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ABORDAGEM FISIOTERAPÊUTICA CENTRADA NO INDIVÍDUO COM DOENÇA DE PARKINSON

Helena de Oliveira Braga

Alessandra Swarowsky

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Objetivos

Ao final da leitura deste capítulo, o leitor será capaz de

 

  • descrever uma nova abordagem de cuidado fisioterapêutico na doença de Parkinson (DP), com o cuidado centrado no indivíduo;
  • abordar as necessidades dos pacientes com DP, como as barreiras à aderência ao exercício físico e o paradigma da dependência;
  • refletir sobre a nova abordagem em relação à fisioterapia e ao indivíduo com DP, comparando-a com o formato hierárquico comum de cuidado padronizado;
  • reconhecer as ferramentas que podem ser aplicadas na prática clínica.

Esquema conceitual

Introdução

As abordagens fisioterapêuticas na DP vêm sofrendo adaptações em decorrência da baixa aderência dos indivíduos ao tratamento em longo prazo.1 Entre as barreiras encontradas para a aderência, são citadas a falta de tempo, a baixa expectativa com os resultados, a falta de autoconfiança e, até mesmo, a má aceitação da doença.1–4 Para mudar essa realidade, é preciso entender as reais razões pelas quais os indivíduos buscam o tratamento fisioterapêutico, situação em que paciente e terapeuta devem trabalhar juntos em busca de estimular a autoeficácia e a confiança, respeitando barreiras e motivações individuais.5

Visando à qualidade do cuidado e à motivação intrínseca ao atendimento fisioterapêutico, surgiu o conceito de cuidado centrado na pessoa,6,7,8,9 uma abordagem holística (biopsicossocial–espiritual) que oferece cuidado respeitoso às preferências individuais, assim como às necessidades e aos valores, fornecendo recursos para a participação igualitária em todas as decisões clínicas.6,7

Ao identificar o indivíduo como pessoa, e não como a doença ou o sintoma, os objetivos do cuidado passam a se basear na maximização da saúde e, por isso, se entende “viver a vida o melhor possível”.8,10 No entanto, para a concretização desse objetivo, fisioterapeuta e paciente devem estar cientes do poder que o indivíduo exerce sobre a própria saúde.11,12

A consciência de empoderamento promove à pessoa com DP a possibilidade de autorreflexão, priorização e aplicação de habilidades de resolução de problemas relacionados a questões de desempenho nos domínios da atividade e participação, desenvolvendo o autocuidado e a autonomia13,14 e mudando, inclusive, a forma de enxergar as suas limitações.15 Combinado a isso, a escuta das preferências e prioridades dos indivíduos com DP por parte dos fisioterapeutas permite o acesso às reais motivações dos indivíduos com seu tratamento, que podem alimentar a construção das intervenções, promovendo a satisfação e a aderência dos pacientes.5,16

Essa nova abordagem vem mostrando resultados transformadores na qualidade de vida dos indivíduos com DP.13,17,18 Os protocolos de exercício variam de altamente individualizado18 para atendimento fisioterapêutico em grupo.13,19 Nessa nova abordagem, os participantes recebem manuais com as rotinas de exercícios para praticar em casa e, em cada sessão, são realizados exercícios funcionais e discussões sobre estratégias para desenvolver o autocuidado.13,18

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