Objetivos
Ao final da leitura deste capítulo, o leitor será capaz de
- destacar os aspectos conceituais da fragilidade em idosos;
- descrever o consenso brasileiro de fragilidade em idosos no que se refere ao conceito e aos instrumentos de avaliação;
- discutir a relevância da avaliação, da identificação e do monitoramento da síndrome da fragilidade em idosos na atenção primária à saúde;
- reconhecer a necessidade dos cuidados multidimensionais à pessoa idosa na atenção primária à saúde.
Esquema
Introdução
No Brasil, o rápido envelhecimento da população e o aumento da longevidade trouxeram significativas mudanças epidemiológicas, com maior carga de doenças crônicas e incapacitantes. Tais condições clínicas podem expor a pessoa idosa ao estado de vulnerabilidade, característica elementar da síndrome da fragilidade, condição essa identificada pela diminuição da força e da resistência e pela redução da função fisiológica.
A síndrome da fragilidade está diretamente associada a maior risco de incapacidade funcional, queda, hospitalização, institucionalização e óbito. Portanto, revela-se como um problema de saúde pública, ao se considerarem as repercussões na qualidade de vida do idoso, da família e do cuidador e nos serviços de saúde.
Diante desse contexto, torna-se imprescindível o desenvolvimento de ações de identificação precoce e rastreio, em particular na atenção primária à saúde (APS), considerada a porta de entrada do Sistema Único de Saúde (SUS).
Desse modo, faz-se necessário compreender os aspectos conceituais e instrumentais de avaliação e identificação da fragilidade, com o intuito de priorizar o cuidado e planejar ações de saúde e, por conseguinte, garantir a manutenção e a recuperação da independência e da autonomia do idoso na comunidade.