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ANAFILAXIA E ANESTESIA

Autores: Maria Anita Costa Spindola, Jane da Silva
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  • Introdução

No período perioperatório, o paciente é exposto, em um curto espaço de tempo, a múltiplas substâncias, que, aliadas ao quadro clínico que originou o atendimento, podem desencadear uma gama de reações adversas, previsíveis e imprevisíveis.1,2

Assim, não é improvável que o anestesiologista se depare com um quadro multissistêmico (respiratório, cardiovascular e cutâneo), de início súbito, resultante da liberação de mediadores por mastócitos e basófilos induzida por substâncias usadas em anestesia e cirurgia.1,2

A anafilaxia perioperatória está associada com significativas morbidade e mortalidade,3 sendo a sua gravidade maior do que a anafilaxia em geral, cuja mortalidade está estimada entre 1,4 a 6%.4 A lesão cerebral por hipoxia é a mais importante morbidade e ocorre em aproximadamente 2% dos pacientes afetados.5

Pode-se dizer que a alergia a drogas é uma condição sub-reconhecida e superdiagnosticada. É sub-reconhecida porque nem sempre entra na lista de hipóteses ou é relatada e corretamente avaliada a posteriori. É superdiagnosticada, pois o emprego do termo “alergia” é, com frequência, utilizado sem ter sido comprovado por uma investigação adequada. Em função disso, podem haver consequências adversas, tanto por expor o paciente ao mesmo agente desencadeante de forma inadvertida, como por oferecer-lhe opções terapêuticas menos eficazes e mais caras.6

A questão da nomenclatura em anafilaxia é de tamanha importância que foi acrescentada uma nova seção na Classificação Internacional de Doenças 11 (CID-11Classificação Internacional de Doenças 11), direcionada a condições de hipersensibilidade e alergia, permitindo uma correta classificação de anafilaxia e maior visibilidade dentro da CID.7 A nomenclatura e a definição adequadas abrirão também novas perspectivas no estudo da epidemiologia da anafilaxia.

  • Objetivos

Ao final da leitura deste artigo, o leitor será capaz de

 

  • descrever os aspectos fisiopatológicos e clínicos da anafilaxia perioperatória;
  • reconhecer os agentes causais da anafilaxia perioperatória;
  • diagnosticar e identificar a gravidade da anafilaxia perioperatória de acordo com os sinais clínicos apresentados;
  • propor o tratamento adequado da anafilaxia perioperatória;
  • encaminhar para avaliação pós-crise, buscando determinar o agente causal para evitar uma exposição futura.

 

  • Esquema conceitual

 

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