Objetivos
Ao final da leitura deste capítulo, o leitor será capaz de
- demonstrar a inserção da mulher negra na sociedade brasileira;
- descrever a Política Nacional de Saúde Integral da População Negra (PNSIPN);
- identificar as doenças prevalentes na população negra;
- descrever o racismo institucional no Sistema Único de Saúde (SUS);
- listar caminhos para avançar no atendimento de mulheres negras na Atenção Primária à Saúde (APS).
Esquema conceitual
Introdução
Autodescrição da autora: Mulher negra não retinta, mede 1,65m de altura e pesa de 85kg. É mãe de dois filhos, feminista negra interseccional, enfermeira e trabalhadora do SUS.
A redução da vulnerabilidade em saúde pública das mulheres negras depende de um conjunto de ações sociais voltadas para garantir o direito à saúde em todas as suas dimensões, incluindo a melhoria dos determinantes e dos condicionantes da saúde dessa população.
Considerando os objetivos e as características da APS como porta de entrada ao sistema de saúde, que oferece acolhimento e resolutividade na assistência aos usuários e é pautada pelos princípios do SUS, o enfrentamento ao racismo institucional e um cuidado orientado pelas diretrizes da PNSIPN são essenciais para garantir o acesso das mulheres negras ao SUS. No entanto, dados demonstram que o atendimento a essas mulheres é bastante precário, conforme será discutido no desenvolvimento deste capítulo.
A APS não pode ser mais um espaço de reprodução de opressões estruturais e de exclusão de mulheres negras por não possibilitar acesso a saúde e, quando o faz, não atender com dignidade, desconsiderando as características dessa população.