Entrar

Esse conteúdo é exclusivo para assinantes do programa.

A ATUAÇÃO DO PSICÓLOGO COGNITIVO-COMPORTAMENTAL EM CIRURGIA PEDIÁTRICA

Autores: Camilla Volpato Broering, Fernanda Pasquoto de Souza, Mara Cristiane von Muhlen
epub-PROCOGNITIVA-C11V2_Artigo3

OBJETIVOS

Ao final da leitura deste capítulo, o leitor será capaz de

  • identificar o papel do psicólogo no contexto hospitalar;
  • compreender as questões emocionais primordiais inerentes à hospitalização da criança;
  • reconhecer a importância do psicólogo no atendimento a crianças submetidas à cirurgia no sentido de minimizar o estresse e a ansiedade tanto do pré, quanto do pós-operatório;
  • explorar a abordagem Cognitivo-Comportamental no contexto hospitalar;
  • identificar técnicas da Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC), que podem ser utilizadas nesse contexto.

Esquema conceitual

INTRODUÇÃO

O adoecimento na infância e a hospitalização são experiências estressantes que exigem da criança uma rápida e contínua adaptação, por motivo de constantes mudanças no seu cotidiano. A hospitalização é uma situação crítica e delicada na vida de qualquer ser humano e tem contornos especiais quando se trata de um acontecimento na vida de uma criança, pois implica mudança na rotina de toda a família.

A presença dos pais é uma das fontes de segurança em caso de internação hospitalar de uma criança, visto que essa se traduz em experiência difícil para a criança, o que gera ansiedade pela exposição dela a um ambiente estressante, no qual o apoio para o enfrentamento desses sentimentos depende do hospital e dos pais.1 Esses fatores de adaptação podem contribuir para o desenvolvimento de algumas psicopatologias ou comportamentos inadequados. As crianças referem os procedimentos dolorosos no hospital como um dos aspectos mais difíceis de sua internação ou enfermidade, e, não raro, ocorrem respostas de estresse, como choro, grito ou tensão muscular.2

De maneira geral, procedimentos cirúrgicos tendem a exercer impacto sobre o bem-estar físico, social e emocional do paciente, associados ao aumento nos níveis de ansiedade e estresse, bem como ao afastamento, ainda que temporário, da rede de apoio social e familiar, a investigação da preparação psicológica de pacientes para cirurgia emerge como um tema legítimo de pesquisa. Tal abordagem se justifica pela compreensão dos efeitos adversos e pelos benefícios potenciais advindos da sua implementação.3 A criança se sente exposta não só pela doença, como também pelo profissional que a apalpa, injeta, corta, subtrai esperanças, cria restrições ou dita normas.

Nesse contexto, intervenções psicológicas dentro da abordagem cognitivo-comportamental têm se mostrado eficazes, proporcionando uma redução significativa da sintomatologia de estresse e de ansiedade. A ênfase na modificação de padrões de pensamento disfuncionais e a promoção de estratégias comportamentais adaptativas contribuem para um impacto positivo no manejo psicológico desses sintomas em crianças submetidas a procedimentos médicos e cirúrgicos.

×