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RONCO PRIMÁRIO E SÍNDROME DA APNEIA OBSTRUTIVA DO SONO: TRATAMENTO FONOAUDIOLÓGICO

Autores: Yasmin Salles Frazão, Silvia Manzi, Lilian Krakauer
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Objetivos

Ao final da leitura deste capítulo, o leitor será capaz de

 

  • identificar os distúrbios do sono em crianças e adultos;
  • classificar os tipos de distúrbios respiratórios do sono (DRSs);
  • identificar os principais sinais e sintomas dos distúrbios do sono — anatômicos e funcionais;
  • reconhecer quais casos devem ser encaminhados para o fonoaudiólogo.

Esquema conceitual

Introdução

O sono é essencial para a manutenção da qualidade de vida, isto é, da saúde física e mental. Para uma boa noite de sono, é importante um ótimo período de vigília. Essa afirmação torna-se cada vez mais verdadeira à medida que as pesquisas na área da medicina do sono avançam.1

A maioria dos seres humanos passa um terço de suas vidas dormindo. Durante o sono, ocorrem a consolidação da memória, o aprendizado e a ativação do sistema linfático, responsável pela drenagem de resíduos e substâncias tóxicas, como as moléculas β-amiloide e TAU, associadas à doença de Alzheimer.1

Alterações como privação do sono e sono agitado e fragmentado impactam negativamente nos níveis cognitivo e orgânico. A American Academy of Sleep Medicine (AASM)2 classifica os diversos distúrbios do sono, entre os quais estão os DRSs, foco da atuação fonoaudiológica.

Os DRSs são uma doença multifatorial; por isso, para uma intervenção de excelência, é necessária a atuação de profissionais de diferentes áreas da saúde, como Medicina, Odontologia, Fonoaudiologia, Psicologia, Fisioterapia, configurando um tratamento multiprofissional interdisciplinar.

A intervenção fonoaudiológica em pacientes com DRSs é recente — o primeiro estudo randomizado foi publicado em 2009.3 No entanto, o escopo da atuação do fonoaudiólogo do sono ultrapassa a terapia miofuncional orofacial (TMO), em que são executados exercícios com músculos orofaciais, orofaríngeos e um treinamento funcional para adequação das funções de respiração, mastigação e deglutição.3–6

A intervenção compreende também a avaliação de linguagem, fala, audição e voz, uma vez que podem estar comprometidas em consequência de distúrbios do sono em geral (insônia, parassonias, entre outros). Nesses casos, o fonoaudiólogo realiza a reabilitação da linguagem, fala, audição e voz, porém o tratamento dos distúrbios do sono cabe ao psiquiatra ou ao neurologista especializado em medicina do sono, tendo em vista que o fonoaudiólogo atua diretamente com a TMO quando se referir a um DRSs.

O caráter multifatorial exige dos profissionais envolvidos nesse tratamento conhecimento sobre a fisiopatologia da doença, os diferentes fatores de causas e, dependendo dessa avaliação, as diversas possibilidades terapêuticas para oferecer melhor qualidade de vida e saúde para o paciente. Neste capítulo, são abordados os tipos de intervenção fonoaudiológica nos DRSs.3–6

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