- Introdução
O trauma tem sido uma das causas de morbidade e mortalidade e considerado um problema de saúde pública. O que causa mais vítimas é o trauma craniencefálico (TCEtrauma craniencefálico), principal causa de morte entre pessoas de 1 a 44 anos. Ao se tratar de classificação, o TCEtrauma craniencefálico inclui fraturas de crânio e lesões intracranianas, tais como contusões, hematomas, lesões difusas e inchaço resultante de edema.
O TCEtrauma craniencefálico implica em qualquer agressão que provoque lesão anatômica ou alteração funcional do couro cabeludo, crânio, meninges ou encéfalo, e, quanto à intensidade, o TCEtrauma craniencefálico pode ser classificado em grave, moderado ou leve.1
Vários métodos e modelos, com diversas variáveis, têm sido publicados para avaliar o prognóstico no TCEtrauma craniencefálico: escala de coma de Glasgow (ECGescala de coma de Glasgow), idade, tipo de trauma, imagens tomográficas, reações pupilares, pressão intracraniana (PICpressão intracraniana), pressão de perfusão cerebral (PPCpressão de perfusão cerebral), entre outros. Não obstante, os resultados no TCEtrauma craniencefálico dependem das condições clínicas do trauma e das lesões associadas, do tempo decorrido entre o trauma e o tratamento, da presença de efeito de massa e de edema, da hipertensão intracraniana (HIChipertensão intracraniana), das condições prévias do indivíduo e de sua idade e função cardiorrespiratória.
A assistência de enfermagem referente ao TCEtrauma craniencefálico configura-se na contínua atenção dispensada aos pacientes. Para isso, faz-se necessário que haja a capacitação e a fundamentação teórica na realização das atividades que são necessárias para o atendimento das necessidades dos pacientes que se encontram em ambiente intra-hospitalar. Nos casos em que há risco iminente de sequelas e morte, o processo de cuidar em enfermagem deve ser realizado de maneira rápida, precisa e objetiva, visando, assim, ao atendimento das necessidades dos pacientes de forma a propiciar-lhes condições favoráveis de recuperação.
Para tal, o processo de enfermagem, elementar ao cuidado sistematizado e dinâmico, deve compreender as seguintes fases:
- investigação;
- diagnóstico;
- planejamento;
- implementação;
- avaliação.
Este artigo abordará de maneira sistemática aspectos sobre a epidemiologia do TCEtrauma craniencefálico, traçando um breve direcionamento da anatomia e da fisiologia craniencefálica e apresentando a classificação, o prognóstico e o tratamento do TCEtrauma craniencefálico.
A fim de evidenciar as implicações para a assistência de enfermagem nos cenários de emergência intra-hospitalar, o artigo descreverá como o processo de enfermagem orienta o profissional na elaboração de diagnósticos, intervenções e resultados de enfermagem no atendimento emergencial à vítima do TCEtrauma craniencefálico.
- Objetivos
Ao final da leitura deste artigo, o leitor será capaz de
- descrever aspectos epidemiológicos relacionados com o TCEtrauma craniencefálico;
- nomear as particularidades e as especificidades anatomofisiológicas do TCEtrauma craniencefálico e correlacionar tais aspectos com a assistência de enfermagem emergencial no âmbito intra-hospitalar;
- distinguir entre as principais lesões decorrentes do TCEtrauma craniencefálico;
- apontar os diagnósticos de enfermagem (DEdiagnóstico de enfermagems), os resultados e as intervenções de enfermagem que podem ser evidenciados em pacientes com TCEtrauma craniencefálico;
- realizar uma abordagem adequada dos sinais e sintomas das lesões apresentadas;
- identificar as medidas necessárias para a prevenção de complicações decorrentes do TCEtrauma craniencefálico;
- desempenhar o tratamento estabelecido para o TCEtrauma craniencefálico considerando a gravidade do quadro neurológico.
- Esquema conceitual