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ABORDAGEM A PACIENTES PEDIÁTRICOS VÍTIMAS DE QUEIMADURAS

Autores: Gilberto Pascolat, Anne Caroline Becker, Fernanda Areco Costa Ferreira Torres, Lislaine Cruz Batista
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  • Introdução

No Brasil, as queimaduras em qualquer faixa etária podem ser encaradas como um problema de saúde pública. Porém, esse problema é muito maior em crianças, que correspondem a 80% dos casos.1 Além de apresentarem diversos agentes causadores, as lesões são variáveis em sua extensão. Muitas delas podem envolver uma região pequena do corpo, sem repercussão clínica; contudo, lesões graves ou profundas podem gerar resposta inflamatória sistêmica.2 Em razão disso, pacientes que se enquadram nas lesões graves merecem atenção e atendimento especial já na primeira abordagem.2,3

A resposta inflamatória envolvida nas queimaduras faz com que o líquido do espaço intracelular extravase para o espaço extracelular, assim hidratação vigorosa está incluída no primeiro atendimento, para recuperação do paciente vítima de queimadura. Para isso, é necessário calcular a porcentagem de superfície corporal queimada (SCQsuperfície corporal queimada), que indicará a quantidade de fluidos a ser administrada por meio da fórmula de Parkland, por exemplo. Atrasos nessa reposição hídrica podem piorar significativamente o prognóstico, elevando o número de óbitos.3–5

Além do cuidado inicial, é essencial reconhecer os sinais de choque tóxico em pacientes vítimas de queimaduras, situação na qual o indivíduo é exposto à liberação da toxina do Staphylococcus aureus. Essa condição é rara, mas pode ser fatal se não for reconhecida e tratada rapidamente.6–8

A abordagem ao paciente pediátrico vítima de queimadura é um desafio do ponto de vista clínico, por isso o manejo inicial bem feito e o reconhecimento de doenças associadas são fundamentais para bom prognóstico e boa recuperação dessa criança.2–5,7,8

  • Objetivos

Ao final da leitura deste capítulo, o leitor será capaz de

 

  • reconhecer as etapas do primeiro atendimento ao paciente pediátrico vítima de queimadura;
  • calcular a área de SCQsuperfície corporal queimada do paciente pediátrico;
  • aplicar a fórmula de Parkland e reconhecer sua forma de prescrição aos pacientes elegíveis;
  • distinguir os sinais da síndrome do choque tóxico e o manejo adequado;
  • identificar as principais causas de morbidade e mortalidade das queimaduras elétricas.
  • Esquema conceitual
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