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DERIVAÇÕES URINÁRIAS EM URO-ONCOLOGIA

Fernando Korkes

Artur da Silva Farias

epub-PROUROLOGIA-C3V3_Artigo1

Objetivos

Ao final da leitura deste capítulo, o leitor será capaz de

  • apresentar as opções de derivações urinárias na reconstrução do trato urinário após cistectomia radical em pacientes com câncer de bexiga;
  • distinguir as indicações de cada opção de derivação urinária, correlacionando com fatores oncológicos, clínicos e caraterísticas dos pacientes;
  • listar os princípios básicos das mais importantes e clássicas técnicas utilizadas em cada subtipo de derivação urinária;
  • ordenar as alterações fisiológicas e anatômicas no trato urinário após uso de segmentos intestinais;
  • descrever as complicações mais comuns após a realização de derivações urinárias em uro-oncologia.

Esquema conceitual

Introdução

O desvio urinário pode tornar-se necessário em uma série de situações distintas, entre elas as associadas à disfunção da bexiga, disfunção grave vesicoesfincteriana, obstrução infravesical, ureteral bilateral, assim como após a cistectomia radical em oncologia.1

As derivações urinárias — como as cistostomias, as nefrostomias e os cateteres ureterais — são extremamente comuns e necessárias para o tratamento de muitas situações. Essas derivações podem ser realizadas por meio de distintas técnicas e com diferentes tipos de dispositivos e podem ter caráter temporário ou definitivo. Neste capítulo, serão abordadas principalmente as derivações cirúrgicas realizadas após as cirurgias de cistectomia radical. Esta última constitui uma das principais indicações para desvio urinário no tratamento do câncer urológico.

O câncer de bexiga é a sétima neoplasia mais comum na população masculina no mundo e a décima quando se analisam ambos os sexos.2 Representa uma patologia com diferenças consideráveis de taxas de mortalidade entre regiões do planeta, principalmente por variações na prevalência de fatores de risco na população, assim como na oferta de diagnóstico, no seguimento oncológico e no tratamento dos doentes.3

A cistectomia radical, que sempre irá incluir alguma forma de derivação urinária, está dentro das opções terapêuticas e classicamente é recomendada para4,5

  • tumores músculo invasivos — T2-T4a, N0-X, M0;
  • doença papilar extensa, onde não há possibilidade de controle com ressecção transuretral da bexiga) e terapia intravesical;
  • tumores não músculo invasivos recorrentes de alto grau;
  • tumores não responsivos, recorrentes ou refratários ao Bacilo de Calmette-Gérin.

A cistectomia radical ainda pode ser indicada como resgate durante o seguimento de pacientes que não respondem à terapia conservadora — preservação vesical — e ainda com caráter paliativo na necessidade de intervenção, quando presentes sintomas de difícil controle, como hematúria, dor ou fístula urinária.4,5

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