Objetivos
Ao final da leitura deste capítulo, o leitor será capaz de
- reconhecer os conceitos de parentalidade positiva e de primeira infância;
- descrever a parentalidade positiva como fenômeno biopsicossocial imprescindível para a saúde da criança;
- analisar a prática de enfermagem em saúde da criança na perspectiva da parentalidade positiva;
- identificar as dimensões de atuação do profissional de enfermagem para a promoção da parentalidade positiva, visando o desenvolvimento infantil;
- definir os passos da consulta do enfermeiro com foco na construção da parentalidade positiva;
- interpretar a importância da interação enfermeiro-família-criança na consulta de enfermagem (CE) com foco na parentalidade;
- reconhecer a visita domiciliar (VD) como instrumento para complementar a CE com foco na parentalidade.
Esquema conceitual
Introdução
A Atenção Primária à Saúde (APS) tem um importante papel no pleno funcionamento do sistema público de saúde. As ações desenvolvidas nos territórios adscritos têm impactado de maneira positiva nos indicadores sociais de saúde no Brasil, sendo por isso que as políticas públicas, como a Política Nacional de Atenção Básica, edição de 2017, preconiza a APS como ordenadora e coordenadora do cuidado nas Redes de Atenção à Saúde (RAS).
Dadas as suas características, as ações de atenção à saúde da criança são desenvolvidas majoritariamente na APS. Seus atributos, como longitudinalidade, coordenação do cuidado, integralidade, foco na família e no contexto comunitário permitem esse olhar alinhado com o conceito de saúde enquanto bem-estar social.
Historicamente, a saúde da criança foi tema prioritário nas políticas públicas brasileiras, devido à necessidade do alcance de melhores indicadores materno-infantil no Brasil, com prioridade a partir da década de 1980. Portanto, as ações voltadas para a saúde da criança foram se estruturando ao longo dos anos e culminaram com a elaboração da Política Nacional de Atenção Integral à Saúde da Criança (PNAISC). O documento traz os eixos prioritários de intervenção nos territórios e auxilia na detecção de prioridades e de temas mais prevalentes.
Diante disso, prioriza-se a primeira infância como período de grande importância para o desenvolvimento humano, com intervenção junto às famílias, priorizando-as em cenários de vulnerabilidade social, relacionados a escassez de recursos e exposição a situações estressantes, como violência, que interferem de maneira negativa no desenvolvimento infantil. A assistência adequada à primeira infância demanda a organização de um cuidado de enfermagem centrado nas necessidades das crianças e das famílias. Nesse contexto, abordar a parentalidade na CE na APS desempenha importante papel, pois colabora na organização e/ou no fortalecimento das relações saudáveis e protetoras entre crianças, cuidadores, família e comunidade.
A construção social da parentalidade resulta de uma intersecção entre os princípios dos papéis materno e paterno e a influência do meio social. Por isso, apoiar pais e mães, sobretudo aqueles em situação de vulnerabilidade social, é importante para alcançar os melhores resultados no desenvolvimento infantil na primeira infância.
O enfermeiro tem papel relevante, tendo em vista que, ao exercer seu trabalho na assistência a mulheres e crianças na APS, aproxima-se e acolhe as necessidades e as demandas das pessoas que vivem nesses territórios. Ao incluir na CE as questões relacionadas à parentalidade, o enfermeiro amplia os cuidados que oferece e dá visibilidade à metodologia sistematizada e reconhecida para o registro e o planejamento das intervenções de enfermagem (processo de enfermagem [PE]).
A construção do conhecimento no campo da prática de enfermagem no âmbito da parentalidade possibilita ampliar o olhar do cuidado para além de questões biológicas do desenvolvimento infantil e compreender que a criança se desenvolve na plena interação com o meio onde convive, e que diversos fatores que compõem esse sistema de interação precisam ser reconhecidos pela equipe de enfermagem e elencados como objeto de intervenção das práticas de enfermagem, sobretudo na consulta do enfermeiro.
Saúde da criança e parentalidade
A primeira infância é o período compreendido desde o nascimento até os 6 anos de vida e é fundamental para o desenvolvimento físico, emocional, cognitivo e cultural.
Nessa fase da vida, a estrutura neurológica, de elevada plasticidade, desenvolve-se em interação com o ambiente e as vivências interpessoais que se estabelecem. Apesar de a criança ter uma constituição genética que a predispõe a alguns comportamentos, a influência do ambiente, principalmente as relações interpessoais vinculares, podem modificar esses comportamentos, por meio da modelação dos circuitos neuronais.1
O ambiente, o gene e o cérebro são domínios interativos e agem no campo ambiente-gene, dando origem aos processos epigenéticos. O ambiente-cérebro é entendido pela neuropsicologia, já os processos gene-cérebro operam o desenvolvimento neurológico infantil. A base desses processos relacionados a essas interações é a plasticidade cerebral do neurodesenvolvimento infantil, que ocorre nos seguintes níveis:2
- evolutivo (ambiente físico);
- cultural (ambiente social);
- individual (cérebro);
- genótipo-neuronal (genética).
Por isso, os primeiros anos de vida de uma criança são a base para um bom desenvolvimento ao longo da vida. Do ponto de vista neurológico, a criança vai adquirindo novas habilidades e conhecimentos à medida que interage com o meio. Em um ambiente seguro e com cuidadores responsivos, as chances da aquisição de novos conhecimentos são extraordinárias.
As últimas décadas foram essenciais para o avanço do conhecimento sobre a importância da primeira infância para a saúde e o desenvolvimento da criança. Inicialmente, os cuidados físicos como higiene, ganho de peso e imunização eram considerados prioritários no alcance de um desenvolvimento infantil satisfatório. Atualmente, ampliou-se o olhar para a importância de um cuidado mais abrangente, que inclui os aspectos socioemocionais, os parentais e os referentes à organização da família e da rede social de apoio como estratégia para se desenvolver ao máximo o potencial da criança.
Tais evidências científicas reforçam a proposta de que, para que o processo de desenvolvimento integral e saudável da criança ocorra, é necessária a interação de três condições fundamentais: estrutura neurológica, estimulação adequada e afeto (Figura 1).
FIGURA 1: Esquema interativo da aprendizagem na primeira infância. // Fonte: Adaptada de Comitê Científico do Núcleo Ciência Pela Infância.3
A análise da Figura 1 mostra que o cérebro é a estrutura neurológica que atua para desenvolver as habilidades da criança por meio da visão, da audição, do olfato, da gustação e do tato. Para que o cérebro consiga desenvolver esse aprendizado, é necessário que o ambiente propicie uma estimulação adequada. Por fim, o afeto entra nesse esquema como uma necessidade facilitadora da interação/relação de vínculo com os cuidadores, que cumprem o papel de “mediadores” dessa inserção da criança em um ambiente seguro, no qual esta se sinta amada, respeitada e, por conseguinte, capaz de aprender e de buscar conhecimento.
A primeira infância é um período da vida humana considerado uma “janela de oportunidade”. Esse termo sinaliza para a necessidade de as famílias e da sociedade como um todo aproveitarem para otimizar os cuidados às crianças e às suas famílias. As oportunidades de desenvolvimento humano desde a gestação até os 6 anos de vida precisam ser prioridade máxima para as famílias, e para os profissionais de saúde, educação, assistência social e a sociedade em geral.
A Figura 2 mostra que, nos primeiros mil dias de vida, com início na gestação, o cérebro da criança atinge o pico de desenvolvimento neurológico. Esse aumento de sinapses e de conexões neuronais não será mais alcançado em nenhum outro momento da vida humana.
FIGURA 2: Picos de desenvolvimento neuronal na primeira infância. // Fonte: Adaptada de Desafio Universitário.4
Portanto, cuidados precários de saúde, ocorrência de desnutrição, relações parentais e familiares inadequadas e estressores ambientais nos primeiros mil dias de vida afetam negativamente a saúde e o desenvolvimento infantil, aumentando a chance de que o potencial dos indivíduos não seja plenamente alcançado ao longo da vida.5 Nesse período, a influência de questões socioambientais, como exposição a um ambiente social vulnerável e experiências emocionais inadequadas, modificam a herança genética e impactam de maneira negativa na capacidade da criança de lidar com o estresse dos processos de aprendizagem social.6
É necessário investir na qualidade dos cuidados nesse período, proporcionando nutrição adequada, assistência à saúde física e à emocional, bem como fortalecimento de vínculos parentais e familiares, com efeito duradouro no desenvolvimento cerebral.6
Fatores socioeconômicos, como educação dos pais e renda familiar, também estão associados à saúde e ao desenvolvimento neuroanatômico das crianças.7 Sabe-se que um início de vida com oportunidades limitadas para o pleno desenvolvimento não afeta só o presente mas também impacta na renda adulta média e, consequentemente, na economia dos países.8
O cuidado comprometido com a infância requer ação conjunta da sociedade, amparada por políticas públicas promotoras de saúde, para que se quebre o ciclo da pobreza e da escassez de recursos que impactam negativamente, tanto no desenvolvimento infantil como no crescimento social do Brasil.
Estudos evidenciam que estratégias que potencializam as práticas parentais dos cuidadores, começando logo na gestação, são promissoras para proteger o cérebro em desenvolvimento, assim como a saúde física e a mental das crianças.9
As práticas parentais, também denominadas “parentalidade”, são conceituadas como um conjunto de atividades desenvolvidas no sentido de garantir a sobrevivência e o desenvolvimento da criança, em um ambiente seguro, de modo a torná-la mais autônoma e prepará-la para situações físicas, econômicas e psicossociais que surgirão ao longo da vida.10
Apesar de o conceito de parentalidade ser imbuído de crenças e de valores que podem variar entre as diversas culturas, algumas dimensões devem estar presentes nos múltiplos contextos culturais, para que seja considerada uma “parentalidade suficientemente boa”. Esse termo, trazido por Hoghughi e Long,11 propõe as seguintes três dimensões básicas:
- amor, cuidado e compromisso;
- estabelecimento de limites razoáveis;
- facilitação do desenvolvimento.
Posteriormente, Hoghughi12 elencou 11 dimensões da parentalidade, divididas em atividades parentais, pré-requisitos e áreas funcionais (Quadro 1).
QUADRO 1
DIMENSÕES DA PARENTALIDADE |
|
Pré-requisitos |
|
Atividades parentais |
|
Áreas funcionais |
|
// Fonte: Adaptado de Pluciennik e colaboradores10
Para além das dimensões intrínsecas (pessoais) da parentalidade, amplia-se o olhar em uma perspectiva ecológica, na qual os fatores do ambiente se relacionam e interferem na capacidade dos pais em desenvolver a parentalidade positiva. Tais aspectos, sejam eles de ordem individual, histórica ou social, destacam a influência das histórias desenvolvimentais dos pais, o seu relacionamento conjugal e sua posição profissional como fatores que afetam o processo de parentalidade e, consequentemente, o desenvolvimento infantil.10
As evidências já descritas apontam para a importância de que os profissionais de saúde prestadores de assistência à saúde da criança, de modo geral, e os enfermeiros, de modo mais específico, incluam na sua rotina de cuidados abordagens com foco na identificação e na intervenção para as competências parentais, buscando não apenas identificar e estimular a presença dessas competências como também reforçar ações positivas da rotina familiar responsiva e afetiva.
ATIVIDADES
1. Com relação à primeira infância, assinale a alternativa correta.
A) A primeira infância é o período que vai do nascimento até os 3 anos de idade.
B) O desenvolvimento infantil é próprio da natureza humana e não tem relação com o ambiente no qual a criança cresce.
C) A primeira infância é o período compreendido desde a gestação até os 6 anos de idade.
D) As políticas públicas voltadas para a promoção do desenvolvimento infantil na primeira infância não têm demonstrado resultados efetivos.
Confira aqui a resposta
Resposta incorreta. A alternativa correta é a "C".
A primeira infância, período compreendido desde o nascimento até os 6 anos de idade, é fundamental para o desenvolvimento físico, emocional, cognitivo e cultural da criança.
Resposta correta.
A primeira infância, período compreendido desde o nascimento até os 6 anos de idade, é fundamental para o desenvolvimento físico, emocional, cognitivo e cultural da criança.
A alternativa correta é a "C".
A primeira infância, período compreendido desde o nascimento até os 6 anos de idade, é fundamental para o desenvolvimento físico, emocional, cognitivo e cultural da criança.
2. Com relação a saúde da criança e parentalidade, analise as afirmativas a seguir e marque V (verdadeiro) ou F (falso).
Atualmente, ampliou-se o olhar para a importância de um cuidado mais abrangente.
A primeira infância é um período da vida humana considerado uma “janela de oportunidade”.
O nível evolutivo se refere ao cérebro, já o nível individual diz respeito ao ambiente físico.
O cérebro da criança atinge o pico de desenvolvimento neurológico nos primeiros 500 dias de vida, com início no nascimento.
Assinale a alternativa que apresenta a sequência correta.
A) V — V — F — F
B) V — F — V — V
C) F — V — F — V
D) F — F — V — F
Confira aqui a resposta
Resposta incorreta. A alternativa correta é a "A".
A terceira afirmativa é falsa porque a base dos processos epigenéticos é a plasticidade cerebral do neurodesenvolvimento infantil, que ocorre nos níveis evolutivo (ambiente físico), cultural (ambiente social), individual (cérebro) e genótipo-neuronal (genética). A quarta afirmativa é falsa, pois nos primeiros mil dias de vida, com início na gestação, o cérebro da criança atinge o pico de desenvolvimento neurológico.
Resposta correta.
A terceira afirmativa é falsa porque a base dos processos epigenéticos é a plasticidade cerebral do neurodesenvolvimento infantil, que ocorre nos níveis evolutivo (ambiente físico), cultural (ambiente social), individual (cérebro) e genótipo-neuronal (genética). A quarta afirmativa é falsa, pois nos primeiros mil dias de vida, com início na gestação, o cérebro da criança atinge o pico de desenvolvimento neurológico.
A alternativa correta é a "A".
A terceira afirmativa é falsa porque a base dos processos epigenéticos é a plasticidade cerebral do neurodesenvolvimento infantil, que ocorre nos níveis evolutivo (ambiente físico), cultural (ambiente social), individual (cérebro) e genótipo-neuronal (genética). A quarta afirmativa é falsa, pois nos primeiros mil dias de vida, com início na gestação, o cérebro da criança atinge o pico de desenvolvimento neurológico.
