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O PROTAGONISMO DA COLETA DE DADOS NA CONSULTA DE ENFERMAGEM ÀS PESSOAS COM TRANSTORNO POR USO DE SUBSTÂNCIAS NA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE

Autores: Thaís Andréa de Oliveira Moura, Rute Cândida Pereira , Felicialle Pereira da Silva , Janaina Maria dos Santos Francisco de Paula, Sandra Cristina Pillon
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Objetivos

Ao final da leitura deste capítulo, o leitor será capaz de

  • explicar o conceito de consulta de enfermagem em dependência de substâncias e sua importância para a Atenção Primária à Saúde (APS);
  • identificar os instrumentos de rastreio e as técnicas de acompanhamento dos indivíduos com transtorno por uso de substâncias (TUS) na APS;
  • reconhecer itens importantes que devem estar contidos na coleta de dados dos usuários;
  • compreender de que forma as teorias de enfermagem podem auxiliar na composição da anamnese e exame físicos do usuário de substâncias;
  • identificar as necessidades de cuidado de pessoas que fazem uso de álcool e outras drogas.

Esquema conceitual

Introdução

À medida que a epidemia global do abuso de substâncias cresce em alcance e complexidade, a abordagem tradicional da enfermagem na APS está passando por uma transformação significativa.1 Este capítulo é uma exploração profunda e compassiva da arte de cuidar,2 em que a compreensão holística do paciente e a aplicação de estratégias inovadoras se entrelaçam para criar um ambiente de apoio.3 Nesse cenário multifacetado, em que as esperanças dos indivíduos com TUS se misturam com seus medos mais profundos, os enfermeiros desempenham um papel fundamental na jornada em direção à saúde e à sobriedade.4

Serão apresentados não somente os contextos que devem ser abordados durante a consulta de enfermagem direcionada ao público de indivíduos com TUS, mas também os conteúdos que devem ser abordados em cada item do histórico de enfermagem, visando a produção de um processo de enfermagem focado na clínica ampliada e centrado na pessoa, e de que forma a base teórica da enfermagem pode oferecer o embasamento para uma assistência em álcool e drogas eficaz na atenção básica.

Durante a consulta de enfermagem, o profissional:5

  • rastreia o padrão de consumo utilizando escalas e instrumentos de rastreio, como o Teste de Identificação de Transtornos por Uso de Álcool (em inglês, Alcohol Use Disorders Identification Test [AUDIT])6 e o Teste de Triagem de Álcool, Tabagismo e Substâncias (em inglês, Alcohol, Smoking and Substance Involvement Screening Test [ASSIST]);
  • acompanha utilizando técnicas, como a Intervenção Breve (IB) e Rastreio, Intervenção Breve e Encaminhamento para Tratamento (em inglês, Screening, Brief Intervention and Referal to Treatment [SBIRT]);
  • propõe ações de promoção à saúde e prevenção de agravos tendo como base a Política Nacional de Redução de Danos.

Este capítulo oferece um guia abrangente e inspirador sobre como os enfermeiros na APS podem desempenhar uma base enfermagem de práticas avançadas para o público de indivíduos com TUS na APS.

A consulta de enfermagem

A consulta de enfermagem em álcool e drogas na APS é um componente essencial na identificação e gestão de perturbações relacionadas com substâncias nos usuários.7,8 O papel dos enfermeiros, nesse contexto, é crucial, pois podem rastrear o consumo de substâncias não saudáveis e fornecer intervenções breves para promover comportamentos saudáveis e melhorar os resultados.1,9,10

Os enfermeiros que atuam na APS, em particular, têm um alto potencial de promover contribuições valiosas na identificação e gestão do uso indevido de álcool e de outras drogas entre as pessoas com TUS por meio da utilização de instrumentos de triagem e de intervenções breves.11,12 No entanto, atitudes negativas em relação à clientela podem dificultar cuidados eficazes.11

Isso realça a importância dos serviços de consulta especializados na abordagem do estigma e na melhoria da qualidade dos cuidados prestados às pessoas que usam substâncias.13,14 No entanto, a consulta de enfermagem, nesse sentido, desempenha um papel central na educação dos usuários, especialmente nos casos em que prevalecem questões como o medo, a autoculpa, a ambivalência em relação ao tratamento e a falta de capacitação pessoal.15 Isso sugere que as consultas entre pessoa com TUS e enfermeiros podem ser fundamentais para abordar os distúrbios relacionados com substâncias e promover a autogestão entre os usuários.8

O envolvimento dos enfermeiros no diagnóstico e aconselhamento aos indivíduos com TUS na APS vem sendo aprimorado ao longo dos anos, porém pode ser melhorado. O estudo de Silva Filho e colaboradores demonstrou que a IB realizada por enfermeiros em unidades é, muitas vezes, realizada de forma insuficiente, resultando em baixas taxas de rastreio e intervenção.8,16 Portanto, são necessárias mais pesquisas para explorar como os enfermeiros da APS podem se envolver de forma mais eficaz no diagnóstico e aconselhamento dos indivíduos com TUS.1,17

A consulta de enfermagem em álcool e drogas nos cuidados de saúde primários é essencial para a identificação e gestão do cuidado à pessoa com TUS.18 Os enfermeiros podem desempenhar um papel valioso no rastreio, proporcionando intervenções breves e melhorando as atitudes e os conhecimentos relacionados com o cuidado. As consultas usuário-enfermeiro são cruciais para a educação e autogestão do paciente.19 No entanto, há necessidade de mais pesquisas para melhorar o envolvimento dos enfermeiros no diagnóstico e aconselhamento de usuários com abuso de álcool.15,19

Instrumentos de rastreio do padrão de uso de substâncias que podem ser utilizados na consulta de enfermagem na Atenção Primária à Saúde

No contexto dos cuidados em APS, existem vários instrumentos de rastreio disponíveis para avaliar os padrões de consumo de substâncias.20 Um instrumento comumente utilizado é o AUDIT.

O AUDIT é uma ferramenta validada que avalia o consumo de álcool, os comportamentos de consumo e os problemas relacionados ao álcool. É composto por 10 questões e fornece uma pontuação que indica o nível de risco associado ao uso de álcool.6

O AUDIT está disponível no link a seguir: https://portalsecad.com.br/link/?l=NGI2

Outro instrumento que pode ser utilizado no ambiente da APS é o ASSIST, que pode ser utilizado durante as consultas de enfermagem.21

O ASSIST é uma ferramenta de triagem validada desenvolvida para identificar e avaliar o nível de envolvimento com álcool, tabaco e outras substâncias.22 Consiste em oito questões que abrangem diversas substâncias, incluindo álcool, tabaco, cannabis, cocaína, anfetaminas, inalantes, sedativos, alucinógenos, opioides e outras drogas.22,23

Durante uma consulta de enfermagem, o ASSIST pode ser aplicado aos usuários para rastrear o uso de substâncias e identificar potenciais riscos ou problemas.22 A ferramenta fornece uma pontuação para cada categoria de substância, indicando o nível de envolvimento ou risco associado ao consumo de alguma substância. Com base nos resultados, os enfermeiros podem fornecer mecanismos avaliativos e assistenciais, conforme necessário. A utilização do ASSIST nas consultas de enfermagem permite a identificação precoce de problemas de consumo de substâncias. Esse teste foi desenvolvido pela Organização Mundial da Saúde (OMS).21,22

O ASSIST está disponível no link a seguir: https://portalsecad.com.br/link/?l=OWFm

O enfermeiro, na APS, atua como um agente crucial na detecção e manejo de problemas relacionados ao consumo de álcool, incluindo o alcoolismo. Nesse contexto, também é possível citar o instrumento CAGE, composto por apenas quatro perguntas simples e diretas.

O CAGE surge como um aliado valioso, oferecendo uma ferramenta prática e rápida para a triagem de pacientes em risco. Contribuindo para a identificação precoce do alcoolismo, possibilitando a intervenção oportuna do enfermeiro e prevenindo o desenvolvimento de complicações graves, como doenças hepáticas, transtornos mentais e problemas sociais.24

A implementação do CAGE na rotina da APS apresenta diversos benefícios. Além da detecção precoce do alcoolismo, o instrumento pode auxiliar nos seguintes aspectos:24

  • prevenção de complicações;
  • identificação do problema em seu estágio inicial — o enfermeiro pode prevenir o desenvolvimento de doenças e outros agravos relacionados ao consumo excessivo de álcool;
  • redução do estigma — a utilização de um instrumento simples e objetivo como o CAGE ajuda a reduzir o estigma associado ao alcoolismo, o que facilita a abordagem do tema com os pacientes;
  • melhoria da qualidade de vida — a detecção e o tratamento precoces do alcoolismo contribuem para a melhora da qualidade de vida dos pacientes, tanto física quanto mental.

Em suma, o instrumento CAGE é uma ferramenta valiosa para o enfermeiro da APS na identificação precoce do alcoolismo. Por meio de sua aplicação simples e rápida, o enfermeiro pode contribuir para a prevenção de complicações, a redução do estigma e a melhoria da qualidade de vida dos pacientes.24

O CAGE está disponível no link a seguir: https://portalsecad.com.br/link/?l=NzU4

Os instrumentos de rastreio AUDIT, ASSIST e CAGE não são ferramentas de diagnóstico, mas servem como ponto de partida para futuras avaliações e intervenções.25 Depois que um paciente é identificado como tendo um problema potencial de uso de substâncias, os profissionais de saúde podem usar várias técnicas de acompanhamento e monitoramento.26 Elas podem incluir entrevistas motivacionais, intervenções breves, encaminhamento para serviços de tratamento especializados e apoio e monitorização contínuos.16,26

Os serviços da APS utilizam vários instrumentos de rastreio para avaliar os padrões de consumo de substâncias entre os usuários.25 O AUDIT e o ASSIST são ferramentas comumente utilizadas para avaliar o uso de álcool e drogas, respectivamente.27 Além disso, também podem ser utilizadas ferramentas de avaliação geral, como o questionário CAGE.24 Esses instrumentos de triagem ajudam os profissionais de saúde a identificarem indivíduos que possam necessitar de avaliação e intervenção adicionais. Técnicas de acompanhamento e monitoração, como entrevistas motivacionais e intervenções breves, são, então, utilizadas para apoiar os usuários na gestão do seu consumo de substâncias.26

Técnicas terapêuticas não farmacológicas na área de dependência de substâncias utilizadas na consulta de enfermagem em Atenção Primária à Saúde

A IB na consulta de enfermagem em APS é uma estratégia utilizada para tratar questões relacionadas ao uso de matéria-prima.28 Embora não tenha sido encontrado um estudo específico sobre a utilização da IB na consulta de enfermagem em atenção primária, é possível inferir a sua aplicação com base nas referências encontradas.12

A IB consiste em uma abordagem breve e focalizada durante uma consulta de enfermagem, com o objetivo de identificar e intervir precocemente em problemas relacionados ao uso de substâncias.12

A abordagem da IB pode ser aplicada em diferentes contextos de APS, desde as consultas de pré-natal, atendimento a usuários hipertensos e até nos cuidados ao idoso.29 A utilização IB na consulta de enfermagem na APS envolve a identificação de sinais e sintomas de uso problemático de substância, a avaliação do nível de risco e a oferta de orientações e suporte adequado.16,22

As fases dessa abordagem compõem a estratégia FRAMES e estão apresentadas na Figura 1.

