Objetivos

Ao final da leitura deste capítulo, o leitor será capaz de

• definir o que é TMI;
• reconhecer os mecanismos anotomofisiológicos envolvidos no TMI;
• diferenciar os objetivos de treinamento;
• indicar corretamente o TMI na população pediátrica;
• avaliar corretamente a força muscular inspiratória na população pediátrica;
• utilizar dispositivos de avaliação e de treinamento dos músculos inspiratórios;
• realizar o TMI em pediatria na prática clínica;
• otimizar o tratamento de TMI na pediatria com estratégias lúdicas.

Esquema conceitual

Introdução

A respiração é o processo fisiológico mais importante do ser humano, desde o início da vida. Os músculos respiratórios são os únicos do organismo que, em condições fisiológicas, não param de se contrair em nenhum momento, nem mesmo no sono REM.¹ Entretanto, pelo fato de a respiração ser um processo involuntário, só se nota a devida importância desses músculos quando eles passam a não suprir a demanda ventilatória, tornando a respiração um ato consciente, devido à experiência assustadora da dispneia.

Em pediatria, diversas situações clínicas podem cursar com sobrecarga dos músculos respiratórios, quer por uma redução na sua capacidade (fraqueza), quer por um aumento na carga (demanda elevada). Consequentemente, a criança pode evoluir para quadros de insuficiência respiratória, disfunção ventilatória no sono ou mesmo na vigília, baixa tolerância ao exercício ou às atividades de vida diária (AVDs) e dificuldade no desmame ventilatório. Tais situações incluem condição crítica, ventilação mecânica invasiva (VMI), doenças pulmonares ou cardiovasculares, doença renal e doenças neuromusculares e genéticas, entre outras.2–10

A terapia capaz de fortalecer os músculos respiratórios no paciente pediátrico e de reverter o desfecho negativo nas referidas situações, o treinamento muscular inspiratório (TMI), é conduta exclusiva do fisioterapeuta, e a proposta deste capítulo é fornecer uma visão geral da aplicabilidade dessa importante ferramenta da fisioterapia.