Objetivos
Ao final da leitura deste capítulo, o leitor será capaz de
- revisar as alterações genéticas (germinativas ou somáticas) associadas ao câncer de próstata;
- relacionar a alteração genética ao seu impacto no prognóstico do paciente com câncer de próstata;
- propor a estratégia terapêutica mais atual à alteração genética encontrada.
Esquema conceitual
Introdução
O câncer de próstata é uma doença caracterizada pelo acúmulo de alterações genômicas que levam, em última análise, uma célula normal a adquirir vantagens adaptativas características às células cancerosas, como o aumento da proliferação celular, resistência à apoptose, capacidade de invadir tecidos circunvizinhos e de emitir metástases a distância. Entretanto, essas alterações ocorrem de forma dinâmica a depender da fase evolucionária da doença, havendo também grande heterogeneidade entre diferentes clones tumorais, o que determina o curso clínico variável dessa doença.
É fundamental compreender que essas alterações podem ter origem germinativa (variantes genéticas herdadas dos progenitores e presentes desde a concepção) e/ou origem somática (variantes genéticas oriundas do processo de carcinogênese presentes somente no tumor), havendo testes específicos para avaliar cada uma dessas possibilidades.
O conhecimento genômico tem trazido importantes implicações para o manejo clínico dos pacientes com câncer de próstata, tanto localizado como metastático. Na atualidade, é possível caracterizar molecularmente o câncer de próstata de modo a prever melhor o prognóstico dos pacientes e a discriminar a chance de resposta a diferentes tratamentos.
Este capítulo busca delinear as principais e recorrentes alterações genéticas (germinativas ou somáticas) associadas ao câncer de próstata, relacionando-as com os avanços na compreensão sobre o impacto no prognóstico e nas estratégias terapêuticas obtidas nas últimas décadas.