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USO DE MEDICAMENTOS NO CONTEXTO DA CIRURGIA BARIÁTRICA

Autores: Filipe Carvalho Matheus, Sabrina dos Santos Serafim Fogaça, Marina Raijche Mattozo Rover
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Objetivos

Ao final da leitura deste capítulo, o leitor será capaz de

 

  • descrever as medidas necessárias para a prevenção e o manejo do sobrepeso e da obesidade;
  • analisar as influências da cirurgia bariátrica na absorção de medicamentos;
  • identificar os principais aspectos para a atuação do profissional farmacêutico como membro da equipe multidisciplinar no âmbito hospitalar;
  • reconhecer os aspectos mais importantes para o cuidado farmacêutico de pacientes submetidos à cirurgia bariátrica no nível ambulatorial.

Esquema conceitual

Introdução

A obesidade é uma doença crônica e multifatorial relacionada a fatores nutricionais, genéticos, culturais, psicossociais e comportamentais.1 A prevalência de obesidade tem aumentado de maneira epidêmica em todas as faixas etárias nas últimas quatro décadas, e, atualmente, representa um grande problema de saúde pública no mundo.

A obesidade é, em parte, relacionada ao consumo excessivo de alimentos ultraprocessados, ao sedentarismo e ao sono insuficiente, mas também já foi demonstrado que aspectos da vida intrauterina, uso de medicamentos e fatores hormonais estão fortemente relacionados. Assim, alguns desses fatores, como os genéticos, os hormonais e os relacionados ao ambiente em que se está inserido, não estão sob o controle do ser humano, o que aumenta o desafio de perder peso.2

Uma vez que a obesidade está relacionada ao aumento do risco de outras doenças, como as do coração, diabetes melito (DM), hipertensão arterial sistêmica (HAS) e diversos tipos de câncer, reduzindo a qualidade e a expectativa de vida dessa população, o diagnóstico e o tratamento oportunos são essenciais para prevenir complicações.2

O manejo clínico deve ser realizado por uma equipe multidisciplinar, que avalia periodicamente as intervenções pactuadas com o paciente. Entre os recursos terapêuticos utilizados, incluem-se o uso de medicamentos, as dietas de baixas calorias, as atividades físicas, o suporte psicológico e as mudanças culturais. Nos casos em que essas medidas não forem efetivas, o recurso indicado é a cirurgia bariátrica, recomendada para indivíduos que apresentam obesidade sem resposta a tratamentos prévios, de acordo com a avaliação dos riscos e dos benefícios que essa intervenção pode apresentar para determinado paciente.3

Considerando a complexidade dessa condição clínica, independentemente da opção terapêutica adotada, a dificuldade da manutenção e da perda de peso em longo prazo, e as melhorias significativas nos parâmetros cardiovasculares e metabólicos, com a perda de peso sustentada, sugere-se um cuidado integral e longitudinal, por meio de abordagens individuais e coletivas. No processo de cuidado, devem ser considerados os determinantes e as condicionantes, sem culpabilização, estigmatização e discriminação da pessoa ou de sua família.4

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