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TERAPIA NUTRICIONAL ENTERAL AO PACIENTE CRÍTICO

Autor: Sandra Regina Justino
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Objetivos

Ao final da leitura deste capítulo, o leitor será capaz de

 

  • relacionar as alterações metabólicas e fisiológicas do paciente crítico que podem comprometer o estado nutricional;
  • identificar a necessidade de estabelecer o risco nutricional e o diagnóstico nutricional;
  • explicar a importância da terapia nutricional enteral (TNE) precoce;
  • identificar as alterações fisiológicas que podem limitar a oferta de nutrição plena na fase aguda da doença grave;
  • relacionar as recomendações e as limitações para a oferta de energia, macro e micronutrientes e fluido ao paciente crítico;
  • discorrer sobre as considerações referentes ao microbioma, probióticos, prebióticos/fibras;
  • discutir a otimização, a monitoração da TN e a alta da unidade de terapia intensiva (UTI) do paciente crítico.

Esquema conceitual

Introdução

A TN tem seu lugar de destaque no cuidado ao paciente crítico porque a desnutrição na UTI pode ocorrer em 50% dos casos.1 Deve-se considerar que muitos pacientes já são hospitalizados com importante perda de massa muscular, condição que predispõe a piores resultados.2–4

Demonstrou-se que perda muscular, no estágio inicial da doença, é fator de risco para a mortalidade, independentemente do sexo e do Acute Physiology and Chronic Health Evaluation II (APACHE II).2

Os pacientes críticos cursam com elevada resposta inflamatória sistêmica, orquestrada por diversos mediadores pró-inflamatórios, que, entre outras consequências, podem promover 1,5–7

 

  • estresse oxidativo;
  • proteólise intensa;
  • resistência à insulina (RI);
  • hiperglicemia;
  • gliconeogênese;
  • alteração no gasto energético (GE).

Como resultado, durante a internação na UTI, pode haver perda expressiva de tecido muscular,1,5–7 o que se soma a déficits nutricionais quando preexistentes.1

A desnutrição associada à doença aguda, além da perda muscular, provoca atraso na cicatrização, falha no desmame do suporte ventilatório, possibilidade de elevação na taxa de infecção e tempo de estadia hospitalar maior.2

Estudos vêm demonstrando que a TN pode modular favoravelmente a resposta inflamatória8–10 e melhorar desfechos,11–13 entre eles, destacam-se redução da mortalidade e melhora da qualidade de vida (QV).13–15 Os pacientes em risco nutricional podem se beneficiar com TN intensa.16

O volume a ser administrado, o momento para início, suspensão e/ou evolução da TN devem ser baseados nas condições clínicas do paciente de forma individualizada, considerando a fase do tratamento em que se encontra.17

Este capítulo direciona-se à população de pacientes críticos adultos (com 18 anos de idade ou mais) e se embasa nas últimas publicações realizadas até o momento, de acordo com as questões apresentadas nas diretrizes publicadas pela associação nacional Brazilian Society of Parenteral an Enteral Nutrition (BRASPEN)18 e pelas associações internacionais American Society for Parenteral and Enteral Nutrition and Society of Critical Care Medicine (ASPEN/SCCM),19,20 European Society for Clinical Nutrition and Metabolism (ESPEN)4 e Canadian Clinical Guidelines Group (CANADA),21 além de outras publicações pertinentes.

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