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TORÇÃO DE TESTÍCULO: DO DIAGNÓSTICO AO TRATAMENTO ATUAL

Autores: Rodrigo Lessa Pena Nascimento, Claudio Ferreira Borges
epub-PROUROLOGIA-C5V1_Artigo3

Objetivos

Ao final da leitura deste capítulo, o leitor será capaz de

  • explicar a epidemiologia, os fatores etiológicos e a fisiopatologia da torção testicular (TT);
  • destacar os principais sinais e sintomas de TT, a importância do diagnóstico clínico e os principais diagnósticos diferenciais;
  • apresentar os aspectos que influenciam na tomada de decisões no manejo da TT;
  • identificar os pontos importantes relacionados à exploração cirúrgica da TT;
  • descrever os aspectos médico-legais relacionados à cirúrgica da TT.

Esquema conceitual

Introdução

A TT é uma emergência urológica comum que resulta em isquemia testicular, a qual decorre da interrupção do seu fluxo sanguíneo como consequência da torção aguda do cordão espermático.1 Corresponde a aproximadamente 17 a 35% dos pacientes com escroto agudo e afeta até 4,5 a cada 100 mil homens abaixo de 25 anos de idade, com pico de incidência entre o período perinatal e a puberdade.2

O tempo é o principal fator prognóstico no manejo do paciente com TT, sendo crucial nas chances de preservação testicular e no desfecho tardio. As taxas de sucesso da cirurgia realizada em até 4 a 8 horas do aparecimento dos sintomas são de 90 a 100%, mas após 12 horas reduzem para 50% e após 24 horas para apenas 10%.3

O atual padrão-ouro da investigação e do tratamento é a exploração escrotal de emergência. Muitos casos de TT não necessitam de exames de imagem para confirmar a indicação de intervenção cirúrgica, especialmente quando a história e o exame físico forem muito sugestivos. A ultrassonografia com Doppler colorido (USD), no entanto, permanece como exame radiológico de primeira linha na avaliação de um paciente com escroto agudo.4

No intraoperatório, se o testículo for viável após a destorção, então é realizada sua fixação e, normalmente, o testículo contralateral também é fixado. Caso o testículo seja inviável, uma orquiectomia é indicada. Todavia, os achados durante a exploração escrotal podem variar e ser ambíguos, de forma que o cirurgião pode ser levado a tomar decisões intraoperatórias de maior grau de complexidade.5

Infelizmente, após a exploração cirúrgica, em torno de um terço dos testículos será considerado não viável e uma orquiectomia deverá ser realizada.6

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