FIGURA 1: Fases que compõem a estratégia FRAMES. // Fonte: Arquivo de imagens das autoras.

A IB deve ser adaptada às circunstâncias únicas do paciente e realizada de forma solidária e sem julgamentos.22,29 Com base na referência de Neushotz e Fitzpatrick,30 a composição pode incluir os elementos apresentados no Quadro 1.17,29

QUADRO 1

POSSÍVEIS ELEMENTOS DA INTERVENÇÃO BREVE, DE ACORDO COM NEUSHOTZ E FITZPATRICK

Elemento

Descrição

Triagem

O enfermeiro avalia os padrões de consumo de substâncias do paciente por meio de testes de triagem mencionados anteriormente validados

Avaliação

O enfermeiro reúne informações adicionais sobre o uso de substâncias pelo paciente, incluindo frequência, quantidade e problemas ou riscos associados

Feedback

O enfermeiro fornece feedback ao paciente sobre seus padrões de uso de substâncias, destacando quaisquer riscos potenciais ou consequências negativas

Psicoeducação

O profissional orienta o paciente sobre os efeitos do uso de substâncias na sua saúde e bem-estar, bem como sobre os benefícios potenciais da redução ou abandono do uso de substâncias

Estabelecimento de metas

O enfermeiro colabora com o paciente para definir metas realistas relacionadas ao uso de substâncias, como reduzir o consumo ou procurar tratamento especializado

Aumento motivacional

O enfermeiro utiliza técnicas de entrevista motivacional para aumentar a motivação e a prontidão do paciente para mudar seu comportamento de uso de substâncias

Encaminhamento e acompanhamento

Se necessário, o enfermeiro encaminha o paciente para serviços de tratamento especializados ou grupos de apoio e garante o acompanhamento adequado para monitorar o progresso e fornecer apoio contínuo

// Fonte: Adaptado de Mumba e Snow;17 Zerbetto e colaboradores.29

A composição específica de uma IB pode variar dependendo das necessidades individuais do paciente e dos recursos disponíveis no ambiente de cuidados primários em saúde, assumindo o formato SBIRT31 (Figura 2).

FIGURA 2: Formato SBIRT. // Fonte: Arquivo de imagens das autoras.

A abordagem SBIRT visa promover a conscientização sobre os riscos do uso de substância psicoativas, fornecendo informações sobre estratégias de redução de danos e encaminhando os usuários para serviços especializados, quando necessário.11,32 É importante ressaltar que essa estratégia de rastreio deve ser realizada de forma empática, acolhedora e livre de julgamento.31 Os enfermeiros desempenham um papel fundamental nesse processo, fornecendo suporte emocional, educando os usuários sobre os efeitos do uso de substâncias e auxiliando-os na busca por mudanças de comportamento saudáveis.30,31

Embora não tenha sido encontrado um estudo nacional específico sobre a utilização SBIRT na consulta de enfermagem na APS, as referências encontradas abordam a importância dessa estratégia como prática avançada em saúde mental para ser implementada na APS33-35 e a necessidade de abordar questões relacionadas ao uso de substância nesse contexto.29,31 Essas referências destacam a importância de uma abordagem humanizada, do acolhimento e da oferta de cuidados individualizados aos usuários.29

A IB ou o SBIRT na consulta de enfermagem em APS é uma estratégia importante para abordar questões relacionadas ao uso de matéria-prima.26,27,30 Isso porque os enfermeiros desempenham um papel fundamental nesse processo, fornecendo cuidados individualizados, acolhedores e empáticos aos usuários, 29 quando necessário.34

As teorias de enfermagem como suporte para desenvolvimento da consulta de enfermagem na área da dependência de substâncias na Atenção Primária à Saúde

A assistência de enfermagem é desenvolvida a partir de um suporte teórico acompanhado de padronização adequada que isenta a prática do exercício profissional imperito, negligente ou imprudente, evitando danos possíveis à clientela que necessita de cuidados, que podem acarretar problemas legais e éticos aos profissionais e descrédito da classe pela sociedade.36

Toda consulta de enfermagem precisa ser sistematizada para contemplar o maior número de necessidades possível do paciente, do que deriva se admitir a importância do uso de instrumentos ou roteiros de consulta.37

Na APS, o histórico é utilizado como instrumento de avaliação diagnóstica e de planejamento do cuidado por direcionar os enfermeiros na tomada de decisão de situações de assistência para recuperação ou reabilitação da saúde.38-40 Serve também para integrar as ações dos diversos profissionais, conferindo maior objetividade assistencial.

O emprego da consulta de enfermagem instrumentalizada permite, ainda, identificar o padrão comportamental, nos componentes psíquico, de caracterização do uso/abuso de substâncias e de história psicossocial. A doença tem padrão preexistente, essa identificação dá condições para planejamento da mudança comportamental, a partir da análise de estabilidade dinâmica de seus subsistemas.41,42

De posse de uma gama maior de informações sistematizadas e objetivas, o enfermeiro e todos os demais membros da equipe de saúde têm no protocolo um instrumento facilitador de comunicação com o paciente, auxiliando para a construção da relação interpessoal adequada.2

A consulta de enfermagem com usuários em dependência de substâncias é útil para direcionar o planejamento de assistência por meio de ações educativas sistematizadas. Ao investigar o item de higiene domiciliar, do componente segurança e meio ambiente, assim como o componente de exame físico, podem-se planejar ações de ensino-aprendizagem do autocuidado, aproximando o que o paciente pode fazer ao que ele precisa fazer para manter o funcionamento ideal de seu organismo.40,43

A sequência dos itens na coleta de dados é útil para avaliar crenças e valores que o paciente atribui ao uso/abuso de substâncias e, consequentemente, que contribuem para seu pensamento crítico e ações assistenciais. Nessa sequência avaliatória, pode-se, também, aquilatar a autoestima do paciente, direcionando ações educativas que a reforcem, de forma a contemplar cuidados ao corpo e à pessoa, no contexto de TUS.44,45

Na medida em que as ações de enfermagem voltadas ao processo ensino-aprendizagem têm sequência, é possível monitorar sua influência sobre o sistema comportamental, as inteirações sociais e a obediência ao tratamento farmacológico, o que pode melhorar a percepção de bem-estar do paciente. Considerando-o como um sistema aberto, as ações podem ser planejadas de forma a ajudar o paciente no disciplinamento das informações a que ele dará importância (entradas) e das respostas que oferecerá a essas informações (saídas), aumentando seu potencial de adaptação pela retroalimentação positiva.46

A consulta de enfermagem deve ser considerada um suporte técnico-pedagógico para a assistência de enfermagem, padronizando-a de forma que discipline a atuação profissional do enfermeiro proporcionando uma acreditação da classe pela sociedade. Os protocolos assistenciais em enfermagem devem ser elaborados respeitando princípios éticos e legais da profissão; devem englobar práticas baseadas em evidências, regulamentadas pelo sistema de saúde nacional, estadual e municipal e pelo serviço de saúde onde será utilizado.47

Entre as vantagens da instrumentalização da consulta de enfermagem, estão segurança aos usuários e profissionais, redução da variabilidade de ações de cuidado, facilitação de introdução de novas tecnologias, inovação do cuidado, uso racional dos recursos. Adicionalmente, o emprego de protocolo de avaliação possibilita desenvolver indicadores de qualidade no processo de cuidar e na comunicação profissional, promovendo a coordenação do cuidado a disseminação do conhecimento.48

Nesse contexto, a Teoria do cuidado transcultural, de Madeleine Leininger, considera que a estrutura social é um processo dinâmico, de natureza interdependente, com elementos estruturais e organizacionais dos sistemas religioso, familiar, político, econômico, educacional, tecnológico e cultural, delimitados aos contextos linguístico e ambiental.49,50

Na investigação da história e do estado atual de saúde do paciente, essa teoria facilita compreender suas relações com a cultura, valores, crenças, normas de comportamento e práticas relativas ao estilo de vida, aprendidas, compartilhadas e transmitidas pelo grupo a que o paciente pertence. A compreensão desses aspectos retrata as percepções de mundo do paciente, sua perspectiva de vida, a orientação de seu pensamento, suas decisões, assim como suas ações, aspectos que devem ser incluídos no planejamento terapêutico.

A Teoria das relações interpessoais, de Hildegard Peplau, apresenta a enfermagem como um processo interpessoal de interações enfermeiro-paciente, nas quais ambos aprendem e crescem. Esse relacionamento tem como finalidade esclarecer e buscar resolução para os problemas do paciente e pactuar metas terapêuticas.51-54 Como resultado, o paciente pode mais facilmente adquirir competência de comunicação, o que reduz a ansiedade e exerce impacto positivo na seleção de comportamentos adequados.55 Ao considerar a enfermidade uma condição de aprendizagem, Peplau valoriza o levantamento da história psicossocial e das necessidades básicas do paciente para que a enfermagem identifique abordagens mais significativas.53

Objetivo semelhante tem a Teoria das necessidades humanas básicas, de Wanda Aguiar Horta, pois propõe que os desequilíbrios no atendimento de necessidades humanas básicas resultam em alterações hemodinâmicas dos fenômenos vitais.44 Assim, para que a enfermagem possa instituir seu plano de cuidados individualizados, deve considerar todo o contexto do paciente e coletar dados referentes aos seguintes grupos de necessidades:44,56

  • necessidades psicobiológicas — movimentação, postura, oxigenação, padrão circulatório, eliminações, hidratação, sono e repouso, atividade e exercício, percepção e controle da saúde;
  • necessidades psicossociais — educação, hobbies, recursos usuários, antecedentes de criação e cuidados, segurança e meio ambiente, atividades recreativas, mudanças na vida e preocupações pessoais;
  • necessidades psicoespirituais — religiosidade e espiritualidade.

