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USO DA REALIDADE VIRTUAL NO PRÉ E PÓS-OPERATÓRIO DE CARDIOPATIAS CONGÊNITAS

Nelson Francisco Serrão Júnior

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Objetivos

Ao final da leitura deste capítulo, o leitor será capaz de

 

  • reconhecer as cardiopatias congênitas (CCs), suas formas de apresentação, técnicas e recursos fisioterapêuticos na abordagem pré e pós-operatória;
  • identificar os tipos de realidade virtual (RV), seu histórico na reabilitação, formas de aplicação, objetivos, equipamentos, tipos de jogos e emprego como forma coadjuvante ao tratamento fisioterapêutico convencional em pediatria cardiovascular;
  • identificar as formas de tratamento coadjuvante no tratamento de crianças no pré e pós-operatório de cirurgias cardíacas, no ambiente ambulatorial e hospitalar, relacionadas à RV;
  • indicar o uso da RV, tanto no pré-operatório quanto no pós-operatório de cirurgias cardíacas pediátricas, elucidando seus objetivos, formas de aplicação, tipos de equipamentos, jogos e validação para reabilitação.

Esquema conceitual

Introdução

A prevalência de CCs está entre 8 e 10 crianças por mil nascidos vivos. Estima-se o surgimento de 28.846 novos casos de CCs no Brasil por ano.1

As doenças crônicas na infância (em especial, as cardíacas) são as principais causas de hospitalizações frequentes e prolongadas com elevados índices de mortalidade e alterações do desenvolvimento ponderoestatural, levando a atrasos e prejuízos no desenvolvimento neuropsicomotor (DNPM), que podem ser transitórios ou não, dependendo do tipo de CC, do número de estruturas cardiovasculares acometidas, assim como da gravidade da doença.2

Podem ser observadas também alterações na absorção de nutrientes pelo corpo da criança, afetando o estado nutricional e gerando um baixo desenvolvimento global, sobretudo sobre o sistema musculoesquelético.3

O estímulo ao exercício físico por meio da RV nas diferentes doenças cardíacas em que a limitação cardiopulmonar, assim como limitações físicas e motoras são visualizadas, atualmente, conta com uma nova ferramenta na qual jogos interativos têm sido utilizados para qualificar o trabalho de reabilitação física por meio de videogames e RV em tratamentos fisioterapêuticos, como recurso coadjuvante e com potencial utilização nos dias de hoje.

A exploração de aplicações compostas por cenas e situações simuladas com videogames faz com que a criança acredite estar em uma realidade alternativa, sendo possível, assim, a associação de comportamentos e reações a objetos e situações virtuais, o que permite a integração do usuário com o ambiente virtual.4

A RV é um recurso que poderá contribuir para:5

 

  • melhora da propriocepção do paciente e da coordenação motora grossa e fina;
  • fortalecimento da musculatura;
  • estímulo da atividade cerebral;
  • aumento da capacidade de concentração e equilíbrio, da força muscular e dos níveis de oxigenação.