3. No que se refere às dimensões da parentalidade, correlacione a primeira e a segunda colunas.
1 Pré-requisitos 2 Atividades parentais 3 Áreas funcionais |
Compreende saúde física, saúde mental, comportamento social, e funcionamento educativo e intelectual. Compreende os cuidados físico, emocional e social, controle e disciplina, e desenvolvimento. Abrange conhecimento e compreensão, recursos, motivação e oportunidades. |
Assinale a alternativa que apresenta a sequência correta.
A) 2 — 1 — 3
B) 1 — 3 — 2
C) 3 — 2 — 1
D) 1 — 2 — 3
Confira aqui a resposta
Resposta incorreta. A alternativa correta é a "C".
As 11 dimensões da parentalidade foram divididas em pré-requisitos (conhecimento e compreensão, recursos, motivação e oportunidades), atividades parentais (cuidados físico, emocional e social, controle e disciplina, e desenvolvimento) e áreas funcionais (saúde física, saúde mental, comportamento social, e funcionamento educativo e intelectual).
Resposta correta.
As 11 dimensões da parentalidade foram divididas em pré-requisitos (conhecimento e compreensão, recursos, motivação e oportunidades), atividades parentais (cuidados físico, emocional e social, controle e disciplina, e desenvolvimento) e áreas funcionais (saúde física, saúde mental, comportamento social, e funcionamento educativo e intelectual).
A alternativa correta é a "C".
As 11 dimensões da parentalidade foram divididas em pré-requisitos (conhecimento e compreensão, recursos, motivação e oportunidades), atividades parentais (cuidados físico, emocional e social, controle e disciplina, e desenvolvimento) e áreas funcionais (saúde física, saúde mental, comportamento social, e funcionamento educativo e intelectual).
Enfermagem na saúde da criança
Políticas públicas voltadas para a integralidade do cuidado na infância, como a PNAISC, estão estruturadas em princípios, diretrizes e eixos estratégicos que têm como objetivo promover e proteger a saúde da criança e o aleitamento materno mediante atenção e cuidados integrais e integrados, da gestação aos 9 anos de vida, com especial atenção à primeira infância e às populações de maior vulnerabilidade, visando à redução da morbimortalidade e a um ambiente facilitador da vida com condições dignas de existência e pleno desenvolvimento.13
Os princípios que orientam a PNAISC reforçam a garantia de12
- direito à vida e à saúde;
- acesso universal de todas as crianças à saúde;
- equidade;
- integralidade do cuidado;
- humanização da atenção;
- gestão participativa.
Para isso, sete eixos estratégicos que compõem essa política têm a finalidade de orientar gestores e trabalhadores sobre as ações e os serviços de saúde da criança no território, a partir dos determinantes sociais e das condicionantes para garantir o direito à vida e à saúde, visando à efetivação de medidas que permitam a integralidade da atenção e o pleno desenvolvimento da criança, bem como a redução de vulnerabilidades e riscos (Quadro 2).13
QUADRO 2
EIXOS ESTRATÉGICOS DA POLÍTICA NACIONAL DE ATENÇÃO INTEGRAL À SAÚDE DA CRIANÇA |
|
I |
Atenção humanizada e qualificada à gestação, ao parto, ao nascimento e ao recém-nascido |
II |
Aleitamento materno e alimentação complementar saudável |
III |
Promoção e acompanhamento do crescimento e do desenvolvimento integral |
IV |
Atenção integral a crianças com agravos prevalentes na infância e com doenças crônicas |
V |
Atenção integral a crianças em situação de violências, prevenção de acidentes e promoção da cultura de paz |
VI |
Atenção à saúde de crianças com deficiência ou em situações específicas e de vulnerabilidade |
VII |
Vigilância e prevenção do óbito infantil, fetal e materno |
// Fonte: Brasil.13
Suas ações se organizam a partir das RAS, com ênfase nas redes temáticas, em especial a Rede de Atenção à Saúde Materna e Infantil, tendo a Atenção Básica (AB) como ordenadora e coordenadora das ações e do cuidado no território, e servirão de fio condutor do cuidado.13
Na operacionalização das RAS, foi elaborada a Linha de Cuidado em Puericultura, que preconiza o atendimento às crianças por meio de um conjunto de ações, procedimentos e reorganização do processo de trabalho centrado na criança com ênfase na primeira infância. Sabe-se que, nos primeiros anos de vida, o neurodesenvolvimento sofre forte influência do ambiente; logo, investir em estímulos adequados, vínculo, cuidados em saúde satisfatórios e competências parentais têm demonstrado resultados promissores no desenvolvimento infantil.13
O Sistema Único de Saúde (SUS) considera a APS porta de entrada para os serviços ofertados na rede. A APS tem a Estratégia Saúde da Família (ESF) como eixo ordenador do cuidado, com capacidade de aproximar-se das demandas dos indivíduos, da família e da comunidade. Por isso, espera-se que o atendimento em puericultura ocorra na APS, salvo em situações especiais que demandem acompanhamento especializado. Com isso, o enfermeiro enquanto membro da equipe de saúde tem importante papel na prestação do cuidado à criança e à sua família, por meio da CE.13
A importância do enfermeiro no cuidado à saúde da criança e de sua família é evidenciado pela literatura.14 Esse profissional é reconhecido como um dos integrantes da equipe de saúde com relevante papel nessa área de cuidados, devido à sua possibilidade de trabalhar diretamente com a família, desde o pré-natal.15,16
A vigilância e o acompanhamento do crescimento e do desenvolvimento da criança é atribuição do enfermeiro como parte integrante da equipe multiprofissional da ESF.12 Dessa forma, é preciso entender as necessidades essenciais para o desenvolvimento infantil integral e promover todo o potencial de crescimento da criança, por meio da CE em puericultura.15
A puericultura consiste em um conjunto de ações que abrangem a proteção, a prevenção de agravos e a promoção da saúde na área de pediatria, sendo uma oportunidade valiosa para o enfermeiro que atua na APS e na ESF contribuir para um cuidado integralizado à criança.
As práticas de promoção da saúde, entre elas a puericultura, proporcionam a aproximação dos profissionais com as famílias e as crianças, e seus respectivos modos de vida e contextos sociais com a construção de interações e de vínculos. Isso fortalece o enfrentamento de desafios e melhora a qualidade de vida e o desenvolvimento infantil.17
O acompanhamento do crescimento e do desenvolvimento infantil é considerado pelo Ministério da Saúde (MS) eixo norteador da atenção integral à saúde da criança na APS e deve incluir o controle dos agravos à saúde, bem como aspectos relativos a alimentação, higiene e estimulação em todos os atendimentos, por meio da seguintes estratégias:13
- acolhimento e escuta qualificada;
- avaliação antropométrica;
- observação dos marcos de desenvolvimento infantil por faixas etárias;
- interpretação dos registros na Caderneta da Criança;
- classificação da situação de saúde infantil;
- avaliação do calendário vacinal;
- exame físico;
- práticas que promovam a construção de vínculos familiares.
Desse modo, evidencia-se que a prática de enfermagem em puericultura vai além do fazer tecnicista, abrangendo todo o contexto de vida das crianças e de suas famílias, o ambiente social, o econômico e o cultural, favorecendo um olhar integral para o desenvolvimento infantil e a saúde da criança.14
Em relação à atenção materno-infantil, a atuação do enfermeiro na APS tem início com o planejamento familiar e continua no pré-natal e na puericultura. O profissional que acompanha a gestante desenvolve ações de caráter preventivo com vistas à saúde da criança, orientando a mulher quanto aos cuidados consigo e com o bebê.18
É preconizada a realização de no mínimo sete consultas durante o acompanhamento pré-natal, mas, além da quantidade, é importante garantir à gestante o acesso ao atendimento de qualidade.18 É recomendado que sejam abordadas orientações referentes aos seguintes aspectos:19
- chegada da criança à família;
- formação de vínculo/apego;
- desenvolvimento da função parental;
- participação paterna;
- dificuldades comuns da fase;
- nascimento de um segundo filho, se for o caso;
- estímulo à formação de uma ampla rede de apoio.
Após o nascimento da criança, é fundamental que a consulta do enfermeiro seja realizada nos primeiros dias de vida, visto que, nessa oportunidade, o profissional consegue realizar orientações quanto ao aleitamento materno e acolher as ansiedades da mãe em relação ao bebê e à família, viabilizando a comunicação terapêutica.18 A VD para a família do recém-nascido é recomendada.19
Na primeira consulta do recém-nascido, o enfermeiro deve realizar uma anamnese detalhada, com o exame físico completo, avaliação da presença de situações de risco e de vulnerabilidade à saúde do recém-nascido, assim como os sinais de perigo na criança com menos de 2 meses, e orientar a família e os cuidadores sobre esses fatores e a necessidade de procurar atendimento de emergência.19
Além de promover e apoiar o aleitamento materno exclusivo e auxiliar a formação ou o fortalecimento de vínculo entre os pais e o bebê, deve também orientar sobre19
- cuidados com o recém-nascido;
- prevenção de acidentes;
- realização de teste do pezinho;
- calendário de imunizações;
- agendamento da frequência das consultas subsequentes.
O MS recomenda a realização de consultas pediátricas periódicas, conforme o seguinte o Quadro 3.19
QUADRO 3
PERIODICIDADE DE CONSULTAS DA CRIANÇA |
|
Idade |
Número de consultas |
1ª semana de vida |
1 |
1º mês de vida |
1 |
2º mês de vida |
1 |
4º mês de vida |
1 |
6º mês de vida |
1 |
9º mês de vida |
1 |
12º mês de vida |
1 |
2º ano de vida (18º mês) |
1 |
2º ano de vida (24º mês) |
1 |
A partir do 2º ano |
Consultas anuais, próximas ao mês do nascimento. |
// Fonte: Adaptado de Brasil.19
A quantidade de consultas indicadas por faixa etária está de acordo com o Calendário Nacional de Vacinação do MS. As consultas devem ser oportunidades para orientar sobre promoção de saúde e prevenção de doenças, maior frequência aos serviços de saúde e devem respeitar as necessidades da criança e da família.19
Nas consultas de acompanhamento da criança, além da anamnese e do exame físico, o profissional deve estar atento quanto aos seguintes aspectos:
- levantamento dos dados antropométricos;
- ausculta cardíaca;
- avaliação da visão e da audição;
- aferição da pressão arterial;
- rastreamento para criptorquidia.
Deve-se fazer também o aconselhamento antecipado quanto à melhor posição para dormir e a prevenção de infecção viral respiratória, bem como orientar a realização de atividade física, abordar a importância dos hábitos alimentares e a prevenção de lesões não intencionais.19
Detectar alterações no processo do desenvolvimento infantil a partir das histórias clínica, social e familiar e do exame físico possibilita intervenções precoces e especializadas, favorecendo a promoção plena da criança.
O enfermeiro pode solicitar exames complementares — como hemograma, exames de fezes, de urina e perfil lipídico —, conforme protocolos institucionais ou do MS, bem como orientar e realizar ações referentes à imunização.19
É relevante a abordagem dos fatores de risco e de vulnerabilidade para acidentes, atitudes promotoras de segurança em determinados contextos, bem como espaços sociais e orientações aos familiares e às crianças para evitar e prevenir acidentes. Além disso, é necessário fornecer proteção e cuidados para crianças e suas famílias em situações de violência, orientar como acionar a rede de cuidado e de proteção social, a rede de saúde e a rede intersetorial.19
Cabe pontuar que especificamente as orientações já citadas, previstas pelo MS, estão totalmente alinhadas à abordagem com foco na parentalidade e na construção das competências parentais positivas, indicando que a abordagem da parentalidade integra a “clínica ampliada” do enfermeiro na APS. O enfermeiro também deve abordar a importância do ambiente doméstico “protetivo”, da interação afetiva e responsiva, e da estimulação lúdica, por meio de ações educativas junto às famílias, tendo em vista que as crianças passam a maior parte do tempo sob os cuidados dos pais.20
Em toda oportunidade de atendimento à criança, é importante que o enfermeiro incentive a interação lúdica e afetiva dos pais com a criança, e que, enquanto profissional cuidador, ganhe a confiança dos pais/cuidadores, sabendo abordar o público infantil a partir de técnicas como narração, brincadeiras e imaginação em saúde.19
Portanto, para o cuidado à saúde da criança, o enfermeiro deve empregar o conhecimento científico e aplicá-lo à prática clínica, visando a promoção, prevenção, tratamento e recuperação da saúde,20 bem como utilizar instrumentos apropriados para avaliação e intervenção no desenvolvimento infantil.21
Ao longo das últimas décadas, o cuidado à saúde da criança alcançou muitos avanços, deixando de ser centrado na doença para tornar-se centrado na família e no cuidado que esta oferece à criança, visando à promoção da saúde e do desenvolvimento infantil. Os protocolos e as orientações do MS deixam claro que a preocupação com a parentalidade está incluída no processo de trabalho esperado dos enfermeiros desde o pré-natal e se apresenta através de ações como estímulos de práticas parentais positivas, orientações sobre cuidados afetivos entre pais e filhos, brincadeiras lúdicas, conversas, e participação dos pais/cuidadores nas consultas. Contudo, essas práticas ainda ocorrem de forma incipiente e não sistematizada pelo enfermeiro.22
Colocar a família e as competências parentais como foco da abordagem do enfermeiro à saúde da criança significa reconhecer que a família tem papel principal de conhecer e responder às necessidades das crianças, e que o enfermeiro deve reconhecer as potencialidades dos pais e dos cuidadores na identificação e nas repostas às necessidades da criança,22 bem como no fortalecimento das ações de parentalidade positiva presentes no cotidiano das famílias, dando destaque e valorizando o que elas já desenvolvem no cuidado de seus filhos.
Estudos apontam que a preocupação dos enfermeiros no cuidado à saúde da criança ainda é muito voltada para os cuidados fisiológicos e de sobrevivência,19 necessitando de uma ampliação do olhar desse profissional para a importância de incluir em sua prática ações voltadas à construção da parentalidade positiva. A ausência ou a pouca possibilidade de capacitação, bem como a sobrecarga de trabalho, foram evidenciadas em estudos e podem ser fatores para ações de enfermagem fragmentadas e com pouca aplicação de evidências na prática, desconectadas de outros setores.17,23
Outro estudo mostrou que os enfermeiros da APS reconhecem a importância da construção da parentalidade positiva através do desenvolvimento de competências parentais, visando ao desenvolvimento infantil, porém necessitam de aprofundamento teórico-prático acerca do tema. Valorizam a criação de vínculo e de confiança mútua com as famílias atendidas e serem acessíveis e solícitos, atitudes necessárias por parte dos profissionais. Entre as dificuldades encontradas, estão as seguintes:24
- cultura da população assistida, ainda centrada no modelo biomédico;
- resistência das famílias em colocar em prática as orientações profissionais;
- falta de integração entre a rede de serviços e a ESF;
- sobrecarga de trabalho do enfermeiro.
