Objetivos
Ao final da leitura deste capítulo, o leitor será capaz de
- reconhecer o papel do médico da atenção primária à saúde (APS) na identificação de pacientes com suspeita de síndrome da apneia e hipopneia obstrutiva do sono (SAHOS);
- identificar fatores de risco para a SAHOS e os pacientes com risco de desenvolver complicações;
- realizar o diagnóstico e o diagnóstico diferencial da SAHOS;
- identificar os princípios do seu manejo, de acordo com a disponibilidade dos recursos locais;
- compreender o impacto do prognóstico da SAHOS no processo saúde–doença;
- identificar o momento de encaminhar os pacientes com SAHOS a especialistas focais;
- responder a questionamentos sobre os tratamentos disponíveis e seus valores clínicos;
- reconhecer os recursos de saúde disponíveis na localidade e as características culturais e epidemiológicas da comunidade em que atua.
Esquema conceitual
Introdução
A SAHOS é uma alteração caracterizada pela obstrução das vias aéreas superiores (VAS) decorrente do colapso repetitivo de estruturas faríngeas, resultando em distúrbios de troca gasosa e em fragmentação do sono. Por consequência, há diminuição da qualidade de vida, prejuízo funcional significativo e aumento do risco de acidentes de trânsito.1–5
Os pacientes com SAHOS podem ser assintomáticos ou apresentar queixas de sonolência diurna excessiva, fadiga, insônia, ronco, distúrbio respiratório noturno subjetivo ou pausa respiratória observada. Além disso, pode haver associação de distúrbios clínicos e psiquiátricos, como hipertensão, doença arterial coronariana (DAC), insuficiência cardíaca congestiva (ICC), acidente vascular cerebral (AVC), diabetes, disfunção cognitiva ou transtorno do humor.1,6,7
A SAHOS tem um impacto econômico significativo nos sistemas de saúde e na sociedade, incluindo custos diretos com diagnóstico e tratamento, e custos indiretos de condições associadas, como obesidade e diabetes, e de sequelas, como doença cardiovascular (DCV) ou depressão.1