A Teoria da independência, de Virgínia Henderson, é, na verdade, uma filosofia por conceituar as relações entre saúde/doença e independência/dependência.6 A autora admite que o processo de enfermagem, ao contribuir para a recuperação da saúde, oferece condições ao paciente de perceber sua condição de independência ou dependência, facilitando a busca por assistência à saúde. Dessa feita, a sistematização do levantamento de necessidades básicas, por meio da nomeação de 14 delas, viabiliza um plano de cuidados individualizado com vistas à recuperação da autonomia do paciente, firmando as bases para que identifique corretamente seu estado de saúde, de acordo com os fatores psicológicos, sociais, culturais e com sua percepção de normalidade.57,58

No entender de Dorothy Johnson, o plano de enfermagem deve considerar a forma padronizada, intencional, repetitiva, estável e recorrente de agir do paciente, que constitui seu sistema comportamental, o qual condiciona suas relações com o meio ambiente e os objetos.59 Daí decorre que, segundo a Teoria dos subsistemas comportamentais, o plano de cuidados da enfermagem age para reorganizar e reintegrar o comportamento do paciente a um nível ótimo, o que, para o usuário de substâncias, é sinônimo de mudança.60

A reintegração do paciente, no olhar da Teoria do bem-estar, de Betty Neuman, requer considerar os estressores internos e externos aos quais o paciente está submetido e que determinam a condição de adoecimento e de TUS.25 Em outras palavras, a enfermagem, na determinação do plano de cuidados, deve considerar o paciente como um sistema aberto, que sofre e exerce influência sobre o meio ambiente e, portanto, pode ser influenciado durante o período de tratamento.60 Daí decorre a importância de investigar suas características fisiológicas, psicológicas, socioculturais e desenvolvimentistas.26

O trabalho de Enfermagem, no entender de Dorothea E. Orem, precisa, também, considerar os valores que o paciente atribui ao cuidado dedicado à sua saúde, considerado o diferencial da Teoria do autocuidado.43 Ao proceder à inspeção durante o exame físico e levantar a história psicossocial do indivíduo, a enfermagem avalia a capacidade de o paciente cuidar-se (autocuidado) e a forma pela qual ele considera os fatores condicionantes básicos para tal ação. Novamente a enfermagem se depara com a enfermidade como oportunidade de mudança comportamental, agora para a reconstrução do autocuidado.40,43

Todavia, outras reconstruções podem ser propiciadas pelos cuidados de Enfermagem, quando se considera a Teoria da adaptação, de Callista Roy, apontando a interferência sobre o sistema adaptativo do indivíduo. Segundo essa teoria, a meta dos cuidados de enfermagem é interferir sobre os subsistemas processadores internos principais, o regulador e o cognitor, os quais determinam os mecanismos para a adaptação ou o enfrentamento, desde a mais tenra idade.61,62

Assim, para promover respostas adaptativas positivas, a enfermagem precisa identificar os antecedentes de cuidados e atenção que o paciente já vivenciou, seu impacto sobre o estado psíquico atual, para facilitar novos mecanismos adaptativos. As premissas de Roy são reforçadas pela Teoria da saúde como expansão da consciência, de Margareth Newman, ao considerar a saúde como expansão da consciência. Dessa forma, o plano de cuidados de enfermagem pode contribuir direta ou indiretamente para a conscientização do paciente, ao lhe fornecer informações.60,63

Adicionalmente a todas as possibilidades decorrentes dos processos que intermediam a determinação do plano de cuidados de Enfermagem, na Teoria da autoestima, Lydia E. Hall45 aponta o benefício de melhora da autoestima do paciente. Sob esse ângulo, a enfermagem, durante o exame do estado psíquico, dedicada à identificação de fatores condicionantes do decaimento da autoestima, por meio da história pregressa de TUS, da história psicossocial e da identificação de fatores condicionantes, pode auxiliar o indivíduo na reconstrução de uma nova autoimagem, passível de admiração pelo próprio sujeito.

Para fundamentar a anamnese de Enfermagem, apresentam-se exemplos de 10 teorias, resumidas no Quadro 2.

QUADRO 2

RESUMO DAS TEORIAS DE ENFERMAGEM BASILARES DA ANAMNESE A USUÁRIO DE SUBSTÂNCIAS

Teoria

Exemplos

Teoria da independência

(Virgínia Henderson64)

Ajudar o paciente a ganhar independência, garantindo-lhe construir a força, considerando necessidades básicas para classificar a pessoa e traçar o plano de tratamento.

Teoria dos subsistemas comportamentais

(Dorothy E. Johnson59)

Os sete subsistemas comportamentais (associação e filiação, dependência, sexualidade, agressão, eliminação, ingestão e realização pessoal) existem em estabilidade dinâmica, interligados por retroalimentação, o que justifica a alteração do funcionamento do corpo por distúrbios comportamentais e estresse.

Teoria do autocuidado

(Dorothea Orem40)

A ausência da capacidade de manter continuamente a quantidade e a qualidade de autocuidado compromete a sustentação da vida e da saúde. Empregando sistemas de enfermagem totalmente compensatórios, parcialmente compensatórios e educacionais, o autocuidado efetivamente realizado ajuda a manter a integridade estrutural e o funcionamento humano, o que contribui para seu desenvolvimento.

Teoria da adaptação

(Callista Roy62)

Os estímulos externos podem romper o sistema adaptativo do indivíduo, seus mecanismos de enfrentamento, diminuindo seu insight. Por isso, deve-se analisar sua adequação às demandas para ajudar na adaptação.

Teoria do cuidado transcultural

(Madeleine Leininger50)

A cultura do paciente — composta por crenças, valores, modo de vida, aprendizados compartilhados e transmitidos — orienta pensamentos, decisões e ações padronizados sobre saúde e doença, bem como as formas de perceber e admitir o mundo de atendimento de enfermagem.

Teoria do bem-estar

(Betty Neuman65)

O paciente é um sistema aberto, no qual ocorrem ciclos repetidos de entrada, saída e retroalimentação de processos, obedecendo a um padrão organizacional dinâmico, cujo equilíbrio leva ao bem-estar e à reação adequada ao estresse.

Teoria da autoestima

(Lydia E. Hall45)

O cuidado deve ser dirigido à autoestima e deve englobar o corpo (traduzido em cuidados íntimos do corpo), a pessoa (como essência do uso terapêutico do eu) e a doença (aspecto da enfermagem traduzido como cura).

Teoria da saúde como expansão da consciência

(Margareth Newman66)

A saúde é a expansão da consciência do indivíduo; assim, a doença é manifestação do padrão total preexistente, investigável por anamnese e escuta, o qual deve ser modificado pelos cuidados de enfermagem, pois a remoção da patologia em si mesma não modificará esse padrão patológico.

Teoria das relações interpessoais

(Hildegard Peplau54)

Os cuidados devem ser permeados por relações entre o paciente e o enfermeiro.

Teoria das necessidades humanas básicas

(Wanda Horta44)

O processo de enfermagem deve ser construído a partir do conhecimento das necessidades humanas básicas do paciente.

ATIVIDADES

1. Assinale a afirmativa correta com relação à utilização de teorias de enfermagem na prática clínica.

A) As teorias de enfermagem são irrelevantes para a prática clínica.

B) As teorias de enfermagem fornecem suporte teórico para a prática clínica, auxiliam na padronização dos cuidados e evitam iatrogenias aos pacientes.

C) As teorias de enfermagem são úteis apenas para enfermeiros iniciantes.

D) As teorias de enfermagem podem prejudicar a autonomia dos enfermeiros na tomada de decisões.

Confira aqui a resposta

Resposta incorreta. A alternativa correta é a "B".


As teorias de enfermagem fornecem suporte teórico para a prática clínica, auxiliam na padronização adequada dos cuidados e evitam iatrogenias aos pacientes.

Resposta correta.


As teorias de enfermagem fornecem suporte teórico para a prática clínica, auxiliam na padronização adequada dos cuidados e evitam iatrogenias aos pacientes.

A alternativa correta é a "B".


As teorias de enfermagem fornecem suporte teórico para a prática clínica, auxiliam na padronização adequada dos cuidados e evitam iatrogenias aos pacientes.

2. Qual é o objetivo principal da sistematização da consulta de enfermagem na APS?

A) Diminuir o número de consultas realizadas.

B) Contemplar o maior número de necessidades possível do paciente.

C) Reduzir o tempo gasto pelos enfermeiros durante as consultas.

D) Evitar o uso de instrumentos ou roteiros de consulta.

Confira aqui a resposta

Resposta incorreta. A alternativa correta é a "B".


A sistematização da consulta de enfermagem na APS visa contemplar o maior número possível de necessidades do paciente, direcionando os enfermeiros na tomada de decisão das situações de assistência.

Resposta correta.


A sistematização da consulta de enfermagem na APS visa contemplar o maior número possível de necessidades do paciente, direcionando os enfermeiros na tomada de decisão das situações de assistência.

A alternativa correta é a "B".


A sistematização da consulta de enfermagem na APS visa contemplar o maior número possível de necessidades do paciente, direcionando os enfermeiros na tomada de decisão das situações de assistência.

3. Assinale a afirmativa correta com relação à importância da Teoria do cuidado transcultural, de Madeleine Leininger, na prática de enfermagem.

A) Ainda não foram coletados há dados relevantes sobre sua importância.

B) A teoria enfatiza nos aspectos culturais que não têm relação com a enfermagem.

C) A teoria auxilia na compreensão das relações entre a cultura do paciente e sua saúde.

D) A teoria é útil apenas para enfermeiros que trabalham em áreas multiculturais.

Confira aqui a resposta

Resposta incorreta. A alternativa correta é a "C".


A Teoria do cuidado transcultural de Madeleine Leininger ajuda a compreender como a cultura do paciente influencia sua saúde, incluindo suas crenças, valores, práticas relacionadas ao estilo de vida e as características culturais do indivíduo.

Resposta correta.


A Teoria do cuidado transcultural de Madeleine Leininger ajuda a compreender como a cultura do paciente influencia sua saúde, incluindo suas crenças, valores, práticas relacionadas ao estilo de vida e as características culturais do indivíduo.

A alternativa correta é a "C".


A Teoria do cuidado transcultural de Madeleine Leininger ajuda a compreender como a cultura do paciente influencia sua saúde, incluindo suas crenças, valores, práticas relacionadas ao estilo de vida e as características culturais do indivíduo.

4. Qual das seguintes teorias enfatiza o processo interpessoal entre enfermeiro e paciente, visando esclarecer e resolver problemas do paciente?

A) Teoria das necessidades humanas básicas, de Wanda Aguiar Horta.

B) Teoria das relações interpessoais, de Hildegard E. Peplau.

C) Teoria da independência, de Virgínia Henderson.

D) Teoria da saúde como expansão da consciência, de Margareth Newman.

Confira aqui a resposta

Resposta incorreta. A alternativa correta é a "B".


A Teoria das relações interpessoais, de Hildegard E. Peplau, enfatiza o relacionamento interpessoal entre enfermeiro e paciente, buscando esclarecer e resolver problemas do paciente por meio da comunicação e pactuação de metas terapêuticas.