Por ter as características de proximidade e de vínculo com a população, o acolhimento e a corresponsabilidade, a APS e a ESF proporcionam ao enfermeiro a possibilidade de um acompanhamento mais sistemático e longitudinal, devido a poder participar do contexto de vida das crianças e das famílias atendidas.23 Desse modo, é importante destacar que o enfermeiro deve incluir como parte de seu cuidado à saúde da criança a atuação com foco na promoção da parentalidade positiva, os cinco componentes do modelo do cuidado integral às crianças, o Nurturing care, necessários para que elas possam alcançar todo o seu potencial de desenvolvimento, que inclui25
- promoção de boa saúde;
- nutrição adequada;
- segurança e proteção;
- aprendizagem precoce;
- cuidado responsivo.
Programas internacionais e nacionais com foco na promoção da parentalidade positiva, que utilizam enfermeiros como visitadores para famílias vulneráveis, mostram resultados positivos, incluindo os seguintes:13,16
- na melhora da saúde pré-natal das mulheres;
- maior intervalo entre partos;
- maior envolvimento dos homens/pais;
- melhoria da prontidão escolar;
- diminuição de crimes e atos violentos ao longo da vida.
Reconhece-se, também, que as mães e as famílias de crianças pequenas veem no enfermeiro uma pessoa de referência e confiança quando buscam atendimento às necessidades de acompanhamento do crescimento e desenvolvimento infantil. Para tanto, a prática profissional deve ser desenvolvida em uma relação de diálogo, colaboração, respeito às decisões, autonomia e empoderamento familiar para cuidar das crianças.23
Quando o enfermeiro direciona sua atenção para as reais necessidades da criança e da família, ao explicar a importância das práticas parentais positivas e demonstrar os seus benefícios, leva a uma reflexão sobre o processo de cuidar dos pais. O profissional deve promover todo o suporte para as famílias realizarem cuidados adequados, tomarem boas decisões e participarem ativamente do desenvolvimento das crianças, identificando e envolvendo os familiares na formação de hábitos saudáveis, como incluir as informações de rede de apoio e outros serviços relacionados ao desenvolvimento das crianças.23
Ao se pautar em um cuidado integral, considerando a importância da intersetorialidade e da humanização, bem como ao tomar atitudes intencionais, o enfermeiro tem o potencial de construir e facilitar o desenvolvimento de habilidades parentais positivas, além de fornecer informações necessárias sobre a busca de rede de apoio e diferentes serviços que podem auxiliar o cuidado às crianças.23
Os enfermeiros têm amplo conhecimento dos aspectos que envolvem a atenção à saúde da criança e competência para abordar as principais linhas de cuidado propostas pelas políticas públicas.15 No cuidado à saúde da criança, é relevante destacar que, seguindo as leis que regem a profissão, o enfermeiro tem autonomia para a tomada de decisões e implementação de condutas necessárias.20 Dessa forma, é importante demonstrar as competências do enfermeiro para a construção de práticas parentais positivas, visando à saúde e ao desenvolvimento infantil integral, direcionando os pais ou os responsáveis para um comportamento parental positivo.26
Os seguintes temas foram evidenciados e relacionados como os principais focos de atenção e estratégias de intervenção de enfermagem na promoção da parentalidade positiva em crianças de zero a 3 anos de idade:26
- capacitação dos pais para a parentalidade;
- comportamento, desenvolvimento e estimulação da criança;
- interação pais-criança;
- segurança e saúde da criança,
- disciplina positiva;
- construção de capital social.
Os temas citados são interligados e interdependentes, porém o primeiro e o último estão mais relacionados com o comportamento parental, enquanto os outros, com elementos cognitivos essenciais no desempenho do papel parental.26
Além disso, em uma revisão sistemática da literatura, cujo objetivo foi o mapeamento de evidência disponível sobre a atuação do profissional de enfermagem no cuidado à primeira infância por meio do desenvolvimento da parentalidade, demonstrou-se a existência de nove dimensões de atuação. Tais dimensões abrangem importantes saberes e práticas significativas para o desenvolvimento da parentalidade no cuidado à primeira infância, sendo apresentadas a seguir. (Quadro 4).27
QUADRO 4
DIMENSÕES DE ATUAÇÃO PARA O DESENVOLVIMENTO DA PARENTALIDADE NO CUIDADO À PRIMEIRA INFÂNCIA |
Dimensão 1 — Promotor da construção do papel parental |
|
Dimensão 2 — Orientações e apoio para implementação de cuidados de saúde físicos |
|
Dimensão 3 — Orientações para promoção de ambiente seguro |
|
Dimensão 4 — Aplicação de teorias, princípios e métodos dos programas materno-infantis |
|
Dimensão 5 — Estabelecimento de relações terapêuticas |
|
Dimensão 6 — Implementação da gestão da atenção materna-infantil |
|
Dimensão — 7 Promoção de acesso à rede de apoio |
|
Dimensão 8 — Orientação para o curso de vida das figuras parentais |
|
Dimensão 9 — Uso de evidências científicas para orientar a prática |
|
ISTs: infecções sexualmente transmissíveis; VD: visita domiciliar. // Fonte: Adaptado de Reticena e colaboradores.27
As informações de cada dimensão descrita no Quadro 4 deixam evidente a possibilidade de o enfermeiro contribuir para o desenvolvimento da parentalidade positiva no cuidado à primeira infância, tendo em vista a relevância e a amplitude de sua atuação e sua presença na APS.27
ATIVIDADES
4. No que se refere à enfermagem na saúde da criança, analise as afirmativas a seguir e marque V (verdadeiro) ou F (falso).
Na operacionalização das RAS, foi elaborada a Linha de Cuidado em Puericultura.
Os princípios que orientam a PNAISC reforçam a garantia de integralidade do cuidado a crianças de até 6 anos de idade.
O SUS considera a APS como a porta de entrada para os serviços ofertados na rede.
A APS tem a ESF como um eixo ordenador do cuidado.
Assinale a alternativa que apresenta a sequência correta.
A) V — V — F — F
B) V — F — V — V
C) F — V — F — V
D) F — F — V — F
Confira aqui a resposta
Resposta incorreta. A alternativa correta é a "B".
A segunda afirmativa é falsa, tendo em vista que os princípios que orientam a PNAISC reforçam a garantia de integralidade do cuidado, mas sem qualquer limite de idade.
Resposta correta.
A segunda afirmativa é falsa, tendo em vista que os princípios que orientam a PNAISC reforçam a garantia de integralidade do cuidado, mas sem qualquer limite de idade.
A alternativa correta é a "B".
A segunda afirmativa é falsa, tendo em vista que os princípios que orientam a PNAISC reforçam a garantia de integralidade do cuidado, mas sem qualquer limite de idade.
5. Quanto à atuação do profissional de enfermagem no cuidado à primeira infância por meio do desenvolvimento da parentalidade positiva, assinale a alternativa correta.
A) A dimensão “Promotor da construção do papel parental” inclui realizar orientações sobre a implementação de um ambiente seguro para a família (detector de fumaça, temperatura da água de torneira, proteção em janelas e escadas, e local seguro para a criança dormir).
B) A orientação às famílias sobre alimentação e cuidados com as crianças pequenas não faz parte da dimensão de cuidados físicos à saúde.
C) O aumento da autoestima e da independência das figuras parentais para cuidarem de seus filhos não é um aspecto importante na atuação do profissional de enfermagem no cuidado à primeira infância por meio do desenvolvimento da parentalidade positiva.
D) A orientação para o curso de vida das figuras parentais é uma dimensão de atuação do profissional de enfermagem.
Confira aqui a resposta
Resposta incorreta. A alternativa correta é a "D".
A atuação de profissionais de enfermagem perpassa nove dimensões: promotor da construção do papel parental; orientações e apoio para implementação de cuidados de saúde físicos; orientações para promoção de ambiente seguro; aplicação de teorias, princípios e métodos dos programas materno-infantis; estabelecimento de relações terapêuticas; implementação da gestão da atenção materno-infantil; promoção de acesso à rede de apoio; orientação para o curso da vida das figuras parentais; uso de evidências científicas para orientar a prática.
Resposta correta.
A atuação de profissionais de enfermagem perpassa nove dimensões: promotor da construção do papel parental; orientações e apoio para implementação de cuidados de saúde físicos; orientações para promoção de ambiente seguro; aplicação de teorias, princípios e métodos dos programas materno-infantis; estabelecimento de relações terapêuticas; implementação da gestão da atenção materno-infantil; promoção de acesso à rede de apoio; orientação para o curso da vida das figuras parentais; uso de evidências científicas para orientar a prática.
A alternativa correta é a "D".
A atuação de profissionais de enfermagem perpassa nove dimensões: promotor da construção do papel parental; orientações e apoio para implementação de cuidados de saúde físicos; orientações para promoção de ambiente seguro; aplicação de teorias, princípios e métodos dos programas materno-infantis; estabelecimento de relações terapêuticas; implementação da gestão da atenção materno-infantil; promoção de acesso à rede de apoio; orientação para o curso da vida das figuras parentais; uso de evidências científicas para orientar a prática.
6. No que tange aos focos de atenção da enfermagem na promoção da parentalidade positiva, observe as afirmativas a seguir.
I. Capacitação dos pais para a parentalidade e a construção de capital social.
II. Comportamento, desenvolvimento e estimulação da criança.
III. Estímulo da autoridade e da rigidez dos pais frente à criança.
IV. Segurança e disciplina positivas.
Quais estão corretas?
A) Apenas a I, a II e a III.
B) Apenas a I, a II e a IV.
C) Apenas a I, a III e a IV.
D) Apenas a II, a III e a IV.
Confira aqui a resposta
Resposta incorreta. A alternativa correta é a "B".
Identificou-se que os focos de atenção e as estratégias de intervenção de enfermagem na promoção da parentalidade positiva, em crianças de zero a 3 anos de idade são concentrados nos seguintes temas: capacitação dos pais para a parentalidade; comportamento, desenvolvimento e estimulação da criança; interação pais-criança; segurança e saúde da criança; disciplina positiva; construção de capital social.
Resposta correta.
Identificou-se que os focos de atenção e as estratégias de intervenção de enfermagem na promoção da parentalidade positiva, em crianças de zero a 3 anos de idade são concentrados nos seguintes temas: capacitação dos pais para a parentalidade; comportamento, desenvolvimento e estimulação da criança; interação pais-criança; segurança e saúde da criança; disciplina positiva; construção de capital social.
A alternativa correta é a "B".
Identificou-se que os focos de atenção e as estratégias de intervenção de enfermagem na promoção da parentalidade positiva, em crianças de zero a 3 anos de idade são concentrados nos seguintes temas: capacitação dos pais para a parentalidade; comportamento, desenvolvimento e estimulação da criança; interação pais-criança; segurança e saúde da criança; disciplina positiva; construção de capital social.
7. No que se refere às dimensões de atuação para o desenvolvimento da parentalidade no cuidado à primeira infância, analise as afirmativas a seguir e marque V (verdadeiro) ou F (falso).
Estimular o crescimento e o desenvolvimento saudável da criança faz parte da Dimensão 5.
Realizar avaliação em consultório infantil está na Dimensão 4.
A Dimensão 3 é denominada Estabelecimento de relações terapêuticas.
Uso de evidências científicas para orientar a prática trata-se da Dimensão 9.
Assinale a alternativa que apresenta a sequência correta.
A) V — V — F — F
B) V — F — V — V
C) F — V — F — V
D) F — F — V — F
Confira aqui a resposta
Resposta incorreta. A alternativa correta é a "C".
A primeira afirmativa é falsa, pois estimular o crescimento e o desenvolvimento saudável da criança faz parte da Dimensão 2 — Orientações e apoio para implementação de cuidados de saúde físicos. A terceira afirmativa é falsa, dado que a Dimensão 3 é denominada Orientações para promoção de ambiente seguro.
Resposta correta.
A primeira afirmativa é falsa, pois estimular o crescimento e o desenvolvimento saudável da criança faz parte da Dimensão 2 — Orientações e apoio para implementação de cuidados de saúde físicos. A terceira afirmativa é falsa, dado que a Dimensão 3 é denominada Orientações para promoção de ambiente seguro.
A alternativa correta é a "C".
A primeira afirmativa é falsa, pois estimular o crescimento e o desenvolvimento saudável da criança faz parte da Dimensão 2 — Orientações e apoio para implementação de cuidados de saúde físicos. A terceira afirmativa é falsa, dado que a Dimensão 3 é denominada Orientações para promoção de ambiente seguro.
A consulta de enfermagem com foco na parentalidade
A CE à criança tem como objetivo prestar assistência sistematizada de enfermagem, de forma integral e individualizada, identificando problemas de saúde-doença, e executando e avaliando cuidados que contribuam para a promoção, a proteção, a recuperação e a reabilitação de sua saúde. A realização da CE envolve a seguinte sequência sistematizada de ações:
- histórico de enfermagem e exame físico;
- diagnóstico de enfermagem;
- plano terapêutico ou prescrição de enfermagem;
- avaliação da consulta.
A CE é regulamentada pela Lei nº 7.498/1986, do Exercício da Enfermagem, que estabeleceu essa atividade como privativa do enfermeiro.28 A partir de então, tem sido alvo de diversas portarias e resoluções de diferentes instâncias, inclusive do Conselho Federal de Enfermagem (Cofen), como a Resolução Cofen nº 159, que estabelece a obrigatoriedade da realização da CE em todos os níveis de assistência à saúde em instituições públicas e privadas, e regulamenta as ações do enfermeiro na consulta, na prescrição de medicamentos e na requisição de exames.29
A Figura 3 apresenta as etapas do PE. A CE se utiliza do PE como instrumento para orientar o cuidado e a documentação das ações da equipe de enfermagem.30
FIGURA 3: Etapas do PE. // Fonte: Adaptada de Padoveze e colaboradores.30
Espera-se que a CE à criança tenha a capacidade de contemplar as ações preconizadas na PNAISC, a saber:
- acompanhamento periódico e sistemático do crescimento e do desenvolvimento da criança;
- imunização, prevenção de acidentes e de violência;
- atenção às doenças prevalentes na infância, ao aleitamento materno, à alimentação complementar saudável e à prevenção do óbito infantil.
