- Introdução
De acordo com dados obtidos pela Organização Mundial da Saúde (OMS), as doenças cardiovasculares (DCVdoença cardiovasculars) são a principal causa de morte no mundo, e as doenças aterotrombóticas — doença arterial coronariana (DACdoença arterial coronariana) e acidente vascular cerebral (AVCacidente vascular cerebral) — são as maiores responsáveis por esses óbitos.1 Devido à importância das plaquetas na patogênese desses eventos, a utilização de antiagregantes plaquetários é considerada fundamental no tratamento e na prevenção de tais eventos.
Atualmente, o ácido acetilsalicílico (AASácido acetilsalicílico) é considerado o tratamento de primeira escolha nas doenças aterotrombóticas e o recomendado pelas diretrizes das principais sociedades médicas para o tratamento das síndromes agudas e na prevenção secundária.2
O uso do AASácido acetilsalicílico na prevenção primária ainda é considerado controverso, mesmo em pacientes com risco cardiovascular (RCVrisco cardiovascular) alto. Essa controvérsia é derivada da inconsistência das evidências produzidas por ensaios clínicos com populações heterogêneas, da baixa incidência de eventos cardiovasculares maiores nessa população, e pela demonstração do aumento do risco de eventos adversos, em especial, sangramento gastrintestinal e intracraniano.
- Objetivos
Ao final da leitura deste artigo, o leitor será capaz de
- descrever os mecanismos de ação do AASácido acetilsalicílico como antiagregante plaquetário;
- revisar as evidências científicas sobre o uso do AASácido acetilsalicílico na prevenção cardiovascular;
- recomendar as indicações do uso de AASácido acetilsalicílico na prevenção primária das DCVdoença cardiovasculars.
- Esquema conceitual
