às mais complexas. O planejamento nada mais é do que pensar, refletir e estabelecer o melhor caminho a percorrer antes de agir. O ato de planejar as ações e serviços de uma rede de atenção em saúde tem sua importância, uma vez que eles requerem organização, acesso adequado aos diferentes pontos das redes assistenciais e direcionamento dos serviços por linhas de cuidados.4

É essencial que o enfermeiro se preocupe com o planejamento em saúde. A eficiência dos processos de gestão em saúde pode fazer a diferença nos resultados. Por meio da implementação de métodos de controle de qualidade, os processos poderão ser melhorados para refletir nos resultados e reduzir os custos e as perdas de horas de trabalho.5

Os serviços de urgência e emergência (SUE) são essenciais na assistência em saúde e considerados serviços abertos no SUS. Contudo, há sobrecarga de serviços, em face de inúmeros fatores, dentre eles:6,7

  • demanda excessiva;
  • problemas de estruturação das redes de atenção à saúde;
  • escassez e desajustes no dimensionamento de recursos humanos;
  • escassez de recursos materiais.

A ampla complexidade das práticas de urgência e emergência em saúde se dá principalmente porque sua missão é o cuidado em situações de risco de vida. Para oferecer a assistência, o atendimento humanizado e o acolhimento necessários, uma série de procedimentos logísticos, financeiros e burocráticos está envolvida. Dessa forma, ter estratégias de sistematização e organização das atividades é essencial, o que pode ser concretizado com apoio de métodos de planejamento e das ferramentas de gestão de qualidade em saúde.

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