Considerando o conceito de parentalidade apresentado no início deste capítulo, é fundamental atuar em pré-requisitos (conhecimento e compreensão, recursos, motivação e oportunidades), atividades parentais (cuidados físico, emocional e social, controle e disciplina, e desenvolvimento) e áreas funcionais (saúde física e mental, comportamento social e funcionamento educativo e intelectual).
A seguir, serão detalhadas as etapas da CE à criança, privilegiando a abordagem com foco na parentalidade.
Coleta de dados
A coleta de dados consiste na captura de informações, que podem ser objetivas, como mensurações, e subjetivas, como relatos dos usuários. Tais informações subsidiarão a análise do perfil de saúde-doença da criança e de sua família.
A coleta de dados é fundamental para compreender a relação entre os membros da família e a relação da família com a sociedade.
A utilização de genograma é um recurso essencial para compreender como a família se organiza para prestar os cuidados à criança e quais recursos sociais e comunitários são acionados no cotidiano da criança. Por exemplo, com o uso do genograma, pode ser mais bem investigada a qualidade das relações dos membros familiares:
- presença ou não de relacionamentos rompidos e/ou desgastados;
- convivência e relação da criança com a família;
- apoio da família nas atribuições da maternidade;
- exercício autônomo e independente do pai no seu papel de cuidador da criança.
A relação da família com os recursos comunitários também fornece um panorama de como os serviços ofertados são conhecidos e/ou acessados pela família. Por exemplo:
- a família costuma levar a criança às praças do bairro nos momentos de lazer?;
- é possível o convívio com outras crianças da mesma faixa etária?;
- há disponibilidade de vagas de creche no bairro?;
- caso a família tenha perfil social, faz uso dos programas de assistência social?
O momento da coleta de dados fornece informações importantes sobre o modo de viver da criança e sua família, e pode auxiliar na compreensão de processos familiares disfuncionais e na exposição a ambientes tóxicos para o desenvolvimento infantil.
No quesito da identificação e construção do papel parental pelos cuidadores, é importante o enfermeiro investigar como se dá a rotina de cuidados com a criança:
- quem participa dos cuidados;
- como a mãe/o pai se sente ao cuidar da criança?;
- qual a importância da criança em sua rotina?;
- como se dá a organização e o provimento de recursos essenciais para a vida da criança, como a alimentação, as vestimentas e o lazer?
Nesse momento, também é oportuno analisar a qualidade do vínculo estabelecido pela criança e pelo principal cuidador, observando a troca de afeto, o carinho, o respeito à criança, o estabelecimento de limites razoáveis para a idade, o não uso da violência para o controle e a obediência, se há momentos do brincar livre na rotina da criança e atentar-se ao tempo de tela.
Também é importante abordar os fatores de risco e de vulnerabilidade para acidentes, atitudes promotoras de segurança em determinados contextos e espaços sociais e orientações aos familiares e às crianças para evitar e prevenir acidentes. É necessário, ainda, identificar fatores relacionados ao fornecimento de proteção e cuidados para crianças e suas famílias em situações de violência, assim como identificar como acionar a rede de cuidado e de proteção social e a rede intersetorial.
Diagnóstico de enfermagem
Dentre os passos do PE, há o DE que, segundo a Resolução nº 358/2009 do Cofen, é definido como31
processo de interpretação e agrupamento dos dados coletados na primeira etapa, que culmina com a tomada de decisão sobre os conceitos diagnósticos de enfermagem que representam, com mais exatidão, as respostas da pessoa, família ou coletividade humana em um dado momento do processo saúde e doença; e que constituem a base para a seleção das ações ou intervenções com as quais se objetiva alcançar os resultados esperados.
Os enfermeiros têm um sistema de classificação internacional, denominado Classificação Internacional para a Prática de Enfermagem (CIPE®), que propõe um conjunto de termos que podem ser utilizados para registrar as observações e as intervenções de enfermeiros em todo o mundo.
A parentalidade é descrita como um dos focos de atenção da profissão na CIPE®, que define o fenômeno e propõe alguns DEs, como os seguintes:32
- Risco de Parentalidade Prejudicada;
- Conhecimento sobre Parentalidade;
- Disposição (ou Prontidão) para Parentalidade Eficaz;
- Falta de Conhecimento sobre Parentalidade;
- Parentalidade Eficaz;
- Parentalidade Prejudicada.
A partir dos DEs, são propostos também os resultados e as intervenções de enfermagem com foco na parentalidade.29 No contexto brasileiro, o enfermeiro dispõe de outras ferramentas de assistência, que possibilitam a realização de uma avaliação e uma introdução de cuidados mais acurados acerca das relações estabelecidas entre mães/pais e seus filhos.33-35
A taxonomia de DEs da NANDA-I (2021) prevê alguns deles que podem ser utilizados na área de parentalidade, destacando-se os apresentados no Quadro 5.33
QUADRO 5
DIAGNÓSTICOS DE ENFERMAGEM QUE PODEM SER UTILIZADOS NA PARENTALIDADE |
|
Parentalidade Prejudicada |
“Limitação do cuidador principal para nutrir, proteger e promover o ideal crescimento e desenvolvimento da criança, por meio de um exercício consistente e empático de autoridade e comportamento apropriado em resposta às necessidades da criança.” |
Risco para Paternidade Prejudicada |
“Cuidador principal suscetível a uma limitação para nutrir, proteger e promover ótimo crescimento e desenvolvimento da criança, através de um consistente e empático exercício de autoridade e comportamento apropriado em resposta às necessidades da criança.” |
Prontidão para Paternidade Aprimorada |
“Um padrão de cuidador principal para nutrir, proteger e promover o ideal crescimento e desenvolvimento da criança, por meio de um exercício consistente e empático de autoridade e comportamento apropriado em resposta às necessidades da criança, que pode ser fortalecido.” |
Tensão do Papel de Cuidador |
“Dificuldades em cumprir responsabilidades de cuidados, expectativas e/ou comportamentos para família ou outras pessoas significativas.” |
Risco de Tensão na Função de Cuidador |
“Suscetível a dificuldade em cumprir responsabilidades de cuidados, expectativas e/ou comportamentos para a família ou outras pessoas significativas, que podem comprometer a saúde.” |
Processos Familiares Disfuncionais |
“Funcionamento familiar que não respalda o bem-estar de seus membros.” |
// Fonte: Adaptado de Herdman e colaboradores.33
Cabe também ao enfermeiro a utilização de diagnósticos relativos ao processo de desenvolvimento infantil, além dos que são direcionados para as alterações de saúde. Contudo, evidencia-se que toda a complexidade do crescimento e do desenvolvimento infantil, bem como a parentalidade, não são contempladas pela CIPE® nem pela NANDA-I,36 o que demonstra a importância de se construir mais classificações e intervenções sobre esses fenômenos.
Planejamento de enfermagem
O planejamento dos cuidados a partir da CE é essencial para garantir a eficácia dessa abordagem, considerando a individualidade de cada família e as necessidades específicas de cada criança, através de abordagens holísticas e individuais, abrangendo não apenas os problemas de saúde, mas também aspectos emocionais, psicossociais e culturais relacionados à parentalidade.37
Na abordagem centrada nas necessidades individuais de cada família — considerando as crenças culturais, os históricos médicos e as preferências dos pais —, os enfermeiros podem auxiliar os pais na construção de habilidades parentais, tais como o manejo do sono, a nutrição adequada e a estimulação do desenvolvimento infantil.38
A orientação dos pais é parte essencial do planejamento do cuidado na consulta, capacitando-os para tomar decisões informadas e confiantes em relação ao cuidado de seus filhos, e envolve a criação de um ambiente favorável ao desenvolvimento saudável das crianças.39
Para proporcionar ambiente seguro e estimulante, um fator facilitador pode ser a criação de um espaço acolhedor e confiável durante a CE, preparando os pais por meio da educação em saúde e de aconselhamentos, para facilitar a construção de uma parentalidade saudável e confiante.38
O enfermeiro deve criar um plano de cuidados com base nos diagnósticos identificados e priorizados. É essencial discutir todas as intervenções e as prescrições com a família para garantir um planejamento de cuidados colaborativo e alinhado com os recursos e as expectativas de ambas as partes.40
Quanto à Classificação de Intervenções de Enfermagem (em inglês, Nursing Interventions Classification [NIC]), é possível citar algumas que se relacionam à assistência parental:34
- Controle do ambiente, processo para o estabelecimento de vínculo — definido como a “manipulação do ambiente em torno do paciente para facilitar o desenvolvimento da relação pais-bebê.”
- Promoção de vínculo — definido como a “facilitação do desenvolvimento da relação entre os pais e o bebê.”
Por sua vez, no que tange à Classificação de Resultados de Enfermagem (em inglês, Nursing Outcomes Classification [NOC]), é possível citar, entre os que podem ser utilizados na área de parentalidade, o Vínculo Pais-bebê, definido como “comportamentos dos pais e do bebê que demonstram um elo afetivo duradouro”.35
Implementação da assistência de enfermagem
As intervenções devem ser ações realizadas e avaliadas, podendo incluir procedimentos, técnicas (como curativos e punções) ou orientações e encaminhamentos.40
É crucial envolver a família na construção das intervenções, pois não só melhora a adesão ao tratamento como também fortalece o vínculo entre profissional e família, ao considerar a realidade desta última. A CIPE® e a NIC podem ser empregadas. As orientações também são benéficas para os pais, oferecendo tranquilidade em relação ao desenvolvimento da criança ou à evolução esperada do caso clínico. Em consultas de puericultura na APS, ações costumam ser realizadas rotineiramente.40
O Quadro 6 apresenta as etapas da CE e as condutas frente à abordagem dos enfermeiros sobre a parentalidade.
QUADRO 6
ETAPAS DA CONSULTA DE ENFERMAGEM E CONDUTAS COM FOCO NA PARENTALIDADE |
|
Etapas da consulta |
Condutas |
Acolhimento com escuta qualificada para identificar os motivos do contato da família com a criança |
Encaminhar para o atendimento necessário. |
Entrevista |
Verificar:
|
Abordagem da parentalidade |
|
Exames físicos geral e específico |
|
// Fonte: Adaptado de Conselho Regional de Enfermagem do Paraná.41
Avaliação de enfermagem
Todas as intervenções requerem avaliação, que podem ser feitas de diversas formas: por meio do relato da criança ou da família, observando melhora, piora ou ausência dos sinais e dos sintomas iniciais, ou, ainda, considerando mudanças positivas ou negativas no estado de saúde anterior.
Nessa fase do PE, o enfermeiro avalia a eficácia de suas prescrições e suas ações em relação aos resultados desejados ou a novas necessidades que possam surgir devido a ações ou prescrições. A avaliação pode utilizar tanto a CIPE® quanto a NOC.40
No encerramento do atendimento, é essencial que o profissional questione se a mãe, o pai ou o cuidador tem dúvidas ou necessita de informações adicionais. Expressar elogios e agradecer à cooperação da criança e à participação da família é de grande importância, pois demonstra respeito e consideração.
É recomendado registrar no prontuário da criança todos os fatos observados ou relatados de maneira clara e objetiva, de acordo com a Resolução nº 514/2016, do Cofen.42 O registro deve ser isento de julgamentos pessoais ou opiniões do profissional, evitando a descrição de ações realizadas por outros profissionais. O prontuário infantil deve conter registros de atendimentos, bem como gráficos para perímetro cefálico, peso, estatura e índice de massa corporal. Além disso, é relevante arquivar ou documentar os resultados de exames complementares e o cartão de vacinação.
A caderneta da criança deve ser sempre preenchida em todos os atendimentos.40
Em termos de parentalidade, é essencial preparar os pais para desempenhar efetivamente seu papel, incluindo o entendimento do comportamento, do desenvolvimento e da estimulação da criança. Além disso, é importante observar e promover a interação entre pais e crianças, incentivando um estilo parental participativo. Garantir um ambiente seguro para a saúde infantil é fundamental, assim como promover uma comunicação adequada dentro da família e observar a estrutura familiar.
O acesso aos serviços públicos deve ser facilitado, sendo importante estar atento e tomar medidas em casos de negligência parental e maus-tratos físicos ou psicológicos. Investigar o estresse e a depressão materna é relevante para oferecer o apoio necessário. Conhecer a rede de apoio da família, bem como os padrões demográficos e econômicos, também desempenha um papel fundamental na promoção do bem-estar da criança e da família.
Consulta de enfermagem e articulações interprofissionais
O trabalho interprofissional no cuidado à criança pode ser mais bem-sucedido e aumentar a resolução dos problemas identificados ao ser realizado de forma colaborativa com os membros da equipe de saúde, contribuindo para um cuidado com qualidade e valorizando diferentes atuações profissionais.20
O trabalho interprofissional, que inclui o compartilhamento de papéis e de responsabilidades, foi reconhecido como o modelo preferido de serviços de intervenção na primeira infância.43
A partir dessa articulação profissional, há um compartilhamento de saberes, visando à solução dos problemas identificados, bem como à possibilidade de se evitar encaminhamentos e ações que não são necessárias no momento analisado ou duplicadas.20
Destaca-se que o enfermeiro tem grande responsabilidade na disseminação de informações e fortalecimento de ações colaborativas que visam à promoção do desenvolvimento infantil.21 Dessa forma, a educação permanente com base na realidade do contexto de trabalho, e considerando o protagonismo das famílias e das crianças, é incentivada para que enfermeiros, em parceria com outros profissionais e outros setores, possam elaborar estratégias de ação resolutivas.22
Interação enfermeiro-família-criança na consulta de enfermagem com foco na parentalidade
A interação entre o enfermeiro, a criança e os cuidadores na CE desempenha um papel crucial na identificação de problemas de saúde, na orientação sobre práticas saudáveis, na construção de um vínculo de confiança entre os profissionais de saúde e os pacientes e na adesão da família à proposta terapêutica.
A qualidade da interação estabelecida entre profissional de saúde e paciente influencia diretamente a satisfação com os serviços de saúde.
