Introdução
A psicoterapia encontra-se no âmbito da saúde. O melhor que já produziu, apesar de inúmeras críticas, foi o Manual de Saúde Mental. Por meio do diagnóstico e da descrição de patologias, todas as teorias encontram um denominador comum. Diferentemente da medicina, uma grande quantidade de investigações em psicologia não conseguiu encontrar enfermidades, isto é, definir de maneira clara a etiologia, a evolução e a resposta a um tratamento de modo conclusivo.
A comorbidade e a heterogeneidade dos pacientes é infinita, como consequência, isso faz com que o diagnóstico careça de sentido para a psicoterapia não centrada em cada qual individualmente. Hoje em dia, o diagnóstico último está em crise, existindo enfoques transdiagnósticos que descartam a ideia do clássico rótulo e abrem a possibilidade de pensar de modo diferente o conceito do eu e da identidade. O objetivo é desenvolver um modelo que permita incluir a pessoa com sua singularidade.
Objetivos
Ao final da leitura deste capítulo, o leitor será capaz de
- analisar uma mudança de paradigma — mudar o foco da permanência do eu como objeto no tempo para a ipseidade;
- realizar a passagem de uma ciência natural como a psicopatologia para uma ciência humanístico-histórica como a psicoterapia;
- aplicar uma psicoterapia mais centrada na pessoa e menos em modelos teóricos predefinidos;
- aplicar uma psicoterapia mais ampla, que envolva o bem-estar e o desenvolvimento pessoal, abandonando o conceito clássico de saúde;
- inferir o conceito de cognição a novos níveis de processamento da informação, no qual o domínio da experiência pré-reflexiva torna-se central no significado dos acontecimentos.