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ABORDAGEM DA INFECÇÃO DO TRATO URINÁRIO NO PRONTO-SOCORRO

Autores: Eugênia Jatene Bou Khazaal, Ilana Levy Korkes, Martinho Gabriel Lima Nunes, William Queiroz Guimarães Wiegandt Ceglio
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Objetivos

Ao final da leitura deste artigo, o leitor será capaz de

  • identificar e diferenciar os tipos de infecções do trato urinário;
  • verificar quando há a indicação da realização de exames complementares e quais deverão ser solicitados;
  • estabelecer quando se deve proceder com a internação hospitalar do paciente;
  • indicar adequadamente os principais antibióticos para o tratamento da infecção do trato urinário.

Esquema conceitual

Introdução

A presença de patógenos microbianos no trato urinário, nas condições em que os mecanismos de defesa dos rins e vias urinárias não conseguem eliminá-los, define a infecção do trato urinário (ITU). Esta pode ser classificada de acordo com o local anatômico acometido e as características específicas dos pacientes. Ao envolver o trato urinário inferior, pode-se apresentar na forma de cistite, quando acomete a bexiga, e uretrite, quando atinge a uretra. Por sua vez, a ITU superior é chamada de pielonefrite, com envolvimento da pelve renal e dos rins. Além disso, quando há isolamento de bactérias na urina em contagens significativas, porém sem sintomas, define-se bacteriúria assintomática.

Quanto às características do paciente, divide-se a ITU em dois grupos no sexo feminino: ITU não complicada e ITU complicada, com implicações terapêuticas e prognósticas. No sexo masculino, por sua vez, toda ITU é conceitualmente considerada complicada, independentemente da presença de complicações.1

Enquadram-se na definição de ITU não complicada as mulheres saudáveis, sem anormalidades urinárias funcionais ou estruturais e na ausência de comorbidades relevantes. Por sua vez, considera-se ITU complicada quando presente ao menos uma das seguintes características:1–3

  • sexo masculino;
  • gestação;
  • diabetes;
  • imunossupressão;
  • persistência dos sintomas por mais de 7 dias antes de procurar atendimento médico;
  • bactéria resistente a múltiplos antibióticos;
  • infecção adquirida no hospital;
  • insuficiência renal (IR);
  • obstrução do trato urinário (hiperplasia prostática benigna, cálculos, estenose uretral);
  • presença de cateter uretral;
  • tubo de nefrostomia ou derivação urinária;
  • instrumentação recente do trato urinário;
  • anormalidade funcional ou anatômica do trato urinário;
  • histórico de ITU na infância;
  • transplante renal.

Nesses indivíduos, o risco de resistência bacteriana, falência terapêutica, desenvolvimento de complicações e/ou recorrência da infecção é maior quando comparado com aqueles com ITU não complicada.1–3

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