- Introdução
A infecção pelo vírus Zika é uma realidade recente no Brasil. Durante a gestação, a infecção pode acometer os fetos e os recém-nascidos (RNrecém-nascidos) de diversas formas. A avaliação e a triagem precoces dessas crianças, desde a idade neonatal, é capaz de detectar a necessidade de um acompanhamento mais próximo.
São escassas as descrições da fisioterapia especificamente voltadas para essas crianças; entretanto, o quadro funcional que as acomete muito se assemelha ao das crianças com paralisia cerebral. Assim, com base na neuroplasticidade e nas teorias de controle e aprendizado, os princípios para o tratamento fisioterapêutico podem ser adaptados para a assistência dos pacientes infectados pelo vírus Zika.
Partindo desse pressuposto de similaridade, a avaliação da respiração deve fazer parte da assistência fisioterapêutica, visto que, sabidamente, as alterações tônicas podem causar distúrbios restritivos e/ou mistos e levar a comorbidades de natureza respiratória, podendo reduzir a expectativa de vida do paciente.
É imperioso e urgente reconhecer as repercussões dessa infecção e criar rotinas de assistência multiprofissionais para os RNrecém-nascidos.
- Objetivos
Ao final da leitura deste capítulo, o leitor será capaz de
- definir e contextualizar a infecção pelo vírus Zika no Brasil;
- reconhecer as repercussões clínicas subsequentes à infecção pelo vírus Zika durante a gestação;
- identificar as consequências da infecção pelo vírus Zika no sistema neurológico e em outros sistemas;
- definir a síndrome zika congênita;
- classificar os princípios básicos da fisioterapia em crianças acometidas pela síndrome zika congênita;
- atualizar-se sobre o protocolo assistencial com fluxo de encaminhamentos para crianças acometidas pela síndrome zika congênita em ambulatório de follow-up.
- Esquema conceitual