Introdução
O avanço tecnológico iniciado como forma de melhorar o processo de produção nas indústrias teve um impacto direto no cotidiano do ser humano. Ao mesmo tempo que a automatização aprimorava a capacidade de produção, ela instigava os anseios humanos por maior riqueza e conhecimento. Uma importante consequência dessa escolha foi a piora na qualidade de vida relacionada à saúde, decorrente da adoção de um estilo de vida cada vez mais sedentário e de outros hábitos não saudáveis. Um exemplo dos efeitos dessa evolução é a necessidade que o homem moderno tem de realizar muitas atividades em um curto período, muitas vezes de forma simultânea.1
O anseio pelo avanço tecnológico colocou à prova os limites físicos e psicológicos dos seres humanos. Isso levou à necessidade de adaptar a tecnologia desenvolvida para a ampliação da produtividade voltada a recursos para tratar suas consequências.1 A inteligência artificial (IA) é a área do conhecimento que foi criada para atender a essa demanda da humanidade.2
A IA é o campo do conhecimento que tem como objetivos estudar, desenvolver e utilizar ferramentas matemáticas, de informática e robóticas para realizar atividades humanas de maneira autônoma, mediante a utilização de algoritmos matemáticos capazes de analisar e aprender com os bancos de dados disponíveis, a fim de estimar ou prever os desfechos-alvo.2
Apesar de os conceitos de IA ainda serem abstratos para a maioria da população, dispositivos com essa tecnologia estão amplamente presentes no cotidiano, como
- tecnologias vestíveis — relógios inteligentes, camisetas inteligentes, outros acessórios inteligentes;
- ferramentas de reconhecimento de voz — Google Tradutor, sistema de posicionamento global (em inglês, global positioning system [GPS]), assistentes virtuais (Alexa, Siri, entre outras);
- sistemas de automação de casas e automóveis;
- smartphones.
A ampla utilização de tecnologias de IA vem atingindo todas as áreas do conhecimento, inclusive a da saúde. Nessa área, as ferramentas de IA são utilizadas tanto para auxiliar na gestão quanto para apoiar todos os níveis de atenção (promoção, prevenção, tratamento e reabilitação).
Objetivos
Ao final da leitura deste capítulo, o leitor será capaz de
- reconhecer como a IA pode ajudar os profissionais de saúde em sua prática clínica;
- identificar os principais algoritmos de IA utilizados para a avaliação, o diagnóstico fisioterapêutico e o tratamento/a reabilitação, com ênfase na área de fisioterapia cardiovascular;
- discutir questões legais e éticas por trás da utilização da IA.