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PRINCIPAIS AFECÇÕES NO PACIENTE COM HIV/AIDS: SISTEMA NERVOSO CENTRAL

Autores: Péricles Moraes Pereira, Marília de Morais Gonçalves, Arthur de Freitas Ferreira, Felipe Diego Gomes Dantas, Tomás de Andrade Lourenção Freddi
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  • Introdução

Desde o surgimento da síndrome associada ao HIV — a aids —, foram necessários aproximadamente 10 anos para o desenvolvimento de fármacos para o controle da replicação viral e, portanto, da doença. Antes da era da terapia antirretroviral altamente ativa (HAARTterapia antirretroviral altamente ativa), a doença se disseminava no mundo todo, contribuindo para altas taxas de morbidade e mortalidade.

A introdução da HAARTterapia antirretroviral altamente ativa na década de 1990 teve grande impacto no curso da aids, com redução de 20% na mortalidade nos últimos anos, aumento da sobrevida de 10,5 anos para 22,5 anos e redução da incidência de complicações neurológicas, especialmente das relacionadas às infecções oportunistas. Porém, a terapêutica ainda não é amplamente acessível, de modo que o número de pessoas infectadas sem tratamento adequado ainda é considerável em países de baixa renda.1

Em 2010, 34 milhões de pessoas eram portadoras do HIV, 70% delas concentravam-se na África subsaariana, e pouco mais de 50% dessas pessoas eram representadas por mulheres. Esses números persistem altos, sobretudo em países subdesenvolvidos, contribuindo para 1,8 milhão de mortes de indivíduos infectados pela doença ou em decorrência de suas complicações. Ainda assim, o maior acesso à terapia antirretroviral (TARVterapia antirretroviral) encontra-se em países de maior renda socioeconômica.1

Outro fator agravante para o elevado número de mortes de pessoas infectadas pelo HIV é o fato de que a penetração da medicação antirretroviral é variável no organismo, sendo a concentração do fármaco no cérebro consideravelmente baixa em comparação aos níveis plasmáticos, e, ainda, são registrados níveis mínimos quase contínuos de replicação viral no tecido cerebral mesmo com cargas virais séricas do HIV indetectáveis.2

As manifestações neurológicas são comuns e variadas nos pacientes e podem estar relacionadas com infecção primária pelo HIV, distúrbio neurocognitivo associado ao vírus, mielopatia vacuolar, neuropatia periférica ou podem decorrer de estágio avançado da aids. Nos estágios avançados, coexistem doenças oportunistas, como toxoplasmose e tuberculose,3 e neoplasias do sistema nervoso central (SNCsistema nervoso central), como o linfoma primário do sistema nervoso central (LPSNClinfoma primário do sistema nervoso central).4

LEMBRAR

A heterogeneidade de sintomas neurológicos associados à infecção pelo HIV pode atrasar o diagnóstico e o início do tratamento,4 assim os exames de imagem exercem um papel fundamental no manejo dos pacientes.

  • Objetivos

Ao final da leitura deste capítulo, o leitor será capaz de

 

  • descrever as alterações mais frequentes decorrentes da infecção direta pelo HIV;
  • reconhecer as principais infecções oportunistas e neoplasias associadas ao HIV;
  • identificar os principais achados de imagem na síndrome inflamatória da reconstituição imune (IRISsíndrome inflamatória da reconstituição imune);
  • indicar os possíveis achados na infecção pediátrica pelo HIV.

 

  • Esquema conceitual
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