- Introdução
O alcoolismo tem se constituído, ao longo do tempo, em um dos grandes problemas ocultos dentro do atendimento à saúde. Seja pela dificuldade (vergonha) do alcoolista – ou de sua família – de expor uma situação que a sociedade entende como falta de caráter, seja porque o problema não aparece diretamente, a intervenção de profissionais de saúde na dependência de álcool de um paciente surge por meio da demanda de atendimento frequente de familiares com queixas variadas, em função do estresse causado pela existência de um alcoolista no domicílio.
O manejo de uma dependência química é sempre difícil, e, por essa razão, mesmo sendo um problema muito prevalente, os profissionais de saúde muitas vezes não buscam o diagnóstico, por terem insegurança e desconhecimento acerca de seu papel, principalmente em relação à abordagem terapêutica.
O alcoolismo é identificado como prevalente, mas as ações para o seu manejo são consideradas de pequeno impacto, devido à complexidade do problema e à frequência das recidivas.
Faz-se necessário que os profissionais envolvidos na atenção primária à saúde (APSatenção primária à saúde) adquiram competência e possam enfrentar o problema da dependência química ao álcool, fato hoje muito negligenciado.
- Objetivos
Ao final da leitura deste artigo, espera-se que o leitor possa
- reconhecer a relevância da abordagem do alcoolismo na APSatenção primária à saúde;
- utilizar instrumentos de rastreamento e diagnóstico adequados à APSatenção primária à saúde;
- aplicar a abordagem terapêutica para desintoxicação e manejo medicamentoso;
- diferenciar a abordagem sistêmica para tratamento do bebedor-problema da abordagem para tratamento do alcoolista;
- empregar a abordagem sistêmica para diminuição de dano.
- Esquema conceitual