Resposta correta.


A Teoria das relações interpessoais, de Hildegard E. Peplau, enfatiza o relacionamento interpessoal entre enfermeiro e paciente, buscando esclarecer e resolver problemas do paciente por meio da comunicação e pactuação de metas terapêuticas.

A alternativa correta é a "B".


A Teoria das relações interpessoais, de Hildegard E. Peplau, enfatiza o relacionamento interpessoal entre enfermeiro e paciente, buscando esclarecer e resolver problemas do paciente por meio da comunicação e pactuação de metas terapêuticas.

5. Qual das seguintes teorias aborda a enfermagem como um processo de ajudar o paciente a ganhar independência?

A) Teoria dos subsistemas comportamentais, de Dorothy E. Johnson.

B) Teoria do bem-estar, de Betty Neuman.

C) Teoria do autocuidado, de Dorothea Orem.

D) Teoria da adaptação, de Callista Roy.

Confira aqui a resposta

Resposta incorreta. A alternativa correta é a "C".


A Teoria do autocuidado, de Dorothea Orem, enfatiza a importância de ajudar o paciente a ganhar independência, promovendo o autocuidado e mantendo a integridade estrutural e o funcionamento humano.

Resposta correta.


A Teoria do autocuidado, de Dorothea Orem, enfatiza a importância de ajudar o paciente a ganhar independência, promovendo o autocuidado e mantendo a integridade estrutural e o funcionamento humano.

A alternativa correta é a "C".


A Teoria do autocuidado, de Dorothea Orem, enfatiza a importância de ajudar o paciente a ganhar independência, promovendo o autocuidado e mantendo a integridade estrutural e o funcionamento humano.

6. Analise as afirmativas a seguir sobre os objetivos da consulta de enfermagem em álcool e outras drogas na APS.

I. Encaminhar o usuário para tratamento especializado, quando necessário.

II. Orientar o usuário e sua família sobre os riscos do uso de substâncias.

III. Promover a redução de danos decorrentes do uso de substâncias.

IV. Realizar exames de rotina para monitorar a pressão arterial do usuário.

Quais estão corretas?

A) Apenas a I, a II e a III.

B) Apenas a I, a II e a IV.

C) Apenas a I, a III e a IV.

D) Apenas a II, a III e a IV.

Confira aqui a resposta

Resposta incorreta. A alternativa correta é a "A".


A consulta de enfermagem em álcool e outras drogas na APS tem como objetivos diagnosticar e tratar o uso problemático de substâncias, orientar o usuário e sua família sobre os riscos do uso de substâncias, promover a redução de danos decorrentes do uso de substâncias e encaminhar o usuário para tratamento especializado, quando necessário.

Resposta correta.


A consulta de enfermagem em álcool e outras drogas na APS tem como objetivos diagnosticar e tratar o uso problemático de substâncias, orientar o usuário e sua família sobre os riscos do uso de substâncias, promover a redução de danos decorrentes do uso de substâncias e encaminhar o usuário para tratamento especializado, quando necessário.

A alternativa correta é a "A".


A consulta de enfermagem em álcool e outras drogas na APS tem como objetivos diagnosticar e tratar o uso problemático de substâncias, orientar o usuário e sua família sobre os riscos do uso de substâncias, promover a redução de danos decorrentes do uso de substâncias e encaminhar o usuário para tratamento especializado, quando necessário.

Itens que devem compor a coleta de dados na consulta de enfermagem na área da dependência de substâncias na Atenção Primária à Saúde

A assistência de enfermagem tem a necessidade de obter informações sistematizadas para guiar a tomada de decisão dos cuidados a serem prestados.67,68 Daí a importância da anamnese. Na maior parte das especialidades, os modelos de anamnese foram gradativamente aprimorados para ganho de objetividade dos dados.

Admitindo, tal como Ahmad,66 que teorias são conjuntos de conceitos e proposições que provêm um caminho ordenado para análise de um fenômeno, o reconhecimento desses processos pode constituir a base da compreensão das diversas partes de uma consulta de enfermagem para atendimento de usuários em saúde mental.

Ao se considerarem indivíduos com transtorno por uso de substâncias, todas as recomendações relativas ao processo de enfermagem exigem maior especificidade, dadas as necessidades derivadas do comprometimento da saúde mental. Mais do que nas demais enfermidades, a avaliação da clientela só é possível por meio de entrevista.

O histórico de enfermagem não pode ser considerado apenas um interrogatório da história pregressa de saúde, porque, nos indivíduos com transtorno por uso de substâncias, todas as manifestações comportamentais, verbais e não verbais, têm uma importância ímpar na definição dos demais passos do processo de enfermagem. Dessa forma, uma entrevista associada à observação minuciosa do paciente é o principal instrumento de avaliação do usuário de substâncias.69,70

Para discutir a importância da integração dessas teorias na avaliação de enfermagem voltada para cuidados a usuários de substâncias, optou-se por identificar as diversas etapas em que se inserem. Pelo fato de uma mesma teoria servir de base para diversas etapas, com argumentações distintas, apresentam-se as teorias de enfermagem segundo a lógica do histórico de enfermagem, como se observa na Figura 3.

FIGURA 3: Teorias fundantes das etapas do histórico de enfermagem para cuidado psiquiátrico. // Fonte: Arquivo de imagens das autoras.

A identificação do paciente e de seu cuidador

O histórico de enfermagem tem início com a identificação do paciente e de seu cuidador, etapa que compõe o conjunto de medidas administrativas para proteção do paciente. A identificação do paciente, no entender da OMS, tem por objetivo último o estabelecimento de uma relação unívoca paciente-cuidados, ou seja, associar um plano específico de cuidados para cada paciente, a ser identificado por nome ou código numérico. 71

A anotação de todas as informações relativas ao paciente no prontuário tem sido cada vez mais valorizada pela OMS, por refletir continuum de saúde. O assunto é de tal forma relevante que, em 2011, foi recomendação de um encontro internacional de profissionais de saúde.72

Para a Enfermagem, contudo, a identificação do paciente atende a outros objetivos. Para que os cuidados em Enfermagem possam atender às necessidades do paciente, é preciso que o contexto social em que ele está inserido seja considerado com base na Teoria do cuidado transcultural, de Madeleine Leininger.

A estrutura social é um processo dinâmico, que contém elementos estruturais e organizacionais da sociedade, incluídos os sistemas religioso, familiar, político, econômico, educacional, tecnológico e cultural. A forma como esses elementos atuam delimita contextos culturais — quais sejam valores, crenças, normas de comportamento e práticas relativas ao estilo de vida —, que são aprendidos, compartilhados e transmitidos por um grupo específico e que orientam o pensamento e as decisões do indivíduo, como também suas ações e o modo como percebe seu mundo e seu universo.49,60

Dessa feita, o questionamento de nome, endereço, sexo, data de nascimento, cor da pele autorreferida, se insere na perspectiva de vida do paciente e reflete algo do contexto de seu grupo social de origem, bem como de alguns dos valores culturais que o paciente construiu, como escolaridade, ocupação, estado civil e prole. Essas informações, compondo a história da doença atual, refletem parte dos antecedentes pessoais e familiares e contribuem para a construção de um plano de cuidados psíquicos congruente com a realidade captada na informação do paciente.50,73

A identificação do paciente e de seu cuidador também constitui parte do compromisso social da enfermagem em buscar compreender o caráter ativo desses membros do processo saúde-doença, facilitando o ajuste de um plano de cuidados congruente com a realidade cultural vivenciada ou a ser reconstruída pelo paciente.

Estado atual de saúde

Ao levantar o estado atual de saúde, o significativo do papel do enfermeiro é ampliado dada a potencialidade de sua atuação baseada no preparo técnico e em sua proximidade com o paciente, não apenas de maneira passiva, mas como cuidador ativo que reconhece seu espaço na atenção à saúde mental e sua importância na assistência à saúde.51

Essa primeira comunicação do enfermeiro com o paciente para obtenção das informações referentes ao estado de saúde estabelece a comunicação interpessoal, que deve respeitar55

  • a lei do equilíbrio, porque o adoecer é a quebra do equilíbrio dinâmico entre os seres do universo;
  • a lei da adaptação, entendendo que o adoecimento é um desajuste da interação do ser com o meio externo no universo, um desequilíbrio das trocas energéticas;
  • a lei do holismo, a qual investiga o adoecer como uma desarmonia no todo de um ser humano, considerando que esse todo é mais que simplesmente a soma das partes, como admite Peplau.

Assim é que se buscam informações dos antecedentes de saúde pessoais e familiares, conforme preconiza a teoria do cuidado transcultural por admitir que a saúde é um processo contínuo com interferências desde o nascimento.49,74

Nos antecedentes pessoais e familiares de saúde, estão inseridos aspectos que refletem a preservação da autoestima, os cuidados recebidos desde a infância, a intensidade de autocuidado que ainda se mantém intacto, contribuindo para a preservação da saúde, conforme Orem afirma.40Também contempla o processo de adaptação do paciente a seu estado de saúde, segundo Roy,62 e a forma como o indivíduo com doença mental expandiu sua consciência e identifica corretamente seu estado de saúde, concorde com a teoria de Newman.63

Ao considerar que cada indivíduo é um sistema aberto, passível de sofrer interferência do meio ambiente, mas também de sobre ele atuar, as informações da condição de saúde refletem também a forma como o paciente reage aos agentes estressores.65

É relevante observar o número de teorias de enfermagem inseridas na avaliação da condição pregressa de saúde para afirmar que constitui uma forma de avaliação de diversos aspectos relevantes no cuidado à saúde mental.

Segurança e meio ambiente

Os itens relativos à segurança e meio ambiente investigam convívio social, condições materiais e sociais de moradia e o histórico de violência, que refletem as experiências de amizade, respeito e amor. As perguntas resumem o atendimento às necessidades de sentir afeto pelas pessoas e de comunicação, determinantes dos subsistemas comportamentais na medida em que o ser humano tem, segundo Johnson, um padrão atitudinal que tende à repetição. Assim, vivenciar violência pode contribuir para a incorporação desse comportamento.59

Indiretamente, questionar o paciente sobre condições de moradia e violência fala a respeito de independência vivenciada, igualdade subjetiva, dignidade e oportunidades, fatores que contribuem positivamente para a autoavaliação estável e uma autoestima firmemente baseada na personalidade, conforme preconiza Hall.45

Há que considerar, ainda, que os aspectos de segurança e meio ambiente compõem as necessidades humanas básicas, que Horta entende que devem ser investigadas pela enfermagem por estarem diretamente relacionadas à realização e à integridade do indivíduo, de tal forma que sua presença pressupõe a satisfação das necessidades fisiológicas de segurança, de amor e de estima.44

História psicossocial

Nessa etapa da anamnese, o foco de atenção é a identificação do contexto em que o paciente está inserido e do qual sofre influência para a formação de seus valores, crenças e comportamentos, conforme ensina Neuman, ao discorrer sobre a formação dos sistemas comportamentais.25 Levantam-se os dados sobre escolaridade, credo religioso, passatempos, participação de instituições de apoio comunitário e de atividades recreativas, preocupações pessoais e mudanças no estilo de vida. Tais informações são relevantes, pois o cuidado em enfermagem deve transcender os espaços físicos, hospitalares ou extra-hospitalares.75

A base teórica que aponta a necessidade de contemplar os aspectos psicossociais do paciente em cuidados na saúde mental é a Teoria das relações interpessoais, proposta por Hildegard Peplau75. Ao admitir que a doença é uma experiência potencial de aprendizagem, aponta para a necessidade de um modelo psicodinâmico para entender as necessidades do paciente e identificar as dificuldades que o profissional pode ter em relação ao cuidado de enfermagem.