A palavra “interação” significa “influência recíproca de dois ou mais elementos”. Entende-se como interação o encontro entre duas pessoas e a relação construída por elas em um espaço físico e em um dado momento/tempo, permeada pelo contexto de vida, bem como construída e reforçada com base nos padrões culturais.
No cuidado, o encontro entre enfermeiro e indivíduo é definido como interação, na qual são geradas influências mútuas por meio da comunicação, do diálogo e da convivência. A qualidade da interação proporciona ao enfermeiro uma interpretação das reais necessidades e dos desejos do paciente.44
A abordagem acolhedora e empática do enfermeiro contribui para uma boa interação, pois cria um ambiente seguro e confortável, no qual os cuidadores familiares e a criança se sentem à vontade para compartilhar suas preocupações e suas dúvidas. Além disso, a comunicação eficaz do enfermeiro é essencial para a compreensão das necessidades individuais da criança e para a elaboração de um plano de cuidados adequado.23
Durante a CE, a interação é fundamental para promover a adesão ao tratamento. A construção da interação entre o enfermeiro, a criança e os cuidadores familiares aumenta a probabilidade de que as orientações e as prescrições sejam seguidas de maneira consistente. A confiança estabelecida nesse processo facilita a comunicação sobre a administração de medicamentos, a realização de exames e a adoção de medidas preventivas.45
Os enfermeiros precisam ter ciência da importância da interação e desenvolver habilidades que lhes permitam estabelecer um relacionamento de confiança com a criança e a mãe, bem como se comunicar de forma eficaz com elas. Investir no desenvolvimento de habilidades de comunicação e empatia por parte dos enfermeiros é essencial para garantir um cuidado de qualidade e humanizado na AB.
Uma estratégia muito utilizada para promover uma interação de qualidade entre enfermeiro-cuidador familiar-criança é a Entrevista Motivacional (EM), que é uma tecnologia educacional implementada na prática assistencial de enfermeiros com bons resultados.
A EM busca promover o fortalecimento da motivação pessoal, além de contribuir para maior vínculo entre profissional e paciente. Esta estratégia parte do princípio de que a motivação é essencial para a aderência ao tratamento ou às orientações profissionais e pode ser modificada ao longo do tempo. É uma abordagem baseada em evidências para mudar o estilo de vida disfuncional e aumentar o comprometimento com a mudança comportamental. 46
As premissas básicas que auxiliam o enfermeiro na prática da EM são as seguintes:46
- empatia, congruência e espírito colaborativo na motivação para a mudança;
- adoção de um estilo calmo;
- consideração da ambivalência como natural;
- interações interpessoais, que podem aumentar ou reduzir a resistência;
- relacionamento colaborativo e amigável;
- a pessoa é responsável pelo progresso (profissional é facilitador).
Durante a interação mediada pela EM, o enfermeiro se mostra empático e não confrontativo, forma um vínculo colaborativo que conduz ao diálogo, respeitando a autonomia do paciente em resolver a ambivalência sobre as mudanças desejadas para melhorar determinada condição de saúde.
Para a aplicação da EM, devem ser respeitados os seguintes aspectos:46
- escutar;
- motivar os valores;
- não influenciar na escolha da mudança de comportamento;
- capacitar o paciente.
As pessoas se tornam mais confiantes quando acreditam verdadeiramente em seu poder de modificar um comportamento. Por isso, os profissionais devem buscar oportunidades para apoiar a autoeficácia dos indivíduos, ajudando-os a reconhecer seu potencial e os recursos de que dispõem para alcançar o objetivo proposto.47
A visita domiciliar como instrumento para complementar a consulta de enfermagem com foco na parentalidade
A VD tem sido amplamente adotada como ferramenta de entrega dos programas com foco na parentalidade na primeira infância. Sua potência está em possibilitar um atendimento longitudinal e considerar o vínculo com o visitador fundamental para que os resultados esperados sejam alcançados. Além disso, o domicílio é um ambiente ideal para a realização das intervenções de parentalidade, por ser um local confortável e conveniente para os pais com crianças pequenas para receberem apoio dos profissionais, apesar dos custos elevados.
No cuidado com foco na parentalidade, a VD surge como um instrumento complementar à CE que possibilita uma compreensão mais abrangente das necessidades e do cotidiano do ambiente familiar no qual a criança está inserida. A VD proporciona uma oportunidade única para a observação direta da interação entre pais e filhos e possibilita uma abordagem mais individualizada, identificando fatores de risco e de proteção que podem influenciar a parentalidade e o desenvolvimento infantil.44
Além disso, a VD é uma estratégia de cuidado que permite aos enfermeiros terem um vislumbre da realidade cotidiana das famílias, compreendendo melhor sua dinâmica de relacionamento e seus recursos sociais e econômicos. Isso é especialmente relevante no contexto da parentalidade, no qual as demandas podem variar amplamente conforme as características individuais de cada família.44
A VD permite que o enfermeiro se aproxime da realidade “vivida” pela criança e pela família sem o “filtro” interpretativo que a mãe e/ou o cuidador familiar da criança apresentam ao profissional durante uma CE na UBS.
Ao se visitar um domicílio, é possível construir cuidados individualizados e direcionados para a realidade econômica e social daquela criança. Isso é especialmente importante quando se trata da promoção de parentalidade e capacitação de cuidadores, como mães e pais, para a promoção do desenvolvimento saudável de seus filhos.44
Estudos indicam que intervenções por meio de VDs, conduzidas por enfermeiros durante o período pré-natal e nos primeiros anos de vida da criança, resultam na redução da mortalidade materna por diversas causas, assim como da mortalidade evitável entre seus filhos.27
Associar boas práticas na VD de forma complementar às CEs pode ser uma estratégia que potencializa as boas práticas parentais, considerando que a família e a criança se sentem efetivamente envolvidas nas atividades de cuidado.
ATIVIDADES
8. Quais são os eixos estratégicos da PNAISC que podem ser usados para orientar as ações na CE à criança?
Confira aqui a resposta
Espera-se que a CE à criança tenha a capacidade de contemplar as seguintes ações preconizadas na PNAISC: acompanhamento periódico e sistemático do crescimento e do desenvolvimento da criança; imunização, prevenção de acidentes e de violência; atenção às doenças prevalentes na infância, ao aleitamento materno, à alimentação complementar saudável e à prevenção do óbito infantil.
Resposta correta.
Espera-se que a CE à criança tenha a capacidade de contemplar as seguintes ações preconizadas na PNAISC: acompanhamento periódico e sistemático do crescimento e do desenvolvimento da criança; imunização, prevenção de acidentes e de violência; atenção às doenças prevalentes na infância, ao aleitamento materno, à alimentação complementar saudável e à prevenção do óbito infantil.
Espera-se que a CE à criança tenha a capacidade de contemplar as seguintes ações preconizadas na PNAISC: acompanhamento periódico e sistemático do crescimento e do desenvolvimento da criança; imunização, prevenção de acidentes e de violência; atenção às doenças prevalentes na infância, ao aleitamento materno, à alimentação complementar saudável e à prevenção do óbito infantil.
9. Com relação à coleta de dados, assinale a afirmativa correta.
A) Com o uso do genograma, pode ser mais bem investigada a relação entre os membros da família e com a sociedade.
B) O momento da coleta de dados fornece informações importantes sobre a relação dos pais/cuidadores com a comunidade.
C) Não cabe ao enfermeiro investigar como ocorre a rotina de cuidados com a criança, suas ações são limitadas e referem-se a questões de saúde física.
D) A coleta de dados consiste na captura de informações, que podem ser objetivas e subjetivas.
Confira aqui a resposta
Resposta incorreta. A alternativa correta é a "D".
Com relação à coleta de dados, a primeira afirmativa está incorreta porque, com a utilização do genograma, pode ser mais bem investigada a qualidade das relações dos membros familiares, como presença ou não de relacionamentos rompidos e/ou desgastados; convivência e relação da criança com a família; apoio da família nas atribuições da maternidade; exercício autônomo e independente do pai no seu papel de cuidador da criança. A segunda afirmativa está incorreta, pois o momento da coleta de dados fornece informações importantes sobre o modo de viver da criança e de sua família e pode auxiliar na compreensão de processos familiares disfuncionais e na exposição a ambientes tóxicos para o desenvolvimento infantil. A terceira afirmativa está incorreta porque, no quesito da identificação e da construção do papel parental pelos cuidadores, é importante o enfermeiro investigar como se dá a rotina de cuidados com a criança.
Resposta correta.
Com relação à coleta de dados, a primeira afirmativa está incorreta porque, com a utilização do genograma, pode ser mais bem investigada a qualidade das relações dos membros familiares, como presença ou não de relacionamentos rompidos e/ou desgastados; convivência e relação da criança com a família; apoio da família nas atribuições da maternidade; exercício autônomo e independente do pai no seu papel de cuidador da criança. A segunda afirmativa está incorreta, pois o momento da coleta de dados fornece informações importantes sobre o modo de viver da criança e de sua família e pode auxiliar na compreensão de processos familiares disfuncionais e na exposição a ambientes tóxicos para o desenvolvimento infantil. A terceira afirmativa está incorreta porque, no quesito da identificação e da construção do papel parental pelos cuidadores, é importante o enfermeiro investigar como se dá a rotina de cuidados com a criança.
A alternativa correta é a "D".
Com relação à coleta de dados, a primeira afirmativa está incorreta porque, com a utilização do genograma, pode ser mais bem investigada a qualidade das relações dos membros familiares, como presença ou não de relacionamentos rompidos e/ou desgastados; convivência e relação da criança com a família; apoio da família nas atribuições da maternidade; exercício autônomo e independente do pai no seu papel de cuidador da criança. A segunda afirmativa está incorreta, pois o momento da coleta de dados fornece informações importantes sobre o modo de viver da criança e de sua família e pode auxiliar na compreensão de processos familiares disfuncionais e na exposição a ambientes tóxicos para o desenvolvimento infantil. A terceira afirmativa está incorreta porque, no quesito da identificação e da construção do papel parental pelos cuidadores, é importante o enfermeiro investigar como se dá a rotina de cuidados com a criança.
10. Com relação ao DE, observe as afirmativas a seguir.
I. O DE Tensão do Papel de Cuidador se refere ao funcionamento familiar que não respalda o bem-estar de seus membros.
II. A partir dos DEs, são propostos também os resultados e as intervenções de enfermagem com foco na parentalidade.
III. Os enfermeiros têm um sistema de classificação internacional denominado CIPE®.
Quais estão corretas?
A) Apenas a I e a II.
B) Apenas a I e a III.
C) Apenas a II e a III.
D) A I, a II e a III.
Confira aqui a resposta
Resposta incorreta. A alternativa correta é a "C".
A primeira afirmativa está incorreta, dado que Tensão do Papel de Cuidador se refere a dificuldades em cumprir responsabilidades de cuidados, expectativas e/ou comportamentos para família ou outras pessoas significativas.
Resposta correta.
A primeira afirmativa está incorreta, dado que Tensão do Papel de Cuidador se refere a dificuldades em cumprir responsabilidades de cuidados, expectativas e/ou comportamentos para família ou outras pessoas significativas.
A alternativa correta é a "C".
A primeira afirmativa está incorreta, dado que Tensão do Papel de Cuidador se refere a dificuldades em cumprir responsabilidades de cuidados, expectativas e/ou comportamentos para família ou outras pessoas significativas.
11. Qual das seguintes alternativas apresenta um exemplo de desafio comum que os pais podem enfrentar durante a construção da parentalidade e que o enfermeiro deve estar preparado para discutir e apoiar durante a CE?
A) Escolha de produtos de higiene adequados e acessíveis.
B) Como lidar com a eventual seletividade alimentar do bebê.
C) As melhores medicações que devem estar na caixa de emergência do bebê.
D) A falta de sono devido às necessidades do bebê.
Confira aqui a resposta
Resposta incorreta. A alternativa correta é a "D".
A falta de sono para atender às necessidades do bebê é relevante porque representa um desafio comum que os pais enfrentam durante a construção da parentalidade, principalmente no primeiro ano de vida. A privação de sono pode ser esgotante e afetar a saúde física e emocional dos pais, limitando o desenvolvimento de uma boa relação com o bebê.
Resposta correta.
A falta de sono para atender às necessidades do bebê é relevante porque representa um desafio comum que os pais enfrentam durante a construção da parentalidade, principalmente no primeiro ano de vida. A privação de sono pode ser esgotante e afetar a saúde física e emocional dos pais, limitando o desenvolvimento de uma boa relação com o bebê.
A alternativa correta é a "D".
A falta de sono para atender às necessidades do bebê é relevante porque representa um desafio comum que os pais enfrentam durante a construção da parentalidade, principalmente no primeiro ano de vida. A privação de sono pode ser esgotante e afetar a saúde física e emocional dos pais, limitando o desenvolvimento de uma boa relação com o bebê.
12. Com relação ao principal enfoque da EM aplicada por enfermeiros, assinale V (verdadeiro) ou F (falso).
Impor mudanças de comportamento aos pacientes.
Estabelecer um vínculo confrontativo com os pacientes.
Promover a motivação pessoal.
Melhorar o relacionamento entre profissional e paciente.
Assinale a alternativa que apresenta a sequência correta.
A) V — F — F — V
B) V — V — F — F
C) F — F — V — V
D) F — V — V — F
Confira aqui a resposta
Resposta incorreta. A alternativa correta é a "C".
A EM é uma tecnologia educacional implementada na prática assistencial de enfermeiros, apresentando bons resultados. Ela tem a intenção de promover o fortalecimento da motivação pessoal, bem como contribuir para maior vínculo entre profissional e paciente.
Resposta correta.
A EM é uma tecnologia educacional implementada na prática assistencial de enfermeiros, apresentando bons resultados. Ela tem a intenção de promover o fortalecimento da motivação pessoal, bem como contribuir para maior vínculo entre profissional e paciente.
A alternativa correta é a "C".
A EM é uma tecnologia educacional implementada na prática assistencial de enfermeiros, apresentando bons resultados. Ela tem a intenção de promover o fortalecimento da motivação pessoal, bem como contribuir para maior vínculo entre profissional e paciente.
13. Qual é o benefício da construção da interação entre o enfermeiro, a criança e a mãe durante a CE?
A) Diminuir a probabilidade de seguir orientações e prescrições.
B) Facilitar a comunicação sobre administração de medicamentos.
C) Aumentar a confiança na equipe de enfermagem.
D) Reduzir a importância do cuidado holístico.
Confira aqui a resposta
Resposta incorreta. A alternativa correta é a "B".
