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TESTES PSICOMÉTRICOS NA PRÁTICA DA MEDICINA DO TRABALHO

Cristiane Benedetti Chammas

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Objetivos

Ao final da leitura deste capítulo, o leitor será capaz de

  • identificar os testes psicométricos como importante apoio nos processos decisórios empresariais na busca por um diagnóstico mais completo e assertivo;
  • definir o que são testes psicométricos, como são validados e a relevância prática deles;
  • destacar a importância da habilidade na escolha do teste adequado e do tipo de constructo avaliado nos principais testes psicométricos utilizados nas empresas;
  • considerar os aspectos éticos da utilização de teste psicométricos;
  • explicar como funcionam os principais instrumentos psicométricos utilizados e sua forma de validação;
  • descrever como a atuação do psicólogo do trabalho pode ser importante para auxiliar na acurácia diagnóstica de um processo de avaliação, atuando concomitantemente com o médico do trabalho.

Esquema conceitual

Introdução

Imagine o seguinte cenário: um candidato está em um processo admissional e precisa ser avaliado para uma vaga de operador de empilhadeira em uma indústria. Alguns pré-requisitos, fora a capacitação técnica (que já foram verificados pela área de seleção de pessoal e/ou pela segurança do trabalho), precisam ser averiguados pelo médico do trabalho, ou seja, o candidato precisa ter algumas condições físicas mínimas (por exemplo, boa visão e boa coordenação motora) para atuar na função que engloba, entre outras coisas, dirigir, manobrar e operar uma empilhadeira, transportando o material, no meio de uma fábrica ou galpão com outros trabalhadores no local.

Assim, considerando apenas um pré-requisito físico necessário (a boa visão), para exemplificar a complexidade da avaliação, é imprescindível, além da entrevista inicial médica, algum instrumento que possa aferir de forma isenta a boa visão do candidato, pois o médico do trabalho, por mais experiente e capacitado que seja, quando avalia uma condição física levando em conta apenas uma fonte de informação (nesse caso, considerando-se a entrevista como essa fonte), poderá ser direcionado a um diagnóstico menos preciso.

Uma solução para aumentar a acurácia do diagnóstico médico é a utilização de instrumentos menos suscetíveis à influência da percepção humana, os exames físicos, e, nesse exemplo, um exame oftalmológico específico dá informações que validam ou não a hipótese diagnóstica inicial do médico, além de fornecer mais dados sobre a saúde física do candidato, sendo, assim, um excelente instrumento para aumentar a assertividade do processo avaliativo.

Além dos pré-requisitos físicos, o candidato à vaga de operador de empilhadeira precisa de algumas capacidades psíquicas, por exemplo, boa atenção para atuar de forma eficiente e segura dentro da fábrica, preservando, inclusive, a sua vida e a dos demais trabalhadores. Para mensurar as capacidades psíquicas, os psicólogos também têm instrumentos isentos da percepção humana e, de forma semelhante ao médico do trabalho, capazes de aumentar a precisão diagnóstica.

Se o psicólogo utiliza como critério de avaliação apenas instrumentos que dependam da sua experiência e percepção, por exemplo, entrevistas, dinâmicas de grupo e técnicas de observações, que, apesar de serem fontes riquíssimas de informações, podem ser “contaminadas” pela própria condição humana de análise, ele corre o risco de realizar um diagnóstico menos preciso.

Nesse caso, a “lente” do psicólogo pode direcioná-lo para uma avaliação, muitas vezes, influenciada por aspectos não conscientes, e, assim como o médico, ele, psicólogo, pode mudar esse cenário e aumentar a chance de acurácia de seu diagnóstico, empregando, além dos instrumentos mencionados, os instrumentos neutros e com alta confiabilidade e validação estatística, que são denominados testes psicométricos.

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