O paciente é identificado com uma necessidade sentida, e a enfermagem atua nos processos interpessoal e terapêutico, ao mesmo tempo. O papel do enfermeiro é, pois, construir e estabelecer o relacionamento terapêutico como meta para o cuidado integral, propondo o desenvolvimento do indivíduo para o enfrentamento no adoecimento, além de motivá-lo a permanecer saudável, reforçando sua independência, como preconiza Henderson.76

Os cuidados de enfermagem são considerados “uma evolução das relações de confiança que constituem a base para construir resultados satisfatórios”.53 Essa perspectiva considera os conceitos da prática profissional relativos ao ser humano, ao ambiente, à saúde e à própria enfermagem.51

É relevante assinalar que a história psicossocial inclui aspectos psicoespirituais, conforme considera Horta, 44 ao afirmar que as necessidades nos níveis psicobiológico e psicossocial são comuns a todos os seres vivos nos diversos aspectos de sua complexidade orgânica, mas o psicoespiritual é característica única do homem.

Exame físico

Ao fim da entrevista, tem início o exame físico dividido em duas etapas. A primeira designa-se como exame físico geral, somatoscopia ou ectoscopia, por meio do qual são obtidos dados do paciente, independentemente dos sistemas orgânicos ou segmentos corporais. A segunda etapa é voltada ao exame dos diferentes sistemas e aparelhos.

Deve-se dar ênfase à opinião de Barros43 quem afirma que o exame físico em enfermagem consiste em outros aspectos como a observação das expressões verbais e não verbais do indivíduo. Assim, a avaliação, além de ser feita pelo aspecto biomédico, inclui o fator psicossocial, pela valorização de comportamento, postura, tom de voz, entre outros.

A caracterização do paciente no exame físico traz informações sobre seu autocuidado, já que à inspeção é possível analisar integridade de pele, higiene corporal e oral e adequação do vestuário, fatores indicativos da valorização que o paciente atribui a seu corpo, da intensidade com que abandonou esse valor e de sua necessidade de a enfermagem assumir tais procedimentos.43

Além da Teoria do autocuidado, preconizada por Orem, o exame físico oferece informações consistentes com o nível de dependência do paciente, ou seja, da desvalorização da independência que o comprometimento mental lhe infringe, segundo Henderson.22

Necessidades básicas

Maslow57 identificou que as pessoas precisam ter acesso a requisitos essenciais — por isso denominados “básicos” — para que possam estar motivadas para o exercício das atividades de vida social, profissional e afetiva. As necessidades básicas estão hierarquizadas em cinco níveis, segundo o grau de importância para a motivação, motivo pelo qual são representadas na forma piramidal.56

De acordo com a pirâmide de Maslow, todo ser humano tem essas necessidades comuns de tal forma que, obedecendo à hierarquia, quando experimenta alguma satisfação em um dado nível, logo se desloca para o próximo e assim sucessivamente. Ou seja, o indivíduo só passa a procurar satisfazer necessidades do nível seguinte após um mínimo de satisfação das necessidades anteriores.

Sendo o ser humano um agente criativo, capaz de mudanças, ele pode estar em equilíbrio com o ambiente, no tempo e no espaço, quando os cinco níveis de necessidades estão disponíveis. Todavia, o desequilíbrio entre os níveis promove adoecimento devido a necessidades não atendidas.44,77

Para planejar cuidados que possibilitem ao indivíduo almejar um futuro melhor,78 é necessário investigar as necessidades básicas do indivíduo, o que pode contribuir para a compreensão de perda de motivação para o cuidado com sua saúde.56

A investigação das necessidades básicas do indivíduo, no processo de enfermagem, respalda-se em diversas teorias, entre as quais são mais relevantes as seguintes:

  • Teoria da independência, de Henderson;58,64
  • Teoria dos subsistemas comportamentais, de Johnson;59
  • Teoria das relações interpessoais, de Peplau;39
  • Teoria das necessidades humanas básicas, de Horta.5

Essa associação respalda-se em se fundamentarem na Teoria da motivação humana, de Maslow,44 na qual agregam outros pressupostos.

A Teoria de independência, de Henderson,58 admite que a investigação das necessidades é fundamental para planejar a execução daquilo que o indivíduo não pode fazer por si mesmo; para ajudá-lo, quando se encontrar parcialmente impossibilitado de se autocuidar, para provê-lo de orientações e ensinamentos, assim como para encaminhá-lo a outros profissionais.44

Ao investigar as necessidades básicas, admite-se, tal como Johnson23 o faz na Teoria dos subsistemas comportamentais, que o comportamento humano é formado por subsistemas comportamentais e sofre interferência do meio ambiente e do entorno, em função da saciedade das necessidades básicas. Na ausência dessas necessidades ou em sua fragmentação, a busca da saciedade se dá por um comportamento de adição.

A Teoria das relações interpessoais, de Peplau,39 deve ser fundamentada na investigação das necessidades básicas no protocolo de enfermagem para cuidados a usuários psiquiátricos porque se admite que a saúde é um movimento de avanço na personalidade e nos demais processos humanos, em direção à qualidade de vida. Daí deriva a necessidade de registro dos procedimentos de enfermagem para facilitar a identificação das mudanças nas necessidades do paciente, já que a recuperação da saúde se faz por constantes mudanças. Tal como Horta,44 Peplau75 admitiu a Teoria da motivação humana, de Maslow,77 portanto, também admitiu que o doente mental deve pensar a saúde como uma força dinâmica que o impulsiona a promover constantes trocas e buscar níveis mais elevados de suas necessidades.53

Assim, por meio de uma entrevista bem elaborada e sistematizada, o profissional pode captar informações, a fim de obter conhecimento da dinâmica do paciente em seus aspectos biopsicossociais, informações o suficientemente valiosas para embasar a utilização de meios para a intervenção e o planejamento terapêuticos mais adequados.69 Incluir na investigação de saúde de um paciente em TUS as necessidades humanas básicas significa reconhecê-las como geradoras de condições ou situações que o indivíduo, a família ou a comunidade apresentam decorrentes do desequilíbrio de seu suprimento, podendo ser aparentes, conscientes, verbalizadas ou não, e que exigem uma resolução.78

Exame psíquico

A investigação das funções cognitivas e da capacidade de adaptação e tolerância ao estresse, que compõem o exame psíquico do paciente, admite, entre outros aspectos, a contribuição da autoestima na composição do prejuízo psíquico, com base na teoria de Lydia Hall,45 assim como da consciência do indivíduo da qual a saúde é a expansão. Reconhecendo que o padrão de comportamento do paciente é anterior às mudanças estruturais e funcionais do corpo, emprega-se a teoria de Margareth Newman63 para investigação de hábitos atuais e passados.

Adicionalmente, o exame psíquico possibilita a identificação das crenças e dos valores sobre saúde e doença aprendidos, compartilhados e transmitidos, que orientam o pensamento das decisões e ações, conforme a teoria de Madeleine Leininger.12 Considera-se também que o indivíduo em TUS sofre ação dos estímulos externos, os quais contribuem para romper seu sistema adaptativo e seus mecanismos de enfrentamento, diminuindo o insight e o sistema de adaptação, tal como preconiza Callista Roy.61,62

O conjunto de informações levantadas na investigação do exame psíquico do paciente usuário de substâncias também se justifica, com base nas afirmações de Johnson,59 na Teoria dos subsistemas comportamentais, ao admitir que o equilíbrio corporal pode ser alterado em função de modificações em qualquer um dos subsistemas isoladamente. Por exemplo, a redução de autoestima, investigada na Teoria do bem-estar de Neuman, pode comprometer o desempenho profissional do paciente e, assim, o subsistema de ocupação associado à autorrealização.58

É relevante observar que o exame psíquico é a parte do atendimento de enfermagem fundamentada no maior número de teorias de enfermagem. Cada uma delas prioriza um aspecto psíquico, mas, na investigação de enfermagem direcionada ao planejamento do cuidado, todos eles devem ser contemplados.

No exame psíquico, é relevante também investigar as características de TUS, as quais não estão incluídas em qualquer das teorias de enfermagem. Devem ser detalhados tipo de droga, forma e frequência de uso, associações com álcool ou outras drogas. Essas informações, juntamente com os danos sociais e econômicos decorrentes da prática ilícita, são utilizadas no planejamento dos cuidados.

Outro aspecto para o qual o enfermeiro deve atentar durante o exame psíquico de paciente em TUS é a existência de barreira cultural, a qual pode dificultar a adesão do paciente ao tratamento. A atenção ao paciente em TUS deve considerar que, praticamente em todas as culturas e nas mais diferentes épocas, são eleitas determinadas substâncias desse tipo (ou grupos delas) que auxiliam no relacionamento social, marcam festividades ou favorecem rituais de cunho místico/religioso.79 Desse modo, o TUS pode ter sido iniciado como parte de tradições socioculturais, o que prejudica a compreensão do paciente quanto aos prejuízos à sua saúde.

ATIVIDADES

7. Qual é o objetivo da identificação do paciente de acordo com a OMS?

A) Estabelecer uma relação unívoca paciente-cuidados.

B) Garantir a confidencialidade das informações do paciente.

C) Facilitar o registro das informações no prontuário.

D) Criar um código numérico para cada paciente.

Confira aqui a resposta

Resposta incorreta. A alternativa correta é a "A".


A identificação do paciente tem como objetivo associar um plano específico de cuidados para cada paciente, conforme estabelecido pela OMS.

Resposta correta.


A identificação do paciente tem como objetivo associar um plano específico de cuidados para cada paciente, conforme estabelecido pela OMS.

A alternativa correta é a "A".


A identificação do paciente tem como objetivo associar um plano específico de cuidados para cada paciente, conforme estabelecido pela OMS.

8. Por que a investigação das necessidades humanas básicas do paciente é importante na enfermagem?

A) Para satisfazer as expectativas dos familiares do paciente.

