- Introdução
A avaliação perioperatória de pacientes idosos permite definir condutas objetivando a redução da morbidade e da mortalidade relacionada ao procedimento anestésico-cirúrgico. Com o envelhecimento populacional, os indivíduos acima de 65 anos de idade compõem maior porcentagem da população e representam proporção crescente das indicações cirúrgicas eletivas, sendo que cerca de metade dos idosos tem chance de ser submetido a algum procedimento cirúrgico durante essa fase da vida.
Além de as alterações orgânicas naturais do idoso resultarem em maior sensibilidade aos anestésicos e ao trauma anestésico-cirúrgico, as múltiplas comorbidades e a politerapia medicamentosa são frequentes nessa faixa etária, contribuindo para o aumento do risco perioperatório. A avaliação do estado físico, do grau de fragilidade e dos riscos cardíaco, pulmonar, renal, nutricional, de tromboembolismo venoso (TEVtromboembolismo venoso), de delirium e de disfunção cognitiva pós-operatória é importante nessa faixa etária.
Tal estratificação contribui para o planejamento adequado do procedimento anestésico-cirúrgico, bem como para o estabelecimento de metas e riscos em conjunto com a família e as equipes médica e multiprofissional. Assim, este artigo objetiva revisar a estratificação de risco utilizada na avaliação perioperatória em pacientes idosos, com foco na determinação das estratégias de proteção orgânica que visam reduzir a morbidade e a mortalidade relacionada ao ato anestésico-cirúrgico.
- Objetivos
Ao final da leitura deste artigo, o leitor será capaz de
- descrever os sistemas específicos indicados na estratificação de risco utilizada na avaliação perioperatória em pacientes idosos;
- identificar as estratégias de proteção orgânica que visam reduzir a morbidade e a mortalidade relacionada ao ato anestésico-cirúrgico no paciente idoso.
- Esquema conceitual