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ANESTESIA PARA O PACIENTE POLITRAUMATIZADO

Priscila Ferreira de Lima e Souza

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Objetivos

Ao final da leitura deste capítulo, o leitor será capaz de

  • avaliar a condição de um paciente politraumatizado com rapidez e precisão;
  • identificar as armadilhas associadas à avaliação inicial do tratamento de pacientes traumatizados e as medidas para evitá-las;
  • reanimar e estabilizar pacientes com trauma multissistêmico de acordo com as prioridades;
  • reconhecer, durante a reavaliação, os pacientes que não estão respondendo apropriadamente à reanimação e ao tratamento.
  • avaliar o mecanismo de trauma para identificar quais são as prováveis lesões e as implicações da técnica anestésica, determinando se as necessidades do paciente excedem os recursos locais e /ou a capacidade técnica.

Esquema conceitual

Introdução

Ao tratar pacientes traumatizados, os médicos devem avaliar rapidamente as lesões e instituir uma terapia de preservação da vida. O tempo é crucial; logo, é essencial realizar abordagem sistemática que possa ser aplicada com rapidez e precisão.

O anestesiologista recebe pacientes já na fase hospitalar do atendimento; no entanto, a avaliação primária e secundária e a reanimação simultânea devem ser repetidas para identificar qualquer alteração no estado do paciente que indique a necessidade de intervenções adicionais.

As informações do paciente podem ser limitadas, como alergias, passado médico, anormalidades genéticas e cirurgias anteriores, que podem criar crises inesperadas. Os pacientes estão frequentemente intoxicados, seja por bebida alcoólica ou uso de entorpecentes, com o estômago cheio e potencial para instabilidade da coluna cervical. Operações simples podem se tornar complicadas, e equipamentos cirúrgicos e de anestesia especiais podem ser necessários em curto prazo.

Os pacientes, muitas vezes, têm múltiplas lesões que requerem posicionamento complexo, múltiplos procedimentos e a necessidade de considerar prioridades no tratamento. Atenção deve ser dada para lesões ocultas que ofereçam implicações diretas com a anestesia, como pneumotórax que, mesmo sendo simples, sem sinais de instabilidade hemodinâmica, deve ser drenado antes de submeter o paciente à ventilação por pressão positiva, em razão do risco de evoluir para pneumotórax hipertensivo, manifestando-se como instabilidade hemodinâmica refratária com alto risco de óbito se não for prontamente identificado. Mesmo que o paciente não tenha todos os exames no momento da admissão no centro cirúrgico, a realização de exame físico sumário auxilia a evitar crises intraoperatórias.