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ALERGIA EM ANESTESIA

Autores: Ligia Andrade da Silva Telles Mathias, Ricardo Caio Gracco de Bernardis, Alberto Vasconcelos, Ricardo Vieira Carlos, Pedro Ferretti Pinheiro
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Objetivos

Ao final da leitura deste capítulo, o leitor será capaz de

  • definir e classificar reações adversas a medicamentos (RAMs — nomenclatura da Agência Nacional de Vigilância Sanitária [Anvisa]), reação alérgica e anafilaxia;
  • estimar a incidência das reações anafiláticas e anafilactoides (RAAs) no período perioperatório;
  • descrever os mecanismos envolvidos nas RAAs;
  • identificar os agentes causais de RAAs;
  • reconhecer os possíveis quadros clínicos das RAAs;
  • avaliar os fatores de risco de RAAs;
  • descrever os testes laboratoriais diagnósticos das RAAs;
  • discutir a profilaxia das RAAs;
  • descrever o tratamento do paciente com RAA;
  • descrever a conduta após uma RAA;
  • discutir o manejo do paciente com história pregressa de RAA a ser submetido a anestesia.

Esquema conceitual

Introdução

Em 1848, o óbito de uma paciente submetida a anestesia com clorofórmio para cirurgia de rotina levou à investigação formal que resultou em uma publicação no The Lancet. A publicação solicitou aos médicos que notificassem mortes associadas com anestesia, dando início à notificação espontânea de reações graves.1

O nascimento, nas décadas de 1950 a 1960, de milhares de bebês com malformações congênitas graves como resultado do uso da talidomida durante a gestação desencadeou os primeiros esforços internacionais relativos à segurança no uso de medicamentos. Em 1968, a Organização Mundial da Saúde (OMS) criou o Programa de Vigilância Internacional de Medicamentos, que desenvolveu um sistema de notificação para registro de suspeitas de RAMs, iniciando a farmacovigilância, ciência relacionada à detecção, avaliação, compreensão e prevenção de efeitos adversos ou quaisquer outros possíveis problemas relacionados a medicamentos.1–3

Nos estudos de Magendie (1939), Flexner (1894), Richet (1897) e Behring (1893), foram relatados choque e desfechos fatais em animais de laboratório em resposta a injeções repetidas de doses de proteínas estranhas. Essas observações, no entanto, foram consideradas pelos autores achados incidentais. Apenas em 1902, Portier e Richet publicaram os resultados adversos e inesperados de procedimentos experimentais para induzir tolerância a uma toxina e adotaram o termo anafilaxia para descrever a reação mortal ocorrida algumas vezes em indivíduo sensibilizado após a segunda injeção de um antígeno.4

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