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ABORDAGEM A PESSOAS COM TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA NA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE

Autores: Euclides Colaço Melo dos Passos, Rhaimei Izorai Gonçalves Barbosa
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Objetivos

Ao final da leitura deste capítulo, o leitor será capaz de

  • descrever os transtornos conhecidos cotidianamente como autismos e que fazem parte do espectro da neurodiversidade;
  • diferenciar os transtornos do espectro autista (TEAs);
  • descrever as formas de apresentação dos TEAs;
  • identificar os possíveis diagnósticos diferenciais;
  • reconhecer as abordagens terapêuticas e educacionais disponíveis.

Esquema conceitual

Introdução

O autismo é parte de quem eu sou. Mas não vou deixar que ele me defina.1

O TEA pode ser compreendido como uma síndrome neuropsiquiátrica que promove alterações envolvendo um neurodesenvolvimento atípico da criança.2–4 Está presente desde a infância e, na maioria das vezes, é diagnosticado até os 3 anos de idade, apresentando comprometimentos de ordem comportamental e sociocomunicativa.5

A classificação do TEA está definida na quinta edição do Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-5)2 e na décima Classificação Internacional de Doenças (CID-10).6

Em 1911, o termo “autismo” foi utilizado pela primeira vez por Bleuler para indicar uma perda do contato com a realidade que, consequentemente, gerava uma comunicação não muito eficiente.5,7 Kanner, em 1943, observou 11 crianças que tinham um comprometimento no desenvolvimento da linguagem e de interações sociais e o denominou de distúrbio autístico do contato afetivo.5,8,9 Em 1944, Asperger descreveu alguns casos que tinham características sociais semelhantes ao autismo em crianças que apresentavam um desenvolvimento cognitivo normal.8,9

Ao longo da história, outras nomenclaturas foram utilizadas, como transtorno invasivo do desenvolvimento (TID) e transtorno global do desenvolvimento (TGD).2,3 A terminologia TEA é proveniente do DSM-5, que abarcou três de cinco diagnósticos do TGD, que são:2,3

  • autismo;
  • síndrome de Asperger;
  • transtorno global do desenvolvimento sem outra especificação (TGD-SOE).

Já a CID-10 agrupa como TGDs:6

  • autismo infantil;
  • autismo atípico;
  • síndrome de Rett;
  • síndrome de Asperger.

A síndrome de Rett apresenta etiologia desconhecida e produz encefalopatia progressiva, perda de capacidade de fala, comprometimento de marcha, estereotipias, microcefalia e baixa interação social. Raramente, afeta homens.6

A Organização Mundial de Saúde (OMS) caracteriza os TGDs como alterações na qualidade das interações de comunicação e sociabilidade, além de comportamentos estereotipados e repetitivos.8

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