A construção da interação entre o enfermeiro, a criança e a mãe aumenta a probabilidade de que as orientações e as prescrições sejam seguidas de maneira consistente. A confiança estabelecida nesse processo facilita a comunicação sobre a administração de medicamentos, a realização de exames e a adoção de medidas preventivas.
Resposta correta.
A construção da interação entre o enfermeiro, a criança e a mãe aumenta a probabilidade de que as orientações e as prescrições sejam seguidas de maneira consistente. A confiança estabelecida nesse processo facilita a comunicação sobre a administração de medicamentos, a realização de exames e a adoção de medidas preventivas.
A alternativa correta é a "B".
A construção da interação entre o enfermeiro, a criança e a mãe aumenta a probabilidade de que as orientações e as prescrições sejam seguidas de maneira consistente. A confiança estabelecida nesse processo facilita a comunicação sobre a administração de medicamentos, a realização de exames e a adoção de medidas preventivas.
14. Qual é o papel da VD na promoção da parentalidade e na compreensão das necessidades das famílias?
A) A VD não tem relevância comprovada na promoção da parentalidade.
B) A VD possibilita observar diretamente a interação entre pais e filhos e compreender a dinâmica familiar.
C) A VD serve apenas para realizar exames médicos.
D) A VD é uma estratégia de cuidado que não influencia o trabalho dos profissionais de enfermagem.
Confira aqui a resposta
Resposta incorreta. A alternativa correta é a "B".
A VD proporciona uma oportunidade única para a observação direta da interação entre pais e filhos, possibilita uma abordagem mais individualizada, identificando fatores de risco e de proteção que podem influenciar a parentalidade e o desenvolvimento infantil. Além disso, é uma estratégia de cuidado que permite que os enfermeiros possam vislumbrar a realidade cotidiana das famílias e compreender melhor suas dinâmicas, seus recursos e suas barreiras. Isso é especialmente relevante no contexto da parentalidade, no qual as demandas podem variar amplamente conforme as características individuais de cada família.
Resposta correta.
A VD proporciona uma oportunidade única para a observação direta da interação entre pais e filhos, possibilita uma abordagem mais individualizada, identificando fatores de risco e de proteção que podem influenciar a parentalidade e o desenvolvimento infantil. Além disso, é uma estratégia de cuidado que permite que os enfermeiros possam vislumbrar a realidade cotidiana das famílias e compreender melhor suas dinâmicas, seus recursos e suas barreiras. Isso é especialmente relevante no contexto da parentalidade, no qual as demandas podem variar amplamente conforme as características individuais de cada família.
A alternativa correta é a "B".
A VD proporciona uma oportunidade única para a observação direta da interação entre pais e filhos, possibilita uma abordagem mais individualizada, identificando fatores de risco e de proteção que podem influenciar a parentalidade e o desenvolvimento infantil. Além disso, é uma estratégia de cuidado que permite que os enfermeiros possam vislumbrar a realidade cotidiana das famílias e compreender melhor suas dinâmicas, seus recursos e suas barreiras. Isso é especialmente relevante no contexto da parentalidade, no qual as demandas podem variar amplamente conforme as características individuais de cada família.
15. Qual é a importância da criação de um vínculo promotor da parentalidade entre os profissionais de enfermagem, as mães e as crianças?
A) Não há importância comprovada em criar um vínculo promotor da parentalidade.
B) Permite que os profissionais exerçam sua autoridade sobre as mães e as crianças.
C) Facilita o ensino e o aprendizado de práticas parentais positivas.
D) O vínculo promotor da parentalidade não influencia o desenvolvimento infantil.
Confira aqui a resposta
Resposta incorreta. A alternativa correta é a "C".
A interação vivenciada no ambiente domiciliar contribui para a formação de significados e facilita o ensino e o aprendizado das práticas parentais positivas, incluindo a construção do papel de mãe para adolescentes. O domicílio oferece um cenário propício para fornecer cuidados individualizados e promover interações positivas, que visam a apoiar a construção da parentalidade, capacitando os cuidadores e promovendo o desenvolvimento saudável de seus filhos.
Resposta correta.
A interação vivenciada no ambiente domiciliar contribui para a formação de significados e facilita o ensino e o aprendizado das práticas parentais positivas, incluindo a construção do papel de mãe para adolescentes. O domicílio oferece um cenário propício para fornecer cuidados individualizados e promover interações positivas, que visam a apoiar a construção da parentalidade, capacitando os cuidadores e promovendo o desenvolvimento saudável de seus filhos.
A alternativa correta é a "C".
A interação vivenciada no ambiente domiciliar contribui para a formação de significados e facilita o ensino e o aprendizado das práticas parentais positivas, incluindo a construção do papel de mãe para adolescentes. O domicílio oferece um cenário propício para fornecer cuidados individualizados e promover interações positivas, que visam a apoiar a construção da parentalidade, capacitando os cuidadores e promovendo o desenvolvimento saudável de seus filhos.
|
Acompanhe o caso clínico a seguir.
Situação
A enfermeira da ESF sai da unidade para realizar a primeira VD de puerpério à usuária M.O.S. acompanhada pela equipe.
M.O.S. teve parto cesáreo com 42 semanas de gestação. A VD foi solicitada pelo agente comunitário de saúde, descrevendo que a bebê nasceu pesando 3,890kg, há 20 dias, e que a mãe está com dificuldades para amamentar.
Coleta de dados (tópicos subjetivos — SOAP)
M.O.S. tem 15 anos, é solteira, natural e residente da cidade de São Paulo (SP). É a segunda filha de uma prole de três, está cursando o 8º ano do ensino fundamental, mora em casa própria na periferia com sua família, que é composta por avó, mãe, dois irmãos, duas tias e três primos.
A jovem engravidou aos 14 anos, sem planejamento prévio, iniciou acompanhamento pré-natal na UBS na oitava semana de gestação com o profissional médico. Como potenciais, apresentava bom padrão de afetividade, interesse nas orientações de saúde, bom vínculo com a enfermeira da UBS e desejo de construir hábitos de vida saudáveis para si e para sua filha.
Durante a VD, M.O.S. chorava sempre que olhava para sua filha e se negava a pegá-la no colo, alegando dores no corpo. A avó refere que a jovem estava “dando” a bebê para a família, alegando sentir-se incapaz de cuidar da filha, pois ela mamava muito e chorava demais. Além disso, cinco dias após o parto, a adolescente brigou com o namorado e, a partir desse evento, reduziu drasticamente seu tempo com a bebê, passando a oferecer apenas os cuidados básicos de higiene e alimentação.
Para melhor compreensão das relações, optou-se pelo uso de genograma (Figura 4), no qual é possível observar que a tia 1 e a avó podem ser aliadas para o plano de cuidados por apresentarem uma boa relação com M.O.S. e com a bebê.
FIGURA 4: Genograma. // Fonte: Arquivo de imagem das autoras.
No genograma, são representadas as situações descritas a seguir.
- Avó: É a principal provedora da casa e a figura de maior autoridade. Ela organiza a rotina de M.O.S. e está sempre observando o que acontece na casa.
- Tia 1: Tem ótimo relacionamento com M.O.S., é madrinha da bebê, se preocupa com o bem-estar de ambas e está disponível para ajudar nos cuidados. Ela tem sido responsável por fazer a bebê dormir.
- Mãe de M.O.S.: Tem um relacionamento conflituoso com M.O.S., sente-se sobrecarregada por trabalhar e cuidar da filha caçula, por isso não está disponível para apoiar qualquer demanda de M.O.S..
- Namorado: Esforça-se para exercer a função de pai, mas não mora na casa, e o fato de não estar presente 100% do tempo causa alguns conflitos com M.O.S..
Exame físico (tópico objetivo — SOAP)
M.O.S. apresenta queixa álgica, ingurgitamento mamário, calor e rubor local e fissuras nos mamilos com sangramento, o que impede a amamentação. A bebê tem registro de perda de peso, apresenta região genital e de nádegas com petéquias, rubor e calor, mostra-se chorosa, irritada, movimenta freneticamente membros superiores e inferiores e se acalma quando lhe pegam no colo.
Diagnósticos de enfermagem (tópico avaliação — SOAP)
Para M.O.S.:
- autoestima situacional baixa;
- complicação durante o pós-parto, presente;
- fissura na mama moderada;
- conhecimento sobre autocuidado com a mama baixo;
- ingurgitamento mamário moderado;
- dor ao amamentar;
- risco de humor deprimido no período pós-parto;
- tristeza positiva no período pós-parto.
Para a bebê:
- amamentação prejudicada;
- crescimento prejudicado (ganho de peso insuficiente);
- eritema de fraldas moderado;
- higiene genital alterada;
- amamentação exclusiva prejudicada;
- risco de comportamento infantil desorganizado;
- risco de desenvolvimento infantil prejudicado.
Para a díade mãe-bebê:
- cansaço materno;
- capacidade do cuidador para executar o cuidado prejudicada;
- desempenho do papel de mãe prejudicado;
- prontidão para a parentalidade ineficaz;
- insegurança materna;
- ligação afetiva cuidador-criança prejudicada;
- parentalidade prejudicada;
- apoio familiar na amamentação, positivo;
- dificuldade para reconhecer redes de apoio;
- família capaz de participar no planejamento do cuidado.
Plano de enfermagem (tópico plano — SOAP)
Para M.O.S.:
- advogar pela amamentação durante a consulta;
- aplicar compressa fria em mama após cada mamada;
- apoiar processo familiar de enfrentamento estimulando a comunicação aberta entre a família;
- encaminhar a mãe para grupo de apoio à amamentação;
- encorajar afirmações positivas;
- encorajar a mãe a observar as formas de expressão da bebê (como se olham, sons que trocam, como se movimenta);
- fazer rastreamento de desenvolvimento da bebê utilizando a caderneta de saúde da criança;
- garantir a continuidade do cuidado para a bebê alertando a tia quanto às necessidades essenciais da bebê;
- gerenciar humor deprimido no pós-parto materno oferecendo ferramentas simples, como técnicas de respiração e meditação para a mãe;
- gerenciar processo de enfrentamento materno prejudicado;
- orientar família sobre desenvolvimento da bebê utilizando a Caderneta da Criança e vídeos educativos;
- orientar que a família estimule o desenvolvimento da bebê através do tocar, do falar e do brincar;
- orientar sobre amamentação utilizando boneco e recursos audiovisuais;
- orientar sobre cuidados com bebê utilizando boneco e recursos audiovisuais;
- orientar sobre ligação afetiva cuidador-criança utilizando vídeos;
- orientar sobre parentalidade eficaz utilizando exemplos da própria família;
- orientar a mãe sobre comportamentos que promovem o vínculo familiar, o desenvolvimento e o crescimento adequado;
- orientar sobre peso eficaz da bebê;
- promover apoio familiar convidando a família a participar da consulta;
- promover autoeficácia;
- promover parentalidade eficaz;
- reforçar capacidades maternas para o cuidado e a proteção da bebê.
ATIVIDADES
16. Observe as seguintes alternativas sobre DEs e seus respectivos planos de cuidados com foco voltado para a parentalidade.
I. Fissura na mama moderada: orientar a aplicação de água oxigenada em fissuras após cada mamada.
II. Dificuldade para reconhecer redes de apoio: orientar famílias sobre a importância da rede de apoio e identificar possíveis figuras de apoio na família através da construção de genograma.
III. Ambiente domiciliar representativo de risco para a bebê: orientar a mãe a realizar higiene e arrumação do ambiente doméstico diariamente, de modo a evitar acidentes como engasgo e sufocamento da criança.
IV. Ligação afetiva cuidador-criança prejudicada: encorajar a mãe a observar as formas de expressão da bebê (como se olham, sons que trocam, como se movimenta).
Quais estão corretas?
A) Apenas a I, a II e a III.
B) Apenas a I, a II e a IV.
C) Apenas a I, a III e a IV.
D) Apenas a II, a III e a IV.
Confira aqui a resposta
Resposta incorreta. A alternativa correta é a "D".
Em alguma medida, todos os DEs e planos de cuidados descritos no caso clínico podem promover a parentalidade. A primeira alternativa é incorreta, pois o enfermeiro deve orientar a aplicação de leite materno em fissuras após cada mamada para tratar a fissura moderada na mama. Ao promover a melhora da fissura e, consequentemente, o aleitamento materno, mãe e bebê têm oportunidade de estabelecer um elo íntimo e insubstituível através da amamentação; o contato pele a pele e a troca de olhares durante a amamentação auxiliam na construção e no fortalecimento do vínculo. Com relação à segunda alternativa, ao construir uma rede de apoio, a mãe também constrói uma base para as futuras relações sociais da bebê, garantindo que ele seja amado e protegido por essa rede. No referente à terceira alternativa, apesar de o plano de cuidados a princípio parecer voltado exclusivamente aos cuidados de saúde, mantendo o ambiente em boas condições, a mãe proporcionará à bebê melhores oportunidades de interações construtivas, promovendo a saúde e evitando riscos de agravos físicos e desenvolvimentais. Por fim, com relação à quarta alternativa, o DE e o plano de cuidados têm foco exclusivo na parentalidade; o cuidado direto da relação entre mãe e bebê deve ser sempre pautado na CE, seja ela na UBS ou na VD; o enfermeiro é um profissional indicado para fortalecer a parentalidade em muitas dimensões.
Resposta correta.
Em alguma medida, todos os DEs e planos de cuidados descritos no caso clínico podem promover a parentalidade. A primeira alternativa é incorreta, pois o enfermeiro deve orientar a aplicação de leite materno em fissuras após cada mamada para tratar a fissura moderada na mama. Ao promover a melhora da fissura e, consequentemente, o aleitamento materno, mãe e bebê têm oportunidade de estabelecer um elo íntimo e insubstituível através da amamentação; o contato pele a pele e a troca de olhares durante a amamentação auxiliam na construção e no fortalecimento do vínculo. Com relação à segunda alternativa, ao construir uma rede de apoio, a mãe também constrói uma base para as futuras relações sociais da bebê, garantindo que ele seja amado e protegido por essa rede. No referente à terceira alternativa, apesar de o plano de cuidados a princípio parecer voltado exclusivamente aos cuidados de saúde, mantendo o ambiente em boas condições, a mãe proporcionará à bebê melhores oportunidades de interações construtivas, promovendo a saúde e evitando riscos de agravos físicos e desenvolvimentais. Por fim, com relação à quarta alternativa, o DE e o plano de cuidados têm foco exclusivo na parentalidade; o cuidado direto da relação entre mãe e bebê deve ser sempre pautado na CE, seja ela na UBS ou na VD; o enfermeiro é um profissional indicado para fortalecer a parentalidade em muitas dimensões.
