Objetivos
Ao final da leitura deste capítulo, o leitor será capaz de
- definir deficiência e apresentar suas tipologias e aspectos epidemiológicos;
- descrever a realidade da pessoa com deficiência e as dificuldades enfrentadas no acesso à Atenção Primária à Saúde (APS);
- identificar o papel do enfermeiro no acolhimento das pessoas com deficiência (PcD) na APS, a fim de promover inclusão social;
- listar as tecnologias educativas no acolhimento de PcD na APS.
Esquema conceitual
Introdução
Deficiência é a perda ou anormalidade de estrutura ou função, temporária ou permanente, envolvendo os domínios funcionais de enxergar, ouvir, andar ou subir degraus, o funcionamento dos membros superiores, a cognição (dificuldade para aprender, lembrar-se das coisas ou se concentrar), o autocuidado e a comunicação (dificuldade de compreender e ser compreendido), sendo, portanto, um conceito complexo, dinâmico e multidimensional.1,2
No território brasileiro, 17,2 milhões (8,4%) das pessoas se encaixam nos requisitos da definição de pessoa com deficiência (PcD), sendo essa proporção mais expressiva em idosos acima de 80 anos.3 A incidência das PcD no cenário brasileiro é desafiadora, visto que historicamente esse grupo social é negligenciado e invisibilizado nas ações públicas, repercutindo em profundas desigualdades e dificuldades no acesso aos serviços de saúde, agravando o quadro de vulnerabilidade social, educacional e de saúde.4
Essas questões repercutem em ausência de informações qualificadas para as PcD, comprometendo o acesso aos serviços de saúde, impactando a dificuldade de socialização e de mudanças de hábitos de vida, resultando em agravos à saúde.5
É papel do enfermeiro, como educador, integrar as PcD na sociedade, buscando atendimento acolhedor, humanizado e sem julgamentos, procurando ouvir suas principais queixas e promover práticas de cuidado singulares na APS, visto que esta é a porta de entrada universal ao serviço de saúde.5