B) Para entender as especificidades alimentares do paciente.

C) Para planejar cuidados terapêuticos adequados.

D) Para registrar informações no prontuário eletrônico.

Confira aqui a resposta

Resposta incorreta. A alternativa correta é a "C".


Entender as necessidades básicas do paciente é fundamental para planejar cuidados que permitam ao indivíduo almejar um futuro melhor e compreender a motivação para o autocuidado.

Resposta correta.


Entender as necessidades básicas do paciente é fundamental para planejar cuidados que permitam ao indivíduo almejar um futuro melhor e compreender a motivação para o autocuidado.

A alternativa correta é a "C".


Entender as necessidades básicas do paciente é fundamental para planejar cuidados que permitam ao indivíduo almejar um futuro melhor e compreender a motivação para o autocuidado.

9. Qual é a importância do exame psíquico do paciente na enfermagem?

A) Identificar risco iminente de autolesão.

B) Avaliar a memória e a atenção.

C) Investigar as funções cognitivas e capacidade de adaptação.

D) Determinar se há a necessidade de acompanhamento constante.

Confira aqui a resposta

Resposta incorreta. A alternativa correta é a "C".


O exame psíquico é essencial para identificar aspectos cognitivos e emocionais do paciente, como suas crenças, valores e habilidades de enfrentamento.

Resposta correta.


O exame psíquico é essencial para identificar aspectos cognitivos e emocionais do paciente, como suas crenças, valores e habilidades de enfrentamento.

A alternativa correta é a "C".


O exame psíquico é essencial para identificar aspectos cognitivos e emocionais do paciente, como suas crenças, valores e habilidades de enfrentamento.

10. Por que é importante investigar as características específicas do TUS durante o exame psíquico? Assinale V (verdadeiro) ou F (falso).

Para determinar a eficácia de possíveis tratamentos homeopáticos.

Para compreender a história familiar do paciente.

Para identificar o tipo e a frequência de uso de substâncias.

Para planejar intervenções terapêuticas adequadas.

Assinale a alternativa que apresenta a sequência correta.

A) V — F — F — V

B) V — V — F — F

C) F — F — V — V

D) F — V — V — F

Confira aqui a resposta

Resposta incorreta. A alternativa correta é a "C".


Investigar as características do TUS durante o exame psíquico é crucial para entender o padrão de uso de substâncias do paciente e planejar intervenções terapêuticas adequadas.

Resposta correta.


Investigar as características do TUS durante o exame psíquico é crucial para entender o padrão de uso de substâncias do paciente e planejar intervenções terapêuticas adequadas.

A alternativa correta é a "C".


Investigar as características do TUS durante o exame psíquico é crucial para entender o padrão de uso de substâncias do paciente e planejar intervenções terapêuticas adequadas.

11. Sobre intervenção de enfermagem realizada na consulta de enfermagem em álcool e outras drogas na APS, analise as afirmativas a seguir.

Orientação sobre os riscos do uso de substâncias.

Encaminhamento para tratamento especializado.

Promoção da redução de danos.

Qual(is) está(ão) correta(s)?

A) Apenas a I.

B) Apenas a II.

C) Apenas a III.

D) A I, a II e a III.

Confira aqui a resposta

Resposta incorreta. A alternativa correta é a "D".


As intervenções de enfermagem realizadas na consulta de enfermagem em álcool e outras drogas na APS podem incluir orientação sobre os riscos do uso de substâncias, encaminhamento para tratamento especializado e promoção da redução de danos.

Resposta correta.


As intervenções de enfermagem realizadas na consulta de enfermagem em álcool e outras drogas na APS podem incluir orientação sobre os riscos do uso de substâncias, encaminhamento para tratamento especializado e promoção da redução de danos.

A alternativa correta é a "D".


As intervenções de enfermagem realizadas na consulta de enfermagem em álcool e outras drogas na APS podem incluir orientação sobre os riscos do uso de substâncias, encaminhamento para tratamento especializado e promoção da redução de danos.

12. Qual das alternativas abaixo é um exemplo de abordagem não julgadora que o enfermeiro pode utilizar na consulta de enfermagem em álcool e outras drogas na APS?

I. Evitar fazer julgamentos sobre o usuário.

II. Demonstrar empatia e compreensão.

III. Utilizar um tom de voz calmo e acolhedor.

Qual(is) está(ão) correta(s)?

A) Apenas a I.

B) Apenas a II.

C) Apenas a III.

D) A I, a II e a III.

Confira aqui a resposta

Resposta incorreta. A alternativa correta é a "D".


O enfermeiro deve evitar fazer julgamentos sobre o usuário em TUS, demonstrar empatia e compreensão, e utilizar um tom de voz calmo e acolhedor.

Resposta correta.


O enfermeiro deve evitar fazer julgamentos sobre o usuário em TUS, demonstrar empatia e compreensão, e utilizar um tom de voz calmo e acolhedor.

A alternativa correta é a "D".


O enfermeiro deve evitar fazer julgamentos sobre o usuário em TUS, demonstrar empatia e compreensão, e utilizar um tom de voz calmo e acolhedor.

1

M., 20 anos, é atendida na UBS de sua cidade com queixa de tristeza e dificuldade de concentração. Ao ser questionada pelo enfermeiro, relata que faz uso de maconha há cerca de 2 anos e que, nos últimos meses, o consumo aumentou, chegando a consumir cerca de 5 cigarros por dia.

Condutas diagnósticas: O enfermeiro deve investigar o uso de maconha e de outras drogas, bem como os motivos que levaram ao consumo. Também deve avaliar os sinais e sintomas de dependência, como tolerância, abstinência e comprometimento das atividades sociais e profissionais.

Abordagens terapêuticas: O enfermeiro deve realizar uma IB com M., com o objetivo de reduzir o consumo de maconha e prevenir o desenvolvimento de problemas de saúde relacionados ao uso de drogas. A IB é um modelo de atendimento de curta duração, que pode ser realizado por profissionais de saúde de diferentes níveis de formação.

Um erro frequente cometido por enfermeiros é não abordar o uso de maconha e de outras drogas durante a consulta. Outro erro é não realizar uma IB adequada, que seja centrada no usuário e que considere suas necessidades e motivações.

Complicações: O uso excessivo de maconha pode causar uma série de complicações, como problemas de memória e atenção, psicose e dependência. O consumo de maconha também pode aumentar o risco de acidentes, violência e suicídio.

A Figura 4 apresenta o ASSIST, um instrumento utilizado para rastreamento padrão de consumo de substâncias psicoativas.

FIGURA 4: ASSIST. // Fonte: Adaptada de Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas.80

A Figura 5 apresenta estratégias de redução e danos.

FIGURA 5: Estratégias de redução de danos, como o uso de vaporizadores e a educação sobre os riscos do tabagismo. // Fonte: Adaptada de Oliveira.81

Além dos desafios e recursos mencionados, é importante ressaltar que as IB são uma ferramenta essencial para a prevenção e o tratamento do uso problemático de maconha e de outras drogas. Os enfermeiros têm um papel fundamental na realização IB, pois são profissionais que estão em contato regular com a população e que podem contribuir para a redução dos danos causados pelo uso de drogas.

ATIVIDADES

13. Quais são os principais desafios para a realização de IB em maconha e outras drogas na APS?

Confira aqui a resposta

Resposta correta.


Os principais desafios para a realização de IB em maconha e outras drogas na atenção primária são os seguintes:

  • tabu social — o uso de drogas ainda é um tema tabu em muitas sociedades, incluindo o Brasil, o que pode dificultar a abordagem do assunto pelos profissionais de saúde;
  • preconceito — os usuários de drogas são, muitas vezes, vítimas de preconceito e discriminação, o que pode dificultar a relação de confiança entre o usuário e o profissional de saúde, essencial para o sucesso da IB;
  • falta de conhecimento e habilidades — muitos profissionais de saúde não têm o conhecimento e as habilidades necessárias para realizar IB eficazes.

Resposta correta.


Os principais desafios para a realização de IB em maconha e outras drogas na atenção primária são os seguintes:

  • tabu social — o uso de drogas ainda é um tema tabu em muitas sociedades, incluindo o Brasil, o que pode dificultar a abordagem do assunto pelos profissionais de saúde;
  • preconceito — os usuários de drogas são, muitas vezes, vítimas de preconceito e discriminação, o que pode dificultar a relação de confiança entre o usuário e o profissional de saúde, essencial para o sucesso da IB;
  • falta de conhecimento e habilidades — muitos profissionais de saúde não têm o conhecimento e as habilidades necessárias para realizar IB eficazes.

Os principais desafios para a realização de IB em maconha e outras drogas na atenção primária são os seguintes:

  • tabu social — o uso de drogas ainda é um tema tabu em muitas sociedades, incluindo o Brasil, o que pode dificultar a abordagem do assunto pelos profissionais de saúde;
  • preconceito — os usuários de drogas são, muitas vezes, vítimas de preconceito e discriminação, o que pode dificultar a relação de confiança entre o usuário e o profissional de saúde, essencial para o sucesso da IB;
  • falta de conhecimento e habilidades — muitos profissionais de saúde não têm o conhecimento e as habilidades necessárias para realizar IB eficazes.

14. Quais são as evidências científicas que sustentam a eficácia das IB?

Confira aqui a resposta

Existem evidências científicas robustas que sustentam a eficácia das IB no tratamento do uso problemático de maconha e de outras drogas. Estudos mostram que as IB podem reduzir o consumo de drogas, melhorar a saúde e a qualidade de vida dos usuários e prevenir o desenvolvimento de problemas de saúde relacionados ao uso de drogas.

Resposta correta.


Existem evidências científicas robustas que sustentam a eficácia das IB no tratamento do uso problemático de maconha e de outras drogas. Estudos mostram que as IB podem reduzir o consumo de drogas, melhorar a saúde e a qualidade de vida dos usuários e prevenir o desenvolvimento de problemas de saúde relacionados ao uso de drogas.

Existem evidências científicas robustas que sustentam a eficácia das IB no tratamento do uso problemático de maconha e de outras drogas. Estudos mostram que as IB podem reduzir o consumo de drogas, melhorar a saúde e a qualidade de vida dos usuários e prevenir o desenvolvimento de problemas de saúde relacionados ao uso de drogas.

15. Como o enfermeiro pode melhorar a sua capacidade de realizar IB?

Confira aqui a resposta

Para melhorar a sua capacidade de realizar IB, o enfermeiro pode:

  • receber treinamento — existem diversos cursos e treinamentos disponíveis para enfermeiros que desejam aprender a realizar IB;
  • aplicar instrumentos de rastreamento — os instrumentos de rastreamento são ferramentas que ajudam a identificar os usuários de drogas em risco;
  • conhecer os princípios das IB — as IB são baseadas em princípios sólidos, como a motivação do usuário, o foco nas metas do usuário e o apoio social.