A alternativa correta é a "D".
Em alguma medida, todos os DEs e planos de cuidados descritos no caso clínico podem promover a parentalidade. A primeira alternativa é incorreta, pois o enfermeiro deve orientar a aplicação de leite materno em fissuras após cada mamada para tratar a fissura moderada na mama. Ao promover a melhora da fissura e, consequentemente, o aleitamento materno, mãe e bebê têm oportunidade de estabelecer um elo íntimo e insubstituível através da amamentação; o contato pele a pele e a troca de olhares durante a amamentação auxiliam na construção e no fortalecimento do vínculo. Com relação à segunda alternativa, ao construir uma rede de apoio, a mãe também constrói uma base para as futuras relações sociais da bebê, garantindo que ele seja amado e protegido por essa rede. No referente à terceira alternativa, apesar de o plano de cuidados a princípio parecer voltado exclusivamente aos cuidados de saúde, mantendo o ambiente em boas condições, a mãe proporcionará à bebê melhores oportunidades de interações construtivas, promovendo a saúde e evitando riscos de agravos físicos e desenvolvimentais. Por fim, com relação à quarta alternativa, o DE e o plano de cuidados têm foco exclusivo na parentalidade; o cuidado direto da relação entre mãe e bebê deve ser sempre pautado na CE, seja ela na UBS ou na VD; o enfermeiro é um profissional indicado para fortalecer a parentalidade em muitas dimensões.
17. Com relação aos DEs que podem ser atribuídos ao caso clínico apresentado, observe as alternativas a seguir.
I. Risco de parentalidade prejudicada
II. Tensão do papel de cuidador
III. Prontidão para paternidade aprimorada
IV. Processos familiares disfuncionais
Quais estão corretas?
A) Apenas a I, a II e a III.
B) Apenas a I, a II e a IV.
C) Apenas a I, a III e a IV.
D) Apenas a II, a III e a IV.
Confira aqui a resposta
Resposta incorreta. A alternativa correta é a "B".
Durante a coleta de dados, fica evidenciada a dificuldade da mãe em desenvolver ações no sentido de assegurar a sobrevivência e o desenvolvimento da bebê, em um ambiente seguro, de modo a torná-la mais autônoma e prepará-la para situações físicas, econômicas e psicossociais que surgirão ao longo da vida. Assim, a prontidão para a parentalidade está ameaçada e não aprimorada..
Resposta correta.
Durante a coleta de dados, fica evidenciada a dificuldade da mãe em desenvolver ações no sentido de assegurar a sobrevivência e o desenvolvimento da bebê, em um ambiente seguro, de modo a torná-la mais autônoma e prepará-la para situações físicas, econômicas e psicossociais que surgirão ao longo da vida. Assim, a prontidão para a parentalidade está ameaçada e não aprimorada..
A alternativa correta é a "B".
Durante a coleta de dados, fica evidenciada a dificuldade da mãe em desenvolver ações no sentido de assegurar a sobrevivência e o desenvolvimento da bebê, em um ambiente seguro, de modo a torná-la mais autônoma e prepará-la para situações físicas, econômicas e psicossociais que surgirão ao longo da vida. Assim, a prontidão para a parentalidade está ameaçada e não aprimorada..
Conclusão
Abordar as dimensões de parentalidade e os cuidados parentais durante a CE e utilizar classificações de enfermagem no PE para direcionar a assistência são ações extremamente importantes para uma assistência de qualidade à saúde da criança, sobretudo na primeira infância
A CE com foco na parentalidade deixa evidente a importância do trabalho dos enfermeiros no auxílio a famílias e crianças, para que estas superem as condições de vulnerabilidade e desenvolvam plenamente o potencial de seus filhos através de competências parentais bem-estruturadas.
As evidências mostram que, nas intervenções com foco na parentalidade durante as CEs, deve-se, em primeiro lugar, superar visões centradas na parentalidade disfuncional, na família estruturada ou na desestruturada, como forma de explicar os desfechos negativos no desenvolvimento infantil e, em segundo lugar, investir na identificação de fatores protetores e potencializadores de resiliência no processo parental, sobretudo em cenários de maior vulnerabilidade, como é o caso da imensa maioria dos brasileiros
Cabe aqui lembrar que, no Brasil, a maior parte das crianças de até 3 anos de idade é cuidada principalmente em casa, pelos familiares, com a ajuda da rede social da família e/ou de instituições presentes no território (creches ou abrigos). Por isso, é coerente a enfermagem atuar com a finalidade de apoiar os pais no desenvolvimento da parentalidade, como um componente transformador para a criação de crianças saudáveis e formação de um capital humano sólido.
As condições do ambiente social se relacionam e interferem na capacidade dos pais em desenvolver a parentalidade positiva. Fatores como o relacionamento conjugal dos pais, a história de relacionamento, sua profissão, a cultura familiar e sua inserção no trabalho e na vida afetam o processo de parentalidade e, consequentemente, o desenvolvimento infantil (lembrando que, atualmente, mais da metade crianças brasileiras vivem em situação de pobreza). Parece justo que a enfermagem enquanto categoria profissional tome para si a perspectiva de mitigar mais esse flagelo social.
Atividades: Respostas
Comentário: A primeira infância, período compreendido desde o nascimento até os 6 anos de idade, é fundamental para o desenvolvimento físico, emocional, cognitivo e cultural da criança.
Comentário: A terceira afirmativa é falsa porque a base dos processos epigenéticos é a plasticidade cerebral do neurodesenvolvimento infantil, que ocorre nos níveis evolutivo (ambiente físico), cultural (ambiente social), individual (cérebro) e genótipo-neuronal (genética). A quarta afirmativa é falsa, pois nos primeiros mil dias de vida, com início na gestação, o cérebro da criança atinge o pico de desenvolvimento neurológico.
Comentário: As 11 dimensões da parentalidade foram divididas em pré-requisitos (conhecimento e compreensão, recursos, motivação e oportunidades), atividades parentais (cuidados físico, emocional e social, controle e disciplina, e desenvolvimento) e áreas funcionais (saúde física, saúde mental, comportamento social, e funcionamento educativo e intelectual).
Comentário: A segunda afirmativa é falsa, tendo em vista que os princípios que orientam a PNAISC reforçam a garantia de integralidade do cuidado, mas sem qualquer limite de idade.
Comentário: A atuação de profissionais de enfermagem perpassa nove dimensões: promotor da construção do papel parental; orientações e apoio para implementação de cuidados de saúde físicos; orientações para promoção de ambiente seguro; aplicação de teorias, princípios e métodos dos programas materno-infantis; estabelecimento de relações terapêuticas; implementação da gestão da atenção materno-infantil; promoção de acesso à rede de apoio; orientação para o curso da vida das figuras parentais; uso de evidências científicas para orientar a prática.
Comentário: Identificou-se que os focos de atenção e as estratégias de intervenção de enfermagem na promoção da parentalidade positiva, em crianças de zero a 3 anos de idade são concentrados nos seguintes temas: capacitação dos pais para a parentalidade; comportamento, desenvolvimento e estimulação da criança; interação pais-criança; segurança e saúde da criança; disciplina positiva; construção de capital social.
Comentário: A primeira afirmativa é falsa, pois estimular o crescimento e o desenvolvimento saudável da criança faz parte da Dimensão 2 — Orientações e apoio para implementação de cuidados de saúde físicos. A terceira afirmativa é falsa, dado que a Dimensão 3 é denominada Orientações para promoção de ambiente seguro.
RESPOSTA: Espera-se que a CE à criança tenha a capacidade de contemplar as seguintes ações preconizadas na PNAISC: acompanhamento periódico e sistemático do crescimento e do desenvolvimento da criança; imunização, prevenção de acidentes e de violência; atenção às doenças prevalentes na infância, ao aleitamento materno, à alimentação complementar saudável e à prevenção do óbito infantil.
Comentário: Com relação à coleta de dados, a primeira afirmativa está incorreta porque, com a utilização do genograma, pode ser mais bem investigada a qualidade das relações dos membros familiares, como presença ou não de relacionamentos rompidos e/ou desgastados; convivência e relação da criança com a família; apoio da família nas atribuições da maternidade; exercício autônomo e independente do pai no seu papel de cuidador da criança. A segunda afirmativa está incorreta, pois o momento da coleta de dados fornece informações importantes sobre o modo de viver da criança e de sua família e pode auxiliar na compreensão de processos familiares disfuncionais e na exposição a ambientes tóxicos para o desenvolvimento infantil. A terceira afirmativa está incorreta porque, no quesito da identificação e da construção do papel parental pelos cuidadores, é importante o enfermeiro investigar como se dá a rotina de cuidados com a criança.
Comentário: A primeira afirmativa está incorreta, dado que Tensão do Papel de Cuidador se refere a dificuldades em cumprir responsabilidades de cuidados, expectativas e/ou comportamentos para família ou outras pessoas significativas.
Comentário: A falta de sono para atender às necessidades do bebê é relevante porque representa um desafio comum que os pais enfrentam durante a construção da parentalidade, principalmente no primeiro ano de vida. A privação de sono pode ser esgotante e afetar a saúde física e emocional dos pais, limitando o desenvolvimento de uma boa relação com o bebê.
Comentário: A EM é uma tecnologia educacional implementada na prática assistencial de enfermeiros, apresentando bons resultados. Ela tem a intenção de promover o fortalecimento da motivação pessoal, bem como contribuir para maior vínculo entre profissional e paciente.
Comentário: A construção da interação entre o enfermeiro, a criança e a mãe aumenta a probabilidade de que as orientações e as prescrições sejam seguidas de maneira consistente. A confiança estabelecida nesse processo facilita a comunicação sobre a administração de medicamentos, a realização de exames e a adoção de medidas preventivas.
Comentário: A VD proporciona uma oportunidade única para a observação direta da interação entre pais e filhos, possibilita uma abordagem mais individualizada, identificando fatores de risco e de proteção que podem influenciar a parentalidade e o desenvolvimento infantil. Além disso, é uma estratégia de cuidado que permite que os enfermeiros possam vislumbrar a realidade cotidiana das famílias e compreender melhor suas dinâmicas, seus recursos e suas barreiras. Isso é especialmente relevante no contexto da parentalidade, no qual as demandas podem variar amplamente conforme as características individuais de cada família.
Comentário: A interação vivenciada no ambiente domiciliar contribui para a formação de significados e facilita o ensino e o aprendizado das práticas parentais positivas, incluindo a construção do papel de mãe para adolescentes. O domicílio oferece um cenário propício para fornecer cuidados individualizados e promover interações positivas, que visam a apoiar a construção da parentalidade, capacitando os cuidadores e promovendo o desenvolvimento saudável de seus filhos.
Comentário: Em alguma medida, todos os DEs e planos de cuidados descritos no caso clínico podem promover a parentalidade. A primeira alternativa é incorreta, pois o enfermeiro deve orientar a aplicação de leite materno em fissuras após cada mamada para tratar a fissura moderada na mama. Ao promover a melhora da fissura e, consequentemente, o aleitamento materno, mãe e bebê têm oportunidade de estabelecer um elo íntimo e insubstituível através da amamentação; o contato pele a pele e a troca de olhares durante a amamentação auxiliam na construção e no fortalecimento do vínculo. Com relação à segunda alternativa, ao construir uma rede de apoio, a mãe também constrói uma base para as futuras relações sociais da bebê, garantindo que ele seja amado e protegido por essa rede. No referente à terceira alternativa, apesar de o plano de cuidados a princípio parecer voltado exclusivamente aos cuidados de saúde, mantendo o ambiente em boas condições, a mãe proporcionará à bebê melhores oportunidades de interações construtivas, promovendo a saúde e evitando riscos de agravos físicos e desenvolvimentais. Por fim, com relação à quarta alternativa, o DE e o plano de cuidados têm foco exclusivo na parentalidade; o cuidado direto da relação entre mãe e bebê deve ser sempre pautado na CE, seja ela na UBS ou na VD; o enfermeiro é um profissional indicado para fortalecer a parentalidade em muitas dimensões.
Comentário: Durante a coleta de dados, fica evidenciada a dificuldade da mãe em desenvolver ações no sentido de assegurar a sobrevivência e o desenvolvimento da bebê, em um ambiente seguro, de modo a torná-la mais autônoma e prepará-la para situações físicas, econômicas e psicossociais que surgirão ao longo da vida. Assim, a prontidão para a parentalidade está ameaçada e não aprimorada..
Referências
1. Cypel S. Fundamentos do desenvolvimento infantil: da gestação aos 3 anos. São Paulo: Fundação Maria Cecilia Souto Vidigal, 2011 [acesso em 2024 abr 21]. Disponível em: https://ocomecodavida.com.br/wp-content/uploads/2016/11/Fundamentos-do-desenvolvimento-infantil.pdf.
2. Boivin MJ, Kakooza A, Warf B, Davidson L, Grigorenko E. Reducing neurodevelopmental disorders and disability through research and interventions. Nature. 2015;527:S155-60. https://doi.org/10.1038/nature16029
3. Comitê Científico do Núcleo Ciência pela Infância. O Impacto do Desenvolvimento na Primeira Infância sobre a Aprendizagem. São Paulo: NCPI; 2014 [acesso em 2024 abr 21]. Disponível em: https://portaldeboaspraticas.iff.fiocruz.br/wp-content/uploads/2019/07/O-IMPACTO-DO-DESENVOLVIMENTO-NA-PRIMEIRA-INFaNCIA-SOBRE-A-APRENDIZAGEM.pdf.
4. Desafio Universitário. A primeiríssima infância. São Paulo: Desafio Universitário; 2020 [acesso em 2024 abr 21]. Disponível em: https://www.fmcsv.org.br/pt-BR/impacto/primeirissima-infancia/colecao-primeirissima-infancia/.
