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ABORDAGEM AO ADOLESCENTE COM DOENÇAS CRÔNICAS NÃO TRANSMISSÍVEIS NA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE

Tatiana Monteiro Fiuza

Lorena Martiniano

Jayane Moura Ribeiro

Emanoella Pessoa Angelim Guimarães

epub-BR-PROMEF-C18V4_Artigo

Objetivos

Ao final da leitura deste capítulo, o leitor será capaz de

  • descrever o papel do médico de família e comunidade (MFC) na atenção integral às doenças crônicas não transmissíveis (DCNTs) na adolescência;
  • incorporar o método clínico centrado na pessoa (MCCP) à atenção a doenças crônicas na adolescência;
  • abordar obesidade, síndrome metabólica e suas complicações na adolescência;
  • manejar hipertensão arterial sistêmica (HAS) na adolescência;
  • diagnosticar dislipidemias, síndrome dos ovários policísticos (SOP) e hipotireoidismo na adolescência;
  • construir projeto terapêutico para dislipidemias, SOP e hipotireoidismo na adolescência.

Esquema conceitual

Introdução

DCNTs compõem um conjunto de condições relacionadas ao processo saúde–doença, com múltiplas causas, caracterizadas por início gradual, prognósticos variáveis e com longa ou incerta duração.1 Apresentam curso clínico variável ao longo do tempo, com possíveis períodos de agudização. Podem produzir limitações de funções, atividades ou papel social nas áreas física, emocional, cognitiva e do crescimento e desenvolvimento.

Doenças crônicas podem originar-se na adolescência, infância e até mesmo na gestação e no nascimento. A adolescência é um período marcado por transformações físicas, psíquicas e sociais, momento do desenvolvimento da individualidade, identidade, autoestima e autoconfiança, tendo a presença de uma doença crônica repercussões variáveis no desenvolvimento físico e psíquico do jovem.2

Na adolescência, o indivíduo atravessa período de construção da autonomia, muitas vezes, questionando orientações de profissionais de saúde ou de sua família, podendo culminar em atitudes extremas de negação da doença e não adesão ao tratamento.3

Os profissionais comprometidos na atenção integral a adolescentes portadores de doença crônica devem estar atentos aos efeitos da doença primária e suas repercussões no crescimento físico, emocional e no desempenho afetivo e social.3

Determinantes sociais da saúde são fatores-chave que aumentam a vulnerabilidade às doenças crônicas e incluem pobreza, insegurança alimentar, acesso a fontes de alimentação saudável, recreação e transporte.

A doença crônica é um grande desafio para adolescentes, famílias e equipes de saúde que cuidam deles. A abordagem a eles requer acompanhamento longitudinal, multiprofissional e cuidados permanentes. “Requerem intervenções com o uso de tecnologias leves, leves-duras e duras, associadas a mudanças de estilo de vida, em um processo de cuidado contínuo que nem sempre leva à cura”.1

Importante compreender o papel do apoio social na atenuação do sofrimento psicológico do adolescente. Assim, além do núcleo familiar e dos profissionais, a rede de amigos pode contribuir para formação de identidade, apoio emocional, espiritual, material e para questões práticas como apoio nas atividades da escola.

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