Resposta correta.


Para melhorar a sua capacidade de realizar IB, o enfermeiro pode:

  • receber treinamento — existem diversos cursos e treinamentos disponíveis para enfermeiros que desejam aprender a realizar IB;
  • aplicar instrumentos de rastreamento — os instrumentos de rastreamento são ferramentas que ajudam a identificar os usuários de drogas em risco;
  • conhecer os princípios das IB — as IB são baseadas em princípios sólidos, como a motivação do usuário, o foco nas metas do usuário e o apoio social.

Para melhorar a sua capacidade de realizar IB, o enfermeiro pode:

  • receber treinamento — existem diversos cursos e treinamentos disponíveis para enfermeiros que desejam aprender a realizar IB;
  • aplicar instrumentos de rastreamento — os instrumentos de rastreamento são ferramentas que ajudam a identificar os usuários de drogas em risco;
  • conhecer os princípios das IB — as IB são baseadas em princípios sólidos, como a motivação do usuário, o foco nas metas do usuário e o apoio social.

16. Quais são os recursos disponíveis para o enfermeiro na APS para o atendimento de usuários de maconha e de outras drogas?

Confira aqui a resposta

Os recursos disponíveis para o enfermeiro na APS para o atendimento de usuários de maconha e outras drogas incluem os seguintes:

  • instrumentos de rastreamento — existem diversos instrumentos de rastreamento disponíveis para uso na atenção primária;
  • guias de IB — existem diversos guias de IB disponíveis para orientação dos profissionais de saúde;
  • programas de tratamento — existem diversos programas de tratamento disponíveis para usuários de maconha e outras drogas.

Resposta correta.


Os recursos disponíveis para o enfermeiro na APS para o atendimento de usuários de maconha e outras drogas incluem os seguintes:

  • instrumentos de rastreamento — existem diversos instrumentos de rastreamento disponíveis para uso na atenção primária;
  • guias de IB — existem diversos guias de IB disponíveis para orientação dos profissionais de saúde;
  • programas de tratamento — existem diversos programas de tratamento disponíveis para usuários de maconha e outras drogas.

Os recursos disponíveis para o enfermeiro na APS para o atendimento de usuários de maconha e outras drogas incluem os seguintes:

  • instrumentos de rastreamento — existem diversos instrumentos de rastreamento disponíveis para uso na atenção primária;
  • guias de IB — existem diversos guias de IB disponíveis para orientação dos profissionais de saúde;
  • programas de tratamento — existem diversos programas de tratamento disponíveis para usuários de maconha e outras drogas.

2

Assistência de Enfermagem ao usuário de álcool na APS.

Dados do usuário

  • Nome: J. S.
  • Idade: 42 anos.
  • Sexo: masculino.
  • Estado civil: casado, 2 filhos.
  • Profissão: pedreiro.
  • Queixa principal: uso abusivo de álcool há 10 anos.

Histórico da doença atual:

J. S. relata consumo excessivo de bebidas alcoólicas há 10 anos, com piora nos últimos 2 anos. Refere beber diariamente, em média, 10 latas de cerveja e 2 doses de cachaça. Descreve que o consumo aumenta em momentos de estresse no trabalho ou em casa. Afirma ter consciência dos problemas causados pelo álcool, como brigas com a esposa, negligência das responsabilidades familiares e absenteísmo no trabalho, mas relata dificuldade em controlar o consumo.

Histórico de saúde:

  • hipertensão arterial sistêmica;
  • gastrite;
  • depressão.

Exame físico:

  • sinais importantes dentro da normalidade;
  • fígado palpável a 2cm abaixo do rebordo costal direito;
  • presença de tremor nas mãos.

Exames laboratoriais:

  • TGO e TGP sobem;
  • gama GT elevado;
  • hemoglobina corpuscular média (HCM) elevada.

Diagnóstico de enfermagem:

  • risco de síndrome de abstinência alcoólica;
  • risco de lesão hepática;
  • transtorno do uso de álcool;
  • déficit no autocuidado — banho/higiene.

Plano de cuidados de enfermagem:

  • risco de síndrome de abstinência alcoólica
    • monitorar sinais bloqueados a cada 2 horas;
    • observar sinais e sintomas de abstinência, como tremores, náuseas, vômitos, taquicardia e sudorese;
    • administrar medicamentos conforme prescrição médica;
    • orientar o paciente sobre os riscos da abstinência e a importância da adesão ao tratamento;
  • risco de lesão hepática
    • monitoramento de enzimas hepáticas (TGO, TGP e Gama GT);
    • orientar o paciente sobre a importância da abstinência de álcool para evitar danos ao fígado;
    • educar o paciente sobre alimentação saudável e balanceada;
  • transtorno do uso de álcool
    • encaminhar o paciente para acompanhamento com psicólogo ou psiquiatra;
    • orientar o paciente sobre os grupos de apoio para dependentes de álcool;
    • educar o paciente sobre os efeitos do álcool na saúde física e mental;
  • déficit no autocuidado — banho/higiene
    • auxiliar o paciente na realização do banho e higiene pessoal;
    • orientar o paciente sobre a importância da higiene pessoal para prevenir infecções.

Após 7 dias de internação na Unidade de Saúde Mental, J. S. apresentou melhora significativa dos sintomas de abstinência e da função hepática. Demonstrou interesse em seguir com o tratamento para o alcoolismo e iniciou acompanhamento com psicólogo.

O consumo abusivo de álcool é um problema de saúde pública que gera diversos impactos na vida do indivíduo, família e sociedade. A atuação da equipe de enfermagem na APS é fundamental para a identificação precoce do uso abusivo de álcool, a realização de intervenções educativas e preventivas, o encaminhamento para tratamento especializado e o acompanhamento do paciente durante todo o processo terapêutico.

A Figura 6 apresenta a Escala de AUDIT, um instrumento utilizado para rastreamento do uso problemático de álcool.

FIGURA 6: Escala de AUDIT. // Fonte: Adaptada de Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas.82

A Figura 7 apresenta uma nuvem de palavras de estratégias de redução de danos.

FIGURA 7: Nuvem de palavras de estratégias de redução de danos, como o uso de preservativos e a vacinação contra hepatite B. // Fonte: Adaptada de Lancetti.83

ATIVIDADES

17. Quais são os principais desafios para a realização de IB em álcool e outras drogas na APS?

Confira aqui a resposta

Os principais desafios para a realização de intervenções breves em álcool e outras drogas na APS são semelhantes aos desafios para a realização de IB em maconha e outras drogas. Além disso, o estigma associado ao uso de álcool pode dificultar a abordagem do assunto pelos profissionais de saúde.

Resposta correta.


Os principais desafios para a realização de intervenções breves em álcool e outras drogas na APS são semelhantes aos desafios para a realização de IB em maconha e outras drogas. Além disso, o estigma associado ao uso de álcool pode dificultar a abordagem do assunto pelos profissionais de saúde.

Os principais desafios para a realização de intervenções breves em álcool e outras drogas na APS são semelhantes aos desafios para a realização de IB em maconha e outras drogas. Além disso, o estigma associado ao uso de álcool pode dificultar a abordagem do assunto pelos profissionais de saúde.

18. Quais são as evidências científicas que sustentam a eficácia das IB?

Confira aqui a resposta

As evidências científicas que sustentam a eficácia das IB no tratamento do uso problemático de álcool são tão robustas quanto as evidências que sustentam a eficácia das intervenções breves no tratamento do uso problemático de maconha e outras drogas. Estudos mostram que as IB podem reduzir o consumo de álcool, melhorar a saúde e a qualidade de vida dos usuários e prevenir o desenvolvimento de problemas de saúde relacionados ao uso de álcool.

Resposta correta.


As evidências científicas que sustentam a eficácia das IB no tratamento do uso problemático de álcool são tão robustas quanto as evidências que sustentam a eficácia das intervenções breves no tratamento do uso problemático de maconha e outras drogas. Estudos mostram que as IB podem reduzir o consumo de álcool, melhorar a saúde e a qualidade de vida dos usuários e prevenir o desenvolvimento de problemas de saúde relacionados ao uso de álcool.

As evidências científicas que sustentam a eficácia das IB no tratamento do uso problemático de álcool são tão robustas quanto as evidências que sustentam a eficácia das intervenções breves no tratamento do uso problemático de maconha e outras drogas. Estudos mostram que as IB podem reduzir o consumo de álcool, melhorar a saúde e a qualidade de vida dos usuários e prevenir o desenvolvimento de problemas de saúde relacionados ao uso de álcool.

19. Como o enfermeiro pode melhorar a sua capacidade de realizar IB?

Confira aqui a resposta

Resposta correta.


O enfermeiro pode melhorar sua capacidade de realizar IB aplicando técnicas de comunicação terapêutica efetivas e desenvolvendo um relacionamento terapêutico capaz de orientar e estabelecer mudanças no comportamento desse indivíduo.

Resposta correta.


O enfermeiro pode melhorar sua capacidade de realizar IB aplicando técnicas de comunicação terapêutica efetivas e desenvolvendo um relacionamento terapêutico capaz de orientar e estabelecer mudanças no comportamento desse indivíduo.

O enfermeiro pode melhorar sua capacidade de realizar IB aplicando técnicas de comunicação terapêutica efetivas e desenvolvendo um relacionamento terapêutico capaz de orientar e estabelecer mudanças no comportamento desse indivíduo.

20. Quais são os recursos disponíveis para o enfermeiro na APS para o atendimento de usuários de álcool e outras drogas?

Confira aqui a resposta

Os recursos disponíveis para o enfermeiro na APS para o atendimento de usuários de álcool e outras drogas são semelhantes aos recursos disponíveis para o atendimento de usuários de maconha e outras drogas.

Resposta correta.


Os recursos disponíveis para o enfermeiro na APS para o atendimento de usuários de álcool e outras drogas são semelhantes aos recursos disponíveis para o atendimento de usuários de maconha e outras drogas.

Os recursos disponíveis para o enfermeiro na APS para o atendimento de usuários de álcool e outras drogas são semelhantes aos recursos disponíveis para o atendimento de usuários de maconha e outras drogas.