5. Shonkoff JP. Protecting brains, not simply stimulating minds. Science. 2011;333(6045):982-84. https://doi.org/10.1126/science.1206014
6. Suchdev PS, Boivin MJ, Forsyth BW, Georgieff MK, Guerrant RL, Nelson CA. Assessment of Neurodevelopment, Nutrition, and inflammation from fetal life to adolescence in low-resource settings. Pediatrics. 2017;139(Supplment 1):S23-37. https://doi.org/10.1542/peds.2016-2828E
7. Noble K, Houston S, Brito N, Bartsch H, Kan E, Kuperman J, et al. Family income, parental education and brain structure in children and adolescents. Nat Neurosci. 2015;18(5):773-8. https://doi.org/10.1038/nn.3983
8. Richter L, Daelmans B, Lombardi J, Heymann J, Boo F, Behrman J, et al. Investing in the foundation of sustainable development: pathways to scale up for early childhood development. Lancet. 2017;389(10064):103-18. https://doi.org/10.1016/S0140-6736(16)31698-1
9. Kristof N, WuDunn S. The way to beat the poverty. In: The New York Times; 2014 [acesso em 2024 abr 21]. Disponível em: http://www.nytimes.com/2014/09/14/opinion/sunday/nicholas-kristof-the-way-to-beat-poverty.html.
10. Pluciennik GA, Lazzari MC, Chicaro MF. Fundamentos da família como promotora do desenvolvimento infantil: parentalidade em foco. São Paulo: Fundação Maria Cecília Souto Vidigal; 2015 [acesso em 20254 abr 21]. Disponível em: https://portaldeboaspraticas.iff.fiocruz.br/biblioteca/fundamentos-da-familia-como-promotora-do-desenvolvimento-infantil/.
11. Hoghughi M, Long N. Handbook of parenting: theory and research for practice. Londres: Sage Publications; 1994.
12. Hoghughi M. Good enough parenting for all children—a strategy for a healthier society. Arch Dis Child. 1998;78(4):293-300. https://doi.org/10.1136/adc.78.4.293
13. Brasil. Ministério da Saúde. Política Nacional de Atenção Integral à Saúde da Criança: orientações para implementação. Brasília: Ministério da Saúde, 2018 [acesso em 2024 abr 21]. Disponível em: https://portaldeboaspraticas.iff.fiocruz.br/wp-content/uploads/2018/07/Pol%C3%ADtica-Nacional-de-Aten%C3%A7%C3%A3o-Integral-%C3%A0-Sa%C3%BAde-da-Crian%C3%A7a-PNAISC-Vers%C3%A3o-Eletr%C3%B4nica.pdf.
14. Góes FGB, Silva MA, Paula GK, Oliveira LPM, Mello NC, Silveira SSD. Contribuições do enfermeiro para boas práticas na puericultura: revisão integrativa da literatura. Rev Bras Enferm. 2018;71(supl.6):2808-17. https://doi.org/10.1590/0034-7167-2018-0416
15. Gaíva MA, Alves MD, Monteschio CA. Nursing appointments in puericulture in family health strategy. Rev Soc Bras Enferm Ped. 2019;19(2):65-73. https://doi.org/10.31508/1676-3793201900009
16. Sousa RCR, Monteiro EMLM, Albuquerque GA, Paula WKA, Coriolano-Marinus MWL. Intervenções de enfermagem para promoção do desenvolvimento infantil a partir da teoria bioecológica de bronfenbrenner. Texto Contexto Enferm. 2021;30:e20200685. https://doi.org/10.1590/1980-265X-TCE-2020-0685
17. Souza AA, Heidemann ITSB, Souza JM. Limit-situations in child health care practices: challenges to the empowerment of nurses. Rev Esc Enferm USP. 2020;54:e03652. https://doi.org/10.1590/S1980-220X2019019303652
18. Souza RS, Ferrari RAP, Santos TFM, Tacla MTGM. Atenção à saúde da criança: prática de enfermeiros da saúde da família. Rev Min Enferm. 2013;17,2:331-339. https://doi.org/10.5935/1415-2762.20130025
19. Brasil. Ministério da Saúde. Saúde da criança: crescimento e desenvolvimento. Brasília: MS; 2012 [acesso em 2024 abr 21]. Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/saude_crianca_crescimento_desenvolvimento.pdf.
20. Vieira DS, Dias TKC, Pedrosa RKB, Vaz EMC, Collet N, Reichert APS. Processo de trabalho de enfermeiros na vigilância do desenvolvimento infantil. Rev Min Enferm. 2019;23:e-1242. https://doi.org/10.5935/1415-2762.20190090
21. Simão DAS, Vieira N, Oliveira S, Manzo B, Marcatto J, Silva T. Evidências para atuação do Enfermeiro na promoção do desenvolvimento infantil. In: Open Science Research VI. São Paulo: Editora Científica Digital. 2022. p. 484-96
22. Araújo MRN, Correia LAB, Santos MA, Aquino SPF, Lima RAA, Silva FFA, et al. Atuação do enfermeiro na promoção dos vínculos familiares e desenvolvimento infantil. Res Soc Development. 2021;10;12:e481101220790. http://dx.doi.org/10.33448/rsd-v10i12.20790
23. Alves M, Gaiva M. Ações de promoção da saúde na consulta de enfermagem à criança. Ciência, Cuidado e Saúde. 2019;18(2):e45101. https://doi.org/10.4025/ciencuidsaude.v18i2.45101
24. Reticena KO, Gomes MFP, Fracolli LA. Promoção da parentalidade positiva: percepção de enfermeiros da atenção básica. Texto Contexto Enferm. 2022;31:e20220203. https://doi.org/10.1590/1980-265X-TCE-2022-0203pt
25. Fundo das Nações Unidas para a Infância. O cuidado integral e a parentalidade positiva na primeira infância. Brasília: UNICEF; 2023. Disponível em: https://www.unicef.org/brazil/media/23611/file/o-cuidado-integral-e-a-parentalidade-positiva-na-primeira-infancia.pdf.
26. Lopes MSC, Catarino H, Dixe MA. Parentalidade positiva e enfermagem: revisão sistemática da literatura. Rev Enferm Referência. 2010; 3(1):109-18. https://doi.org/10.12707/RII1047
27. Reticena KO, Yabuchi VNT, Gomes MFP, Siqueira LD, Abreu FCP, Fracolli LA. Role of nursing professionals for parenting development in early childhood: a systematic review of scope. Rev Latino-Am. Enferm. 2019;27:e3213. http://dx.doi.org/10.1590/1518-8345.3031.3213
28. Brasil. Presidência da República. Lei nº 7.498, de 25 de junho de 1986. Brasília: Presidência da República; 1986 [acesso em 2024 abr 21]. Disponível em: https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l7498.htm.
29. Conselho Federal de Enfermagem. Resolução COFEN nº 159, de 19 de abril de 1993. Brasília: COFEN; 1993 [acesso em 2024 abr 21]. Disponível em:https://www.cofen.gov.br/resoluo-cofen-1591993/.
30. Padoveze MC, Ribeiro GC, Pereira EG. Sistematização da assistência de enfermagem na APS no contexto brasileiro. In: Fracolli, LA, Padoveze MC, Soares CB. Tecnologias para a sistematização da assistência de enfermagem a famílias na atenção primária à saúde. São Paulo: EEUSP; 2020 [acesso em 2024 abr 21]. Disponível em: https://repositorio.usp.br/directbitstream/74c5cff4-9259-4f79-adb1-61e8d5683934/PADOVEZE%2C%20M%20C%20doc%20126e.pdf.
31. Conselho Federal de Enfermagem. Resolução COFEN nº358, de 15 de outubro de 2009. Brasília: COFEN; 2009 [acesso em 2024 abr 21]. Disponível em: https://www.cofen.gov.br/resoluo-cofen-3582009/.
32. Classificação Internacional para a Prática de Enfermagem. CIPE® Versão 2017 – Português do Brasil. In: ICNP; 2017 [acesso em 2024 abr 21]. Disponível em: https://www.icn.ch/sites/default/files/inline-files/icnp-brazil-portuguese-translation-2017.pdf.
33. Herdman TH, Kamitsuru S, Lopes CT, organizadoras. Diagnósticos de enfermagem da NANDA: definições e classificação 2021–2023. 12. ed. Porto Alegre: Artmed; 2021.
34. Bulechek GM, Butcher HK, Dochterman JM. Classificação das intervenções de enfermagem (NIC). Rio de Janeiro: Elsevier; 2010.
35. Moorhead S, Johnson M, Maas ML, Swanson E. Classificação dos resultados de enfermagem (NOC). Rio de Janeiro: Elsevier; 2010.
36. Melo NP, Souza JM, Cordeiro SM, Veríssimo MOR. Clinical validation of the nursing diagnosis"Risk for delayed child development". Rev Esc Enferm USP. 2022;56:e20220229. https://doi.org/10.1590/1980-220X-REEUSP-2022-0229en
37. Chiesa AM, Silva RC, Silva LA, Reticena KO, D’Agostini FCPA, Siqueira LD, et al. Parentalidade como objeto de cuidado do enfermeiro na atenção primária à saúde. In: Kalinowski CE, organizadores. PROENF Programa de atualização em enfermagem: atenção primária e saúde da família: Ciclo 8. Porto Alegre: Artmed Panamericana, 2020. p. 41-74. (Sistema de Educação Continuada a Distância, v. 2).
38. Vicente V. Promover a esperança parental: o papel do enfermeiro especialista no suporte à parentalidade [dissertação]. Lisboa: Universidade Católica Portuguesa; 2021 [acesso 2024 abr 21]. Disponível em: http://hdl.handle.net/10400.14/36833
39. Callejas E, Byrne S, Rodrigo MJ. Feasibility and effectiveness of ‘gaining health & wellbeing from birth to three’positive parenting programme. Psychosoc Interv. 2021;30(1):35-45. https://doi.org/10.5093/pi2020a15
40. Buchhorn SMM, Godinho MSC, Guareschi APF, Ribeiro C, Justino JCS. Consulta de Enfermagem na Saúde da criança em vulnerabilidade social. In: Souza ES, Rocha ESC, Toledo NN, Pina RMP, Pereira RSF, organizadores. Enfermagem no cuidado à saúde de populações em situação de vulnerabilidade: volume 2. Brasilia: ABen; 2022. p. 137-46 https://doi.org/10.51234/aben.22.e12.c14x
41. Conselho Regional de Enfermagem do Paraná. Protocolo de enfermagem na atenção primária à saúde módulo 4 – Atenção à Saúde da Criança. COREN-PR, 2020 [acesso 2024 abr 21]. Disponível em: https://protocolos.corenpr.gov.br/Protocolo%204%20-%20Crianca.pdf.
42. Conselho Federal de Enfermagem. Resolução COFEN nº 514, de 05 de maio de 2016. Brasília: COFEN; 2016 [acesso em 2024 abr 21]. Disponível em: https://www.cofen.gov.br/resolucao-cofen-no-05142016/.
43. Bennett E, Hauck Y, Radford G, Bindahneem S. An interprofessional exploration of nursing and social work roles when working jointly with families. J Interprof Care. 2016;30(2):232-7. https://doi.org/10.3109/13561820.2015.1115755
44. Abreu-D'Agostini FCP, Charepe ZB, Reticena KO, Siqueira LD, Fracolli LA. Vivências de interação entre mãe adolescente e enfermeira visitadora: um estudo fenomenológico. Rev Esc Enferm USP. 2020;54:1-7. https://doi.org/10.1590/S1980-220X2019030103635
45. Cavalheiro AP, Silva CL, Veríssimo ML. Consulta de enfermagem à criança: atuação do enfermeiro na atenção primária à saúde. Enferm Foco. 2021;12(3):540-5. https://doi.org/10.21675/2357-707X.2021.v12.n3.4305
46. Miller WR, Rollnick S. Motivational Interviewing: helping people change. New York: Guilford Press; 2013.
47. Martino S. Motivational interviewing to engage patients in chronic kidney disease management. Blood Purif. 2011;31(1-3):77-81. https://doi.org/10.1159/000321835
Referências recomedadas
Furtado MCC, Mello DF, Pina JB, Lima PR, Rezende VD. Ações e articulações do enfermeiro no cuidado da criança na atenção básica. Texto Contexto Enferm. 2018;27(1):e0930016. https://doi.org/10.1590/0104-07072018000930016
Abreu-D'Agostini FCP, Lotto AC, Siqueira LD, Reticena KO, Fracolli LA. Care and the link with adolescents: perception of visiting nurses. Revista de Enfermagem UFPE on line. 2018;12(12):3198-3204. https://doi.org/10.5205/1981-8963-v12i12a234782p3198-3204-2018
Titulação das autoras
KESLEY DE OLIVEIRA RETICENA // Graduada em Enfermagem pela Faculdade Integrado de Campo Mourão. Mestra em Enfermagem pela Universidade Estadual de Maringá (UEM). Doutora em Enfermagem pela Escola de Enfermagem da Universidade de São Paulo (EE-USP).
FLÁVIA CORRÊA PORTO DE ABREU D’AGOSTINI // Graduada em Enfermagem pela Universidade Federal de São Carlos (UFSCAR). Mestra em Enfermagem pela UFSCAR. Doutora em Enfermagem pela Escola de Enfermagem da Universidade de São Paulo (EE-USP).
LETICIA APARECIDA DA SILVA // Graduada em Enfermagem pela Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo (FCMSCSP). Especialista em Enfermagem Psiquiátrica e Saúde Mental pela Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo (FCMSCSP). Mestra em Ciências da Saúde pela Escola de Enfermagem da Universidade de São Paulo (EE-USP).
LUCIOLA DEMERY SIQUEIRA // Graduada em Enfermagem pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). Mestra em Ciências da Saúde pela Escola de Enfermagem da Universidade de São Paulo (EE-USP). Doutora em Enfermagem pela EE-USP.
LISLAINE APARECIDA FRACOLLI // Graduada em Enfermagem pela Universidade Federal de São Carlos (UFSCAR). Mestra em Educação Especial pelo Centro de Ciências da UFSCar. Doutora em Enfermagem pela Escola de Enfermagem da Universidade de São Paulo (EE-USP). Pós-doutora pela Bloomberg Nursing School at Toronto University/CA.
Como citar a versão impressa deste documento
Reticena KO, D’Agostini FCPA, Silva LA, Siqueira LD, Fracolli LA. A parentalidade abordada na consulta de enfermagem com foco no desenvolvimento das crianças. In: Associação Brasileira de Enfermagem; Kalinowski CE, Crozeta K, Costa MFBNA, organizadoras. PROENF Programa de Atualização em Enfermagem: Atenção Primária e Saúde da Família: Ciclo 12. Porto Alegre: Artmed Panamericana; 2024. p. 129–76. (Sistema de Educação Continuada a Distância, v. 4).