- Introdução
A terapia cognitiva (TCterapia cognitiva), criada por Aaron Beck, iniciou sendo aplicada em pacientes deprimidos nos anos 1960. Desde então, evidências de sucesso têm sido encontradas em diferentes transtornos psiquiátricos, inclusive para o tratamento de dependentes químicos.
O tratamento para a dependência química é muito similar ao tratamento cognitivo da depressão,1 da ansiedade2 e dos transtornos de personalidade,3 pois se fundamenta na teoria de que o afeto e o comportamento de um indivíduo são, em grande parte, determinados pelo modo como ele interpreta e estrutura as situações.
Conforme Beck,4 uma importante hipótese é que a dependência química é, em grande parte, aprendida e pode ser modificada por meio de técnicas cognitivas e comportamentais.
A terapia cognitivo-comportamental (TCCterapia cognitivo-comportamental) para o tratamento da dependência química demonstrou eficácia em diversos estudos,5-7 nos quais o principal objetivo do tratamento é a mudança do comportamento disfuncional por meio de uma reestruturação cognitiva, focando na redução dos sintomas. Os pensamentos e as crenças, muitas vezes distorcidos ou supervalorizados, podem manter o comportamento aditivo, fazendo com que o ciclo do uso de drogas se perpetue. O enfoque da TCCterapia cognitivo-comportamental prioriza a compreensão do uso de drogas a partir da aprendizagem e do manejo das crenças do paciente, porque essas crenças podem facilitar e/ou manter o uso de drogas.8
- Objetivos
Ao final da leitura deste artigo, o leitor será capaz de
- reconhecer a TCCterapia cognitivo-comportamental para o tratamento da dependência química;
- identificar os modelos derivados e complementares à TCCterapia cognitivo-comportamental para dependência química;
- revisar a modalidade grupal;
- reconhecer os desafios no atendimento de pacientes com dependência química.
- Esquema conceitual
