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REABILITAÇÃO ROBÓTICA EM FISIOTERAPIA NO BRASIL: DA FICÇÃO PARA A REALIDADE

Rodrigo Della Méa Plentz

Ariane Gamarra Blauth

epub-BR-PROFISIO-CAR-C7V3_Artigo1

Introdução

A demanda por serviços de reabilitação está crescendo rapidamente com o envelhecimento da população mundial. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), o número de idosos com, pelo menos, 65 anos de idade aumentará 88% nos próximos anos. Esse aumento virá acompanhado da elevação da incidência de disfunções relacionadas à idade, bem como do aparecimento de doenças.1

O indivíduo com deficiência física encontra dificuldades na rotina diária, o que interfere em sua independência e qualidade de vida. Essa deficiência motora, em particular, restringe a mobilidade e as funções motoras, contribuindo significativamente para os custos crescentes na assistência à saúde. Assim, a fisioterapia e a reabilitação tornaram-se essenciais para reduzir a morbidade e a mortalidade ocasionadas por imobilidade, depressão, perda de autonomia e redução da independência funcional.2

No contexto descrito, as dificuldades referidas podem ser reduzidas? De que maneira a tecnologia pode auxiliar nesse processo? Essas perguntas são complexas, e, para tentar respondê-las, cientistas têm se debruçado em pesquisas buscando alternativas na área da reabilitação.3

Os dispositivos robóticos surgem a partir da união de muitas áreas de conhecimento na busca de soluções comuns para a melhora da qualidade de vida das pessoas. Áreas como a engenharia, o design e a ciência da computação, associadas às áreas da saúde, como fisiologia, biomecânica e controle motor, se unem no desenvolvimento de novos produtos e processos. Somados a esses dispositivos, surgiram também os centros de reabilitação especializados que, por meio do conhecimento e da tecnologia, possibilitam a otimização do processo de reabilitação dos pacientes.3

Os primeiros cinco centros mundiais de reabilitação eram focados em3

 

  • estimulação elétrica neuromuscular (EENM);
  • órteses elétricas;
  • próteses;
  • feedback sensorial;
  • performance humana;
  • sistemas de controle para cadeiras de rodas motorizadas.

O surgimento desses centros foi estimulado pela epidemia da poliomielite, pela tragédia da talidomida e pela Guerra do Vietnã, bem como pelo movimento de pessoas deficientes no início dos anos 1970, com suas demandas por “independência, integração e oportunidades de emprego”.3

O exercício físico, ponto-chave no processo de reabilitação, considerado um dos mais poderosos moduladores de saúde e bem-estar humano, ainda se apresentava pouco frequente, uma vez que pessoas com deficiência possuíam dificuldade de acessar centros de reabilitação. Além do mais, a partir da década de 1980, novos achados científicos sobre a plasticidade neural de pacientes crônicos levantaram a questão de como a tecnologia poderia promover a recuperação ideal da função.3

LEMBRAR

A utilização de robôs no atendimento ao paciente foi evoluindo de uma reabilitação assistiva para pessoas com deficiência em direção a procedimentos específicos, como a recuperação da função, que também utiliza a tecnologia para suportar e aumentar a produtividade e a eficiência dos terapeutas, visando à recuperação dos pacientes. Esse aumento de produtividade e eficiência da reabilitação robótica destaca-se como uma solução viável para o aumento do número de casos de doenças causadoras de deficiências motoras e o consequente aumento dos custos de tratamento.3

A fisioterapia e a reabilitação robótica são um campo relativamente novo e em rápido crescimento no ambiente científico e clínico.3 Com isso, verifica-se a necessidade, bem como a oportunidade do desenvolvimento de novas tecnologias para auxiliar na recuperação de indivíduos com alterações funcionais. No Brasil, esse processo está em curso principalmente em centros de referência das principais capitais brasileiras.

Objetivos

Ao final da leitura deste capítulo, o leitor será capaz de

 

  • reconhecer a relevância da reabilitação robótica no contexto atual da sociedade;
  • identificar as etapas da reabilitação em que a robótica pode ser incluída, oferecendo maior eficácia no tratamento;
  • diferenciar os tipos de dispositivos robóticos e suas aplicações;
  • planejar a indicação de um dispositivo robótico de acordo com determinada doença.

Esquema conceitual

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