Objetivos
Ao final da leitura deste capítulo, o leitor será capaz de
- enumerar todas as fases inerentes à abordagem de pacientes oncológicos;
- indicar as técnicas de diagnóstico mais apropriadas quando se suspeita de neoplasia;
- aplicar o sistema de classificação para estadiamento tumoral;
- identificar as principais síndromes paraneoplásicas e o respectivo tratamento;
- reconhecer as modalidades terapêuticas disponíveis para o maneio da doença oncológica em cães e gatos;
- implementar os pontos-chave do manejo da dor e da intervenção nutricional em pacientes diagnosticados com neoplasia;
- avaliar o tipo de resposta ao tratamento instituído.
Esquema conceitual
Introdução
A área de oncologia veterinária tem evoluído consideravelmente nas últimas décadas, motivada pelo número crescente de animais diagnosticados com doença oncológica.
Vários são os fatores que podem justificar o aumento da taxa de diagnóstico tumoral em cães e gatos, tais como o aperfeiçoamento das técnicas de imagem e de coleta de material para análise; o maior conhecimento dos médicos veterinários relativamente à fisiopatogenia do câncer; a maior consciencialização dos tutores para o aparecimento de nódulos, massas e outras manifestações clínicas; e os protocolos de check-up que têm sido aplicados com mais frequência, principalmente em animais de meia-idade a geriátricos.
Para além disso, como resultado dos melhores cuidados de saúde prestados aos animais de companhia, assentes em fortes medidas profiláticas, em avaliações periódicas e em melhor nutrição, a esperança média de vida registada é atualmente muito superior, o que aumenta a possibilidade natural do desenvolvimento de doença oncológica. De forma a garantir o sucesso no manejo clínico do paciente com câncer, é essencial que a abordagem seja realizada de forma lógica, sistemática e enquadrada em uma perspectiva de medicina baseada na evidência.
Neste capítulo, discutem-se as várias fases que constituem a abordagem adequada a um paciente oncológico, nomeadamente a anamnese, o exame físico, os exames complementares de diagnóstico, o estadiamento tumoral, as opções terapêuticas, o manejo clínico da dor, a intervenção nutricional e, finalmente, a avaliação da resposta ao tratamento e o estabelecimento do prognóstico.