Conclusão

O uso de drogas ilícitas é assunto chave na agenda internacional. O problema foi analisado em vários projetos e é objeto de diretrizes de ação, estabelecidas por organizações internacionais e nacionais, não governamentais e governamentais, nos níveis de governo federal, estadual e municipal e em outras instituições e associações. Essas diretrizes apontam a necessidade de oferecer atendimento diferenciado a essa população.84

Os atendimentos diferenciados são serviços de atenção psicossocial para atendimento a usuários com TUS. Porém, a APS é o primeiro contato que esse usuário tem com o sistema de saúde e lá ele deverá ser acolhido e ouvido. Esse atendimento, prestado por uma equipe da qual o enfermeiro é membro nato, deve propiciar condições oferecer uma assistência individualizada. O uso de um protocolo de atendimento facilita a identificação das necessidades do paciente e a elaboração de um plano de cuidados específico, que pode ser compartilhado com outros profissionais da equipe multidisciplinar.85 Além disso, essa abordagem sistematizada da enfermagem promove uma maior integração entre a equipe de saúde, o paciente, sua família e a comunidade, resultando em uma assistência mais adequada e coordenada.86

Falar em cuidar em enfermagem é sinônimo de falar de um processo sistematizado, ordenado e amplo, que pode ser aprimorado pelo emprego de um protocolo sistematizado e fundamentado em evidências e teorias de enfermagem. Esse instrumento de trabalho para assistência ao paciente usuário de substâncias pode oferecer melhores condições para que o enfermeiro e toda a equipe de saúde, juntos, considerem a dinâmica do paciente em seus aspectos biopsicossociais, servindo de base para a intervenção e o planejamento terapêutico mais adequados.

A consulta de enfermagem em álcool e outras drogas na APS é uma importante estratégia para o cuidado dos indivíduos com TUS. O enfermeiro deve utilizar um processo de enfermagem adequado, intervenções de enfermagem eficazes e uma abordagem não julgadora para promover a saúde e o bem-estar desses usuários.

Atividades: Respostas

Atividade 1 // Resposta: B

Comentário: As teorias de enfermagem fornecem suporte teórico para a prática clínica, auxiliam na padronização adequada dos cuidados e evitam iatrogenias aos pacientes.

Atividade 2 // Resposta: B

Comentário: A sistematização da consulta de enfermagem na APS visa contemplar o maior número possível de necessidades do paciente, direcionando os enfermeiros na tomada de decisão das situações de assistência.

Atividade 3 // Resposta: C

Comentário: A Teoria do cuidado transcultural de Madeleine Leininger ajuda a compreender como a cultura do paciente influencia sua saúde, incluindo suas crenças, valores, práticas relacionadas ao estilo de vida e as características culturais do indivíduo.

Atividade 4 // Resposta: B

Comentário: A Teoria das relações interpessoais, de Hildegard E. Peplau, enfatiza o relacionamento interpessoal entre enfermeiro e paciente, buscando esclarecer e resolver problemas do paciente por meio da comunicação e pactuação de metas terapêuticas.

Atividade 5 // Resposta: C

Comentário: A Teoria do autocuidado, de Dorothea Orem, enfatiza a importância de ajudar o paciente a ganhar independência, promovendo o autocuidado e mantendo a integridade estrutural e o funcionamento humano.

Atividade 6 // Resposta: A

Comentário: A consulta de enfermagem em álcool e outras drogas na APS tem como objetivos diagnosticar e tratar o uso problemático de substâncias, orientar o usuário e sua família sobre os riscos do uso de substâncias, promover a redução de danos decorrentes do uso de substâncias e encaminhar o usuário para tratamento especializado, quando necessário.

Atividade 7 // Resposta: A

Comentário: A identificação do paciente tem como objetivo associar um plano específico de cuidados para cada paciente, conforme estabelecido pela OMS.

Atividade 8 // Resposta: C

Comentário: Entender as necessidades básicas do paciente é fundamental para planejar cuidados que permitam ao indivíduo almejar um futuro melhor e compreender a motivação para o autocuidado.

Atividade 9 // Resposta: C

Comentário: O exame psíquico é essencial para identificar aspectos cognitivos e emocionais do paciente, como suas crenças, valores e habilidades de enfrentamento.

Atividade 10 // Resposta: C

Comentário: Investigar as características do TUS durante o exame psíquico é crucial para entender o padrão de uso de substâncias do paciente e planejar intervenções terapêuticas adequadas.

Atividade 11 // Resposta: D

Comentário: As intervenções de enfermagem realizadas na consulta de enfermagem em álcool e outras drogas na APS podem incluir orientação sobre os riscos do uso de substâncias, encaminhamento para tratamento especializado e promoção da redução de danos.

Atividade 12 // Resposta: D

Comentário: O enfermeiro deve evitar fazer julgamentos sobre o usuário em TUS, demonstrar empatia e compreensão, e utilizar um tom de voz calmo e acolhedor.

Atividade 13

RESPOSTA: Os principais desafios para a realização de IB em maconha e outras drogas na atenção primária são os seguintes:

  • tabu social — o uso de drogas ainda é um tema tabu em muitas sociedades, incluindo o Brasil, o que pode dificultar a abordagem do assunto pelos profissionais de saúde;
  • preconceito — os usuários de drogas são, muitas vezes, vítimas de preconceito e discriminação, o que pode dificultar a relação de confiança entre o usuário e o profissional de saúde, essencial para o sucesso da IB;
  • falta de conhecimento e habilidades — muitos profissionais de saúde não têm o conhecimento e as habilidades necessárias para realizar IB eficazes.

Atividade 14

RESPOSTA: Existem evidências científicas robustas que sustentam a eficácia das IB no tratamento do uso problemático de maconha e de outras drogas. Estudos mostram que as IB podem reduzir o consumo de drogas, melhorar a saúde e a qualidade de vida dos usuários e prevenir o desenvolvimento de problemas de saúde relacionados ao uso de drogas.

Atividade 15

RESPOSTA: Para melhorar a sua capacidade de realizar IB, o enfermeiro pode:

  • receber treinamento — existem diversos cursos e treinamentos disponíveis para enfermeiros que desejam aprender a realizar IB;
  • aplicar instrumentos de rastreamento — os instrumentos de rastreamento são ferramentas que ajudam a identificar os usuários de drogas em risco;
  • conhecer os princípios das IB — as IB são baseadas em princípios sólidos, como a motivação do usuário, o foco nas metas do usuário e o apoio social.

Atividade 16

RESPOSTA: Os recursos disponíveis para o enfermeiro na APS para o atendimento de usuários de maconha e outras drogas incluem os seguintes:

  • instrumentos de rastreamento — existem diversos instrumentos de rastreamento disponíveis para uso na atenção primária;
  • guias de IB — existem diversos guias de IB disponíveis para orientação dos profissionais de saúde;
  • programas de tratamento — existem diversos programas de tratamento disponíveis para usuários de maconha e outras drogas.

Atividade 17

RESPOSTA: Os principais desafios para a realização de intervenções breves em álcool e outras drogas na APS são semelhantes aos desafios para a realização de IB em maconha e outras drogas. Além disso, o estigma associado ao uso de álcool pode dificultar a abordagem do assunto pelos profissionais de saúde.

Atividade 18

RESPOSTA: As evidências científicas que sustentam a eficácia das IB no tratamento do uso problemático de álcool são tão robustas quanto as evidências que sustentam a eficácia das intervenções breves no tratamento do uso problemático de maconha e outras drogas. Estudos mostram que as IB podem reduzir o consumo de álcool, melhorar a saúde e a qualidade de vida dos usuários e prevenir o desenvolvimento de problemas de saúde relacionados ao uso de álcool.

Atividade 19

RESPOSTA: O enfermeiro pode melhorar sua capacidade de realizar IB aplicando técnicas de comunicação terapêutica efetivas e desenvolvendo um relacionamento terapêutico capaz de orientar e estabelecer mudanças no comportamento desse indivíduo.

Atividade 20

RESPOSTA: Os recursos disponíveis para o enfermeiro na APS para o atendimento de usuários de álcool e outras drogas são semelhantes aos recursos disponíveis para o atendimento de usuários de maconha e outras drogas.

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Titulação das autoras

THAÍS ANDRÉA DE OLIVEIRA MOURA // Graduada em Enfermagem pela Universidade Salgado de Oliveira (UNIVERSO). Especialista em Saúde Coletiva e Sociedade pelo Instituto Brasileiro de Pós-Graduação e Extensão (IBPEX/UNINTER). Mestre em Neuropsiquiatria e Ciências do Comportamento pela Universidade Federal Pernambuco (UFPE). Doutoranda em Enfermagem Psiquiátrica pela Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (EERP-USP).

RUTE CÂNDIDA PEREIRA // Graduada em Enfermagem pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). Especialização em Metodologia do Ensino Superior e em Relação do Trabalho e Negociação pela Universidade de Pernambuco (UPE). Mestra em Nutrição pela UFPE e Doutora em Nutrição pela UFPE. Professora adjunta com dedicação exclusiva da UPE.

FELICIALLE PEREIRA DA SILVA // Graduada em Enfermagem pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). Mestra em Enfermagem pela UFPE. Doutora em Neuropsiquiatria e Ciências do Comportamento pela UFPE. Pós-doutora pelo programa de Enfermagem Psiquiátrica e Ciências Humanas da Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto (EERP-USP). Enfermeira da Comissão de Infecção Hospitalar - Núcleo de Segurança do Paciente/Comitê de Ética em Pesquisa com Seres Humanos - Hospital da Restauração. Professora adjunta da Universidade de Pernambuco (UPE).

JANAINA MARIA DOS SANTOS FRANCISCO DE PAULA // Graduada em Enfermagem pela Universidade de Pernambuco (UPE). Mestra em Hebiatria pela UPE. Doutora em Enfermagem pela Universidade Federal do Piauí (UFPI). Professora adjunta do Curso de Enfermagem do Campus Amílcar Ferreira Sobral da UFPI. Membro do Grupo de Pesquisa Interdisciplinar em Ciências da Saúde (GPICS) e do Grupo de Estudos e Pesquisas em Saúde Mental e Trabalho (GEPSAMT).

SANDRA CRISTINA PILLON // Graduada em Enfermagem e Obstetrícia pela Faculdade de Medicina de Marília (FAMEMA). Especialista em Dependência de drogas pela Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP). Mestra em Gastroenterologia e Doutora em Ciências pela UNIFESP. Pós-doutora na Escola de Enfermagem da Universidade de Alberta no Canadá. Professora Titular da Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (EERP-USP). Coordenadora do Programa de Pós-graduação em Enfermagem Psiquiátrica da EERP-USP.

Como citar a versão impressa deste documento

Moura TAO, Pereira RC, Silva FP, Paula JMSF, Pillon SC. O protagonismo da coleta de dados na consulta de enfermagem às pessoas com transtorno por uso de substâncias na Atenção Primária à Saúde. In: Associação Brasileira de Enfermagem; Kalinowski CE, Crozeta K, Costa MFBNA, organizadoras. PROENF Programa de Atualização em Enfermagem: Atenção Primária e Saúde da Família: Ciclo 12. Porto Alegre: Artmed Panamericana; 2024. p. 11–53. (Sistema de Educação Continuada a Distância, v. 4).

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