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ABORDAGEM ÀS PESSOAS COM SUSPEITA OU DIAGNÓSTICO DE DENGUE, ZIKA E CHIKUNGUNYA NA ATENÇÃO PRIMÁRIA

Autores: Caio Visalli Lucena da Cunha , Isabelle Cristina Borba da Silva, Luiza Silva Jobim
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Objetivos

Ao final da leitura deste capítulo, o leitor será capaz de

  • revisar as três arboviroses mais comuns no território brasileiro: chikungunya, dengue e zika;
  • realizar a abordagem terapêutica e preventiva no combate às doenças e ao vetor;
  • descrever as principais características epidemiológicas e clínicas dessas três arboviroses;
  • abordar clinicamente as pessoas com chikungunya, dengue e zika;
  • identificar sinais de alerta, grupos de risco e casos de maior complexidade;
  • acompanhar um paciente com chikungunya, dengue ou zika;
  • ofertar orientações aos pacientes e familiares;
  • monitorar clinicamente os casos de chikungunya, dengue e zika;
  • contribuir para a vigilância epidemiológica das referidas doenças;
  • articular ações intersetoriais que visem à promoção e educação em saúde contra as arboviroses.

Esquema conceitual

Introdução

Em 2022, o Ministério da Saúde, por meio da Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente, registrou cerca de 1.450.270 casos prováveis de dengue, 174.517 casos prováveis de chikungunya e 9.204 casos prováveis de zika.1 No país, a maior parcela das pessoas (46,8%) indicou a Unidade Básica de Saúde (UBS) como o estabelecimento que costumavam procurar, mais frequentemente, quando precisavam de atendimento de saúde.2

Os profissionais da atenção primária tornam-se, então, essenciais ao combate às arboviroses no país, com atuações no diagnóstico, no tratamento clínico e na identificação de sinais de alarme, além de atuarem na educação em saúde da população e nas ações junto à vigilância epidemiológica local.

Além do impacto clínico negativo, o impacto econômico associado às arboviroses é preocupante. Apesar de a maioria dos pacientes apresentar recuperação completa após a fase aguda da doença, alguns sintomas podem durar semanas ou até meses, interferindo nas atividades laborais, sendo que algumas síndromes podem cursar com incapacidades permanentes.3

A Pesquisa Nacional de Saúde (PNS) de 2019 estimou que 8,1% (16,9 milhões) das pessoas residentes em domicílios particulares permanentes deixaram de realizar atividades habituais por motivo de saúde nas duas últimas semanas anteriores à data da entrevista. Sobre os motivos de saúde apontados pelas pessoas como impedimentos para a realização de suas atividades habituais, as arboviroses corresponderam a 1,1%.2

A cocirculação de infecção por dengue, zika e chikungunya no Brasil dificulta o manejo clínico em razão de similaridades entre as condições clínicas. Tem também implicações na transmissão em idosos, grávidas e crianças pequenas, apresentando ainda limitada retaguarda laboratorial.

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