- Introdução
Um novo cenário vem se desenhando diante da amiloidose cardíaca, especialmente na última década. O que parecia ser uma doença rara, emerge como uma doença prevalente, embora ainda subdiagnosticada.1
Um estudo de necropsia mostrou que a amiloidose por transtirretina (TTRtranstirretina) esteve presente em cerca de 25% dos pacientes falecidos com mais de 85 anos.1 Outros dois estudos mostraram que até 13% dos pacientes com insuficiência cardíaca com fração de ejeção preservada (ICFEPinsuficiência cardíaca com fração de ejeção preservada)2 e cerca de um terço dos pacientes submetidos à troca da valva aórtica por implante valvar aórtico transcateter (TAVI)3,4 apresentavam amiloidose por TTRtranstirretina.
A contribuição do desenvolvimento das técnicas de imagem e os avanços na área genética possibilitaram não só um diagnóstico mais preciso, rápido, e muitas vezes não invasivo, mas também o desenvolvimento de novas perspectivas de tratamento. Todas essas mudanças colocam a amiloidose, hoje, em um cenário de interesse do cardiologista clínico e da comunidade científica cardiológica mundial.
- Objetivos
Ao final da leitura deste capítulo, o leitor será capaz de
- conceituar a amiloidose;
- descrever como a amiloidose acomete o coração em suas principais formas;
- reconhecer situações em que se deve considerar o diagnóstico de amiloidose;
- analisar o quadro clínico do paciente com amiloidose de forma crítica e correlacioná-lo com exames complementares;
- identificar os métodos diagnósticos disponíveis que podem ser utilizados em caso de amiloidose, bem como suas limitações;
- correlacionar os métodos disponíveis para o manejo da amiloidose no contexto da multimodalidade;
- reconhecer os tratamentos oferecidos para cardiomiopatia (CMPcardiomiopatia) e para a amiloidose em geral.
- Esquema conceitual