- Introdução
No mundo todo, são realizados aproximadamente 234 milhões de procedimentos cirúrgicos por ano. Apesar dos avanços dos outros ramos da medicina, a cirurgia continua sendo uma opção de tratamento comum e eficaz para uma diversificada série de doenças e tem sido considerada opção viável para pacientes idosos ou com doença avançada.1
Tradicionalmente, o objetivo do suporte nutricional perioperatório é prover aporte adequado de calorias para reduzir a perda de massa magra associada a cirurgias de grande porte. Hoje, sabe-se que o suporte nutricional perioperatório vai além da simples reposição calórica e, se adequado, pode melhorar o resultado cirúrgico e reduzir a incidência de complicações.2
A nutrição perioperatória é um aspecto vital do cuidado cirúrgico. A associação entre o mau estado nutricional e os resultados cirúrgicos tem sido evidente, expressiva e repetidamente demonstrada por décadas.3
Pacientes com desnutrição perioperatória possuem risco elevado de desenvolver complicações pós-operatórias, além de apresentarem maior taxa de mortalidade. Nesses pacientes, ainda foram observados maior tempo de internação hospitalar e aumento dos custos durante a internação. Apesar dessas evidências, observou-se que os pacientes cirúrgicos graves são os mais negligenciados com relação à nutrição e que os pacientes submetidos a cirurgia gastrintestinal (GIgastrintestinal) ou cardiovascular são os que apresentam maior risco de desnutrição iatrogênica.4
- Objetivos
Ao final da leitura deste artigo, o leitor será capaz de
- identificar a necessidade da nutrição perioperatória;
- diferenciar as indicações de nutrição enteral (NEnutrição enteral) e nutrição parenteral (NPnutrição parenteral);
- desempenhar corretamente a avaliação nutricional;
- aplicar o protocolo Enhanced Recovery After Surgery (ERASEnhanced Recovery After Surgery).
- Esquema conceitual