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PARTICIPAÇÃO DE CRIANÇAS E ADOLESCENTES COM PARALISIA CEREBRAL EM ATIVIDADE FÍSICAS

Angélica Cristina Sousa Fonseca Romeros

Deisiane Oliveira Souto

Hércules Ribeiro Leite

Rafaela Guimarães Ferreira

Ricardo Rodrigues de Sousa Junior

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Objetivos

Ao final da leitura deste capítulo, o leitor será capaz de

 

  • descrever atividade física e identificar os componentes da alfabetização física;
  • inferir os níveis de atividade física de crianças e adolescentes com paralisia cerebral (PC);
  • indicar as recomendações atuais sobre atividade física para crianças e adolescentes com PC;
  • listar barreiras e facilitadores para a prática de atividades físicas em indivíduos com PC;
  • identificar instrumentos de avaliação da atividade física e estratégias de intervenção que objetivam melhorar a participação em atividades físicas de crianças com PC.

Esquema conceitual

Introdução

A prática de atividade física é fundamental para o desenvolvimento motor e psicossocial de crianças e adolescentes. A associação entre atividade física e saúde é fortemente estabelecida, e seus benefícios são amplamente divulgados.1 De acordo com Mitchell e colaboradores,2 o envolvimento em atividade física regular proporciona desfechos positivos para a saúde física, mental e social das crianças. De forma geral, crianças que participam regularmente de atividade física apresentam benefícios na estrutura e função do corpo (por exemplo, saúde mental, composição corporal e massa óssea), na atividade (maior potencialização das habilidades motoras) e na participação.3,4

A Organização Mundial da Saúde (OMS) também ressalta outros benefícios da atividade física regular, como redução da adiposidade, melhora da aptidão física, da saúde cardiometabólica (por exemplo, pressão arterial, resistência à glicose e insulina), dos desfechos cognitivos (por exemplo, desempenho acadêmico e função executiva) e da saúde mental (redução dos sintomas depressivos), em crianças típicas.5 Quando se trata de crianças com PC, a prática regular de atividade física fornece benefícios adicionais, como manutenção da função física, redução da fadiga e da incidência de dor, além de prevenção de osteoporose e problemas cardiorrespiratórios.2

A OMS recomenda que crianças com idade entre 5 e 18 anos pratiquem 60 minutos de atividade física de intensidade moderada a vigorosa por dia.5 A mesma recomendação segue para crianças e adolescentes com deficiência. No entanto, os níveis de atividade física de crianças com PC não atendem às diretrizes recomendadas pela OMS. Comumente, essas crianças apresentam níveis mais baixos de atividade física do que seus pares com desenvolvimento típico,6 e diferentes fatores podem influenciar sua participação nas atividades físicas.

Segundo a Classificação Internacional de Funcionalidade, Incapacidade e Saúde (CIF), além de fatores relacionados a estruturas e funções corporais, atividade e participação, os fatores contextuais estão entre os principais responsáveis pelas restrições na participação em atividades físicas de crianças com PC.7 Por isso, é fundamental saber avaliar e intervir adequadamente, a fim de promover maiores níveis de atividade física e participação.

Neste capítulo, serão abordados os conceitos de atividade e alfabetização físicas; além disso, serão caracterizados os níveis de atividade física em crianças e adolescentes com PC. Serão apresentados os principais instrumentos de avaliação, bem como as intervenções fisioterapêuticas mais recomendadas para aumentar o nível de atividade física e participação nessa população.

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