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PRINCÍPIOS PRÁTICOS DE FARMACOTERAPIA GERIÁTRICA

Edgar Nunes de Moraes

Luís Victor de Souza Rosas

Soraya Coelho Costa Barroso

Debora Lorena Vasconcelos Gonçalves

Flávia Lanna de Moraes

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Objetivos

Ao final da leitura deste capítulo, o leitor será capaz de

  • reconhecer as particularidades da farmacocinética, da farmacodinâmica e da farmacogenética no idoso;
  • aplicar os critérios explícitos e os implícitos de prescrição inapropriada de medicamentos;
  • analisar as escalas de avaliação da carga anticolinérgica dos medicamentos;
  • conceituar medicamento inapropriado, potencialmente inapropriado e fútil;
  • definir prescrição apropriada e inapropriada;
  • colocar em prática estratégias de prescrição e desprescrição no idoso, considerando a funcionalidade e as metas terapêuticas.

Esquema conceitual

Introdução

O envelhecimento é acompanhado por diversas alterações estruturais nas células, nos órgãos e nos tecidos, que estão associadas à desregulação dos mecanismos homeostáticos. Além disso, a maior vulnerabilidade do idoso às agressões do meio interno e/ou externo é resultado do somatório de uma série de fatores (hábitos de vida, doenças adquiridas ao longo da vida, fatores genéticos, de risco, associados ao acaso), que se acumulam ao longo do tempo, justificando a grande heterogeneidade de patologias entre os idosos. Uma vez estabelecida, a senilidade (ou envelhecimento patológico) está associada ao uso de diferentes fármacos.1

A resposta do indivíduo aos medicamentos varia ao longo do tempo e se torna difícil de ser plenamente definida em virtude da variabilidade fisiológica entre os idosos. Esses indivíduos dificilmente são incluídos em estudos que avaliam a eficácia e a segurança dos fármacos, principalmente aqueles muito idosos (com mais de 80 anos), frágeis (com declínio funcional estabelecido, ou seja, dependentes para as atividades de vida diária), portadores de comorbidades múltiplas (presença de cinco ou mais condições crônicas de saúde) e com polifarmácia (uso de cinco ou mais fármacos diariamente). Isso torna o processo terapêutico no idoso relativamente imprevisível.1

Nessa faixa etária, percebe-se um encurtamento da distância entre o efeito terapêutico e o efeito adverso de vários medicamentos, além de uma maior dificuldade de adesão, devido à maior prevalência de determinadas condições físicas (imobilidade), psíquicas (depressão, ansiedade, demência) e sociais (insuficiência sociofamiliar).1

É fundamental conhecer os princípios da farmacoterapia geriátrica para a gestão adequada e individualizada dos cuidados de saúde nessa população. A tomada da melhor decisão terapêutica deve ter como base as características clínico-funcionais do idoso e a segurança do medicamento proposto, buscando a melhor relação custo-benefício e o objetivo final de melhorar